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"Os Deuses de Casaca" é uma peça de teatro escrita por Machado de Assis. Foi publicada originalmente pela Tipografia do Imperial Instituto Artístico, no Rio de Janeiro, em 1866.
Joaquim Maria Machado de Assis, often known as Machado de Assis, Machado, or Bruxo do Cosme Velho, (June 21, 1839, Rio de Janeiro—September 29, 1908, Rio de Janeiro) was a Brazilian novelist, poet, playwright and short story writer. He is widely regarded as the most important writer of Brazilian literature. However, he did not gain widespread popularity outside Brazil in his own lifetime. Machado's works had a great influence on Brazilian literary schools of the late 19th century and 20th century. José Saramago, Carlos Fuentes, Susan Sontag and Harold Bloom are among his admirers and Bloom calls him "the supreme black literary artist to date."
Foi com muita alegria que vi surgir ontem no Librivox este título como um novo projecto a ser gravado pelos voluntários da comunidade portuguesa (aos quais me decidi juntar no final do ano passado). Machado de Assis + Mitologia + Teatro...três das minhas "paixonetas mais fortes" dentro da grande paixão que tenho pela literatura 😁
Tratei logo pois de ler a peça. Infelizmente após esta primeira leitura o impacto não foi assim dos melhores. Encontrei o humor e a ironia de Machado de Assis, a crítica social também que associo ao autor, um muito inteligente uso dos personagens, um bom texto, enfim, tudo o que esperava encontrar, pelo que não sei bem o que faltou para a minha experiência de leitura não ter sido melhor.
Na verdade o único reparo que tenho a fazer (e não é bem um reparo) é que me fez um pouco de confusão a "promiscuidade" das nomenclaturas de deuses gregos e deuses romanos. As nomenclaturas romanas estão em maioria, mas surgem algumas gregas também. Gostaria de ter tido sempre as designações gregas ou então sempre as romanas, mas é uma questão de pormenor. Talvez fosse normal para a época ou então sendo o texto escrito em verso, usar uma ou outra nomencaltura tivesse sido usado pelo autor como conveniência para servir melhor o texto?... Não sei. Se alguém entendido nestes assuntos pudesse opinar muito agradeceria, pois gosto sempre de aprender um pouco mais ☺.
Um outro aspecto curioso deste texto é que o elenco conta apenas com personagens masculinos. Esta opção do autor é explicada logo na introdução como tendo sido uma imposição que lhe fizeram. No entanto ele habilmente consegue "dar a volta" a essa proibição, referindo ao longo do texto várias deusas e tendo elas um papel inegavelmente importante para o desenrolar da peça e para a resolução do conflito dramático.
Um boa leitura, no entanto não tão boa quanto antecipei. Talvez no decorrer do projecto de gravação da peça me afeiçoe mais a ela. Já agora se houver interessados em gravar um papel nesta peça, somos tão poucos os que falam português no Librivox...fazem muita falta mais voluntários, juntem-se a nós! 😁
"O autor desta comédia julga-se dispensado de entrar em explanações literárias a propósito de uma obra tão desambiciosa. Quer sim, explicar o como ela nasceu, e o seu pensamento ao escrevê-la. Foi há mais de um ano, quando alguns cavalheiros davam uns saraus literário, na rua da Quitanda, que o autor, convidado a contribuir para essas festas, escreveu Os deuses de casaca. Até então era o seu talentoso amigo Ernesto Cibrão quem escrevia as peças que ali se representavam. Um desastre público impediu a exibição de Os deuses de casaca naquela época, e em boa hora veio o desastre (egoísmo do autor!), porque a comédia, relida e examinada, sofreu correções, acréscimos, até ficar aquilo que foi habilmente representado no sarau da Arcádia Fluminense, em 28 de dezembro findo, pelos mesmo cavalheiros dos antigos saraus, arcades omnes. Que ela ficasse completa, não ousa dizê-lo o autor; mas ao menos está consignada a sua boa vontade".
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