A Mentira

by Nelson Rodrigues

Lúcia é a caçula de uma família de quatro mulheres e um pai repressor, que vive na zona norte do Rio de Janeiro. Aos catorze anos Lúcia sente um súbito mal-estar, que leva à terrível descoberta da gravidez da adolescente. A suspeita sobre quem seria o pai da criança será o motor de uma sequência de revelações de acontecimentos passados e desejos ocultos sob a aparente harmonia familiar.

176 pages, Paperback

First published January 1, 1953

About the author

Nelson Falcão Rodrigues (August 23, 1912 – December 21, 1980) was a Brazilian playwright, journalist and novelist. In 1943, he helped usher in a new era in Brazilian theater with his play Vestido de Noiva (The Wedding Dress), considered revolutionary for the complex exploration of its characters' psychology and its use of colloquial dialog. He went on to write many other seminal plays and today is widely regarded as Brazil's greatest playwright.

Nelson Rodrigues was born on August 23, 1912 in Recife, the capital of the Brazilian state of Pernambuco, to Mario Rodrigues, a journalist, and his wife, Maria Esther Falcão. In 1916, the family moved to Rio de Janeiro after Mario ran into trouble for criticizing a powerful local politician. In Rio, Mario rose through the ranks of one of the city's major newspaper and, in 1925, launched his own newspaper, a sensationalist daily. By fourteen Nelson was covering the police beat for his father; by fifteen he had dropped out of school; and by sixteen he was writing his own column. The family's economic situation improved steadily, allowing them to move from lower-middle class Zona Norte to what was then the exclusive neighborhood of Copacabana.

In less than two years the family's fortunes would be reversed spectacularly. In 1929, older brother Roberto, a talented graphic artist, was shot and killed at the newspaper offices by a society lady who objected to the salacious coverage of her divorce. Devastated by his son's death, Mario Rodrigues died a few months later of a stroke, and shortly after that the family newspaper was closed by military forces supporting the Revolution of 1930, which the newspaper had fiercely opposed in its editorials. The ensuing years were dark ones for the Rodrigues family, and Nelson and his brothers were forced to seek work at rival newspapers for low wages. To make matters worse, in 1934 Nelson was diagnosed with tuberculosis, a disease that plagued him, on an off, for the next ten years.

During this time Rodrigues held various jobs including comic strip editor, sports columnists and opera critic. In 1941, he wrote his first play A Mulher Sem Pecado (The Woman Without Sin), to mixed reviews. His following play, Vestido de Noiva (The Wedding Dress), was hailed as a watershed in Brazilian theater and is considered among his masterpieces. It began a fruitful collaboration with Polish émigré director Zbigniew Ziembinski, who is reported to have said on reading The Wedding Dress, "I am unaware of anything in world theater today that resembles this." In the play, set while the female chief character is hit by a car in the street and undergoes surgery, the stage is divided in three planes: one for real life action happening around the character, another for her memories, a third for her dying hallucinations. As the three planes overlap, actual reality melds with memory and delusion[1].

Rodrigues's next play, 1946 Álbum de família (Family Album)- the chronicle of a semi-mythical family living outside society and mired in incest, rape and murder - was so controversial that it was censored and only allowed to be staged 21 years later.

In all, Rodrigues wrote 17 full-length plays. They include Toda Nudez Será Castigada (All Nudity Shall Be Punished), Dorotéia, and Beijo no Asfalto (The Asphalt Kiss, or , better, The Kiss on Asphalt[2]), all considered classics of the Brazilian stage. His plays are frequently divided in three groups: Psychological, mythical and Carioca tragedies. In his Carioca tragedies Rodrigues explored the lives of Rio’s lower-middle class, a population never deemed worthy of the stage before Rodrigues. From the beginning his plays shocked audiences and attracted the attention of censors.

In spite of his success as a playwright, Rodrigues never dedicated himself exclusively to theater. In the 1950s, besides writing the hugely successful column A Vida Como Ela É (Life As It Is), he also wrote soap operas, movie scripts, a

Reviews

[Álvaro Curia · Rating 4 out of 5]

É muito engraçado o que Nelson faz neste livro. É quase um rascunho. Troca nomes de personagens, insere capítulos não numerados, elimina personagens sem explicação, abre diálogos ora com aspas, ora com travessões, põe personagens a dizer “- Aconteceu assim e assim.” sem mais explicações.

É levar ao extremo o desprezo pela forma em contraste com o conteúdo. Embora seja o seu primeiro romance como Nelson Rodrigues, os seus temas prediletos estão todos lá. Eu adoro, mas compreendo que não seja para todos os gostos!

[Thiago Capanema · Rating 4 out of 5]

Sétimo romance escrito por Nelson Rodrigues e o primeiro a ser publicado com o seu nome. Originalmente publicado em um semanário, em 1953, é fácil e rápido de ler.

Conheci Nelson Rodrigues quando era muito menino, através daqueles quadros de "A Vida Como Ela É..." que passavam, se não me engano, aos domingos, durante o Fantástico e eram narrados pelo falecido José Wilker. Eu era pequeno demais para captar a intenção daquelas histórias perversas ou a atitude quase sempre doentia dos protagonistas. Lembro-me que, quando estava na casa de meu primo e o quadro ia ao ar, nós ficávamos longe da televisão e meu tio nos chamava só quando aparecia mulher pelada em cena. Também ficou muito marcada na minha memória uma cena da personagem de Gabriela Duarte, que interpretava uma cunhada adolescente de um sujeito que o seduzia e manipulava. Na cena ela vai até o seu escritório, de uniforme de colegial, senta-se sobre a sua mesa, abre as pernas, tira a camisa e o sutiã e diz: "Olha os meus peitinhos. Não são lindos? São pequenos, mas duros." Eu achava tudo uma parada muito FUCKED UP das idéia.

Na minha infância e adolescência -- a primeira metade dos anos noventa -- fui exposto ao que restava de pior de diversos artistas nacionais, principalmente da música: Tim Maia, Jorge Ben Jor, Ivan Lins, Milton Nascimento, Roberto Carlos etc. Esses caras só apareciam na televisão para fazer números desgracentos, como Ivan Lins sozinho com um teclado Korg, sentado no sofá da Hebe fazendo uns medleys vagabundíssimos. Só bem mais tarde fui me desintoxicar do preconceito adquirido a estes artistas, escutando seus primeiros álbuns e entendendo a trajetória de suas carreiras. Com Nelson Rodrigues foi mais ou menos assim. Um dia caiu-me na mão uma de suas crônicas para sua coluna "Memórias" (oitenta delas foram publicadas em 1967 no jornal Correio da Manhã; em seguida Nelson passou a escrevê-las sob o título de "Confissões" em O Globo) e fiquei maravilhado. Comprei e li todos os livros com as crônicas reunidas: A Menina sem Estrela – Memórias (1967), O Óbvio Ululante – Primeiras Confissões (1968), A Cabra Vadia – Novas Confissões (1970), e O Reacionário – Memórias e Confissões (1977).

Gostei tanto de seus escritos autobiográficos que pensei que sua obra como teatrólogo e romancista fosse marginal e acidental. Li algumas histórias de "A Vida Como Ela É...", mas só conseguia achá-las apenas divertidas. Esse ("A Mentira") é o primeiro romance que li de Nelson e só agora pude mais ou menos entender a perversão, o drama e a tragédia rodriguiana.

Suas histórias estão inseridas dentro das famílias e dos casais de amantes, instituições onde tudo pode acontecer. Quando Nelson era pequeno era comum que amantes se suicidassem. O crime passional era bonito e tinha lugar de destaque nos jornais. Nelsinho começou a trabalhar como jornalista na seção Policial com apenas 13 anos, cobrindo atropelamentos e homicídios. Sua vida foi uma sucessão de perdas: o irmão foi assassinado a tiro por uma mulher louca que entrou na redação do jornal de seu pai para matá-lo (ela acabou matando o irmão já que o seu pai não estava presente); o pai morreu em seguida, de desgosto; a família inteira de outro irmão morreu soterrada no Rio depois de uma tempestade (marido, esposa, duas filhas e a avó). Nelson também foi pai de Daniela, uma criança que nasceu cega, surda e muda. E as desgraças parecem prosseguir durante toda a sua vida. Infelizmente, parece-me, não é possível existir um Dostoiévski sem uma Sibéria, sem uma sucessão fulminante de eventos trágicos e de sofrimento humano. Não é possível imaginar um Dostoiévski com uma pegada Tadeu Schmidt.

Nelson Rodrigues teve uma carregada dose de tragédia e sofrimento em sua vida, da qual soube extrair sentido, inspiração e obsessões para trabalhar, criar e continuar vivendo.

Suas ficções, com todas suas perversões e tragédias, são todas possíveis, dolorosamente possíveis. O absurdo, no entanto, às vezes é tão carregado nas histórias que ele passa a exercer um papel cômico e de contraditória leveza. Não existe espaço em suas histórias para a redenção dos personagens. Todos são culpados. Resta-nos assistir às suas tragédias e divertimo-nos com elas.

[Julia · Rating 4 out of 5]

Aconteceu assim e assim!

Divertidíssimo, ritmo super rápido e história que se ambienta quase como uma peça, acontecendo toda em no máximo 3 cômodos. A história por si só, com suas reviravoltas, já é boa mas a escrita de Nelson Rodrigues é a cereja do bolo. Esse aqui, especificamente, ainda teve o agravante deve mudar nomes de personagens no meio do nada e se embananar com títulos e tudo mais.

Ansiosa para ler outras coisas, porque se nesse aqui, que ele não tava ligando muito, já foi ótimo, imagino como deve ser um romance que ele faz com maior atenção e dedicação.

[Lin' pugliese · Rating 4 out of 5]

É um conto curto e rápido de ler, depois de algumas páginas desisti de gravar o nome dos personagens porque vivia mudando e ficou confuso, mas ainda assim deu pra entender a história, me lembrou um pouco o alienista de Machado de Assis só que de uma forma mais tragicômica

[Stella Costa · Rating 4 out of 5]

jurava que seria uma comédia, algo comigo sai com os cabelos em pé de tanta preocupação MDS!!!! senti muita pena dessa criança no meio de tantos adultos INSANOS. Aí a participação dos manicômios me deu GASTURA, uma leitura cômica e leve nada sai quase me enforcando

[Nina Sant · Rating 4 out of 5]

é incrível como esse maluco conseguia demonstrar os piores lados do ser humano de forma tão cômica.

[Erica · Rating 4 out of 5]

engraçado q até o nelson sabia, já naquela época, que todo homem é um lixo

[Izabel · Rating 5 out of 5]

Não se diverte com a literatura brasileira quem não se interessa em lê-la

[Lorenzo Nuncio · Rating 5 out of 5]

A virada SENSACIONAL que o ginecologista era louco mentia para TODAS as pacientes o estado de gravidez é muito boa. Amei.

[Gabi Stripoli · Rating 4 out of 5]

Short story to NR’s best: sexual, depraved, tragic, great

[Bruno · Rating 3 out of 5]

3.5

[Lucy · Rating 4 out of 5]

4,5 ⭐️

[Giovanna Accordi · Rating 4 out of 5]

"todo homem não presta!" incrível como ele em 1953 já sabia disso. trouxe isso de maneira cômica e levemente desconfortável

[Erika Scaffa · Rating 4 out of 5]

Nelson era genial. A escrita dele traz muitos sentimentos. Traz revolta, mostra uma espantosa canalhice, mistério e ainda consegue ser divertido. Recomendo a leitura.

[Jessie Leynner · Rating 3 out of 5]

por isso é importante buscar a opinião de mais de um médico rs

[Alice Cipriano · Rating 5 out of 5]

incrivel

[natália · Rating 3 out of 5]

3.5

[vitória · Rating 4 out of 5]

salvem lúcia meu deus juizado de menores polícia cadê o eca aaaaaaa

[1001 Livros Brasileiros Para Ler Antes de Morrer · Rating 5 out of 5]

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