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As Coisas Que Faltam
Quando tinha oito anos, Ana Luís pediu pela primeira vez para conhecer o pai. Era muito comum a mãe dizer-lhe que não a tudo - não, não podia ir para casa das colegas porque tinha de estudar; não, não podia comer gelados porque eram só gelo e açúcar. De todas as respostas negativas que estava habituada a receber, porém, aquela foi a que doeu mais.
Ana Luís cresce a sentir que lhe falta algo e que não pertence a lado nenhum. A convivência com a mãe, uma mulher fria e dominadora, aprisiona-a num lugar solitário.
É na figura do pai que deposita todas as suas esperanças: ele é a peça do puzzle que falta e, quando o conhecer, a sua vida vai finalmente fazer sentido e sentir-se-á completa.
As Coisas que Faltam, o tão aguardado romance de estreia de Rita da Nova, traz-nos a história de uma mulher à procura do seu lugar no mundo.
Numa trama de densidade emocional crescente, a autora explora com destreza a complexidade da identidade humana, a importância do círculo familiar e as histórias que se repetem, às vezes de geração em geração.
Ana Luís cresce a sentir que lhe falta algo e que não pertence a lado nenhum. A convivência com a mãe, uma mulher fria e dominadora, aprisiona-a num lugar solitário.
É na figura do pai que deposita todas as suas esperanças: ele é a peça do puzzle que falta e, quando o conhecer, a sua vida vai finalmente fazer sentido e sentir-se-á completa.
As Coisas que Faltam, o tão aguardado romance de estreia de Rita da Nova, traz-nos a história de uma mulher à procura do seu lugar no mundo.
Numa trama de densidade emocional crescente, a autora explora com destreza a complexidade da identidade humana, a importância do círculo familiar e as histórias que se repetem, às vezes de geração em geração.
256 pages, Paperback
First published February 15, 2023
65 people are currently reading
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Community Reviews
Displaying 1 - 30 of 567 reviews
February 1, 2023
Já percebi porque é que a Rita gosta tanto de estórias tristes. Porque aos olhos (e palavras) dela, consigo ver uma certa beleza na tristeza. O livro é tão bonito como triste. Preparem-se.
February 8, 2023
É estranho ler um livro que se conhece desde o dia em que nasceu, mas com a escrita da Rita fica fácil esquecer esse pormenor e seguir só com a Ana Luís. Este é um livro fácil, ainda que difícil. A sua escrita é simples, mas leva-nos numa viagem complexa pelas emoções humanas, pelo que tantas vezes fica por dizer ou por fazer. É, acima de tudo, a prova provada que se escrevem boas histórias em pouco mais de 200 páginas. A Rita tem o poder de nos desarmar com a metáfora mais inesperada, de nos deixar a braços com a nossa fragilidade através de uma pequena observação.
As más línguas podem dizer que escrevo esta review toda bonita porque a Rita é das minhas melhores amigas, que isto é tudo comprado. Mas não. Esquecer o lado pessoal e ficar só no mundo destas personagens foi a parte mais fácil de ler este livro. Dei por mim ora em travessias pelo rio, ora fechada entre quatro paredes, mas sempre com uma vontade insana de ir comprar húngaros.
Na falta de melhor para vos dizer, deixo só esta recomendação: LEIAM ESTE LIVRO.
As más línguas podem dizer que escrevo esta review toda bonita porque a Rita é das minhas melhores amigas, que isto é tudo comprado. Mas não. Esquecer o lado pessoal e ficar só no mundo destas personagens foi a parte mais fácil de ler este livro. Dei por mim ora em travessias pelo rio, ora fechada entre quatro paredes, mas sempre com uma vontade insana de ir comprar húngaros.
Na falta de melhor para vos dizer, deixo só esta recomendação: LEIAM ESTE LIVRO.
February 6, 2023
As Coisas Que Faltam é o livro que veio preencher uma lacuna que não sabia que tinha dentro de mim.
Desde criança que Ana Luís sente um vazio dentro de si. A mãe, com o seu carácter frio e impessoal, não lhe dá o afeto que ela tanto deseja, o amor que poderia ser capaz de aliviar a mágoa de ter um pai ausente. Ana não conhece o pai, mas acredita que tê-lo na sua vida seria capaz de curar a sua mágoa.
Em As Coisas Que Faltam, Rita conta-nos de forma muito poética e crua uma história com a qual qualquer um de nós se pode identificar, com ou sem presença paterna. ACQF leva-nos numa viagem àquela que considero ser uma das nossas emoções mais íntimas: a solidão. Aquele sentimento capaz de nos isolar dentro de si mesmo, capaz de nos enrolar numa onda infinita de apatia.
Em escrita criativa abordei várias obras que se distinguiram pela sua complexidade emocional, pela necessidade de esmiuçar cada frase, cada palavra… aliás, cada metáfora. ACQF poderia, perfeitamente, ter sido uma dessas obras, tornando-se num exemplo claro da qualidade da literatura em Portugal - mais concretamente, da
literatura que merece ir além fronteiras.
As Coisas Que Faltam simboliza mais do que aquilo que não temos. Somos mais que aquilo que possuímos - somos as relações que não temos, as conquistas que não alcançamos e os segredos que não revelamos.
Terminei esta leitura de lágrimas nos olhos.
Obrigada por me fazeres sentir vista e compreendida, Rita.
Rita da Nova tem ainda muito por nos escrever e esta obra torna-a numa das autoras mais promissoras de 2023.
Obrigada à Rita e à Editora Manuscrito pela cedência do exemplar deste livro.
Desde criança que Ana Luís sente um vazio dentro de si. A mãe, com o seu carácter frio e impessoal, não lhe dá o afeto que ela tanto deseja, o amor que poderia ser capaz de aliviar a mágoa de ter um pai ausente. Ana não conhece o pai, mas acredita que tê-lo na sua vida seria capaz de curar a sua mágoa.
Em As Coisas Que Faltam, Rita conta-nos de forma muito poética e crua uma história com a qual qualquer um de nós se pode identificar, com ou sem presença paterna. ACQF leva-nos numa viagem àquela que considero ser uma das nossas emoções mais íntimas: a solidão. Aquele sentimento capaz de nos isolar dentro de si mesmo, capaz de nos enrolar numa onda infinita de apatia.
Em escrita criativa abordei várias obras que se distinguiram pela sua complexidade emocional, pela necessidade de esmiuçar cada frase, cada palavra… aliás, cada metáfora. ACQF poderia, perfeitamente, ter sido uma dessas obras, tornando-se num exemplo claro da qualidade da literatura em Portugal - mais concretamente, da
literatura que merece ir além fronteiras.
As Coisas Que Faltam simboliza mais do que aquilo que não temos. Somos mais que aquilo que possuímos - somos as relações que não temos, as conquistas que não alcançamos e os segredos que não revelamos.
Terminei esta leitura de lágrimas nos olhos.
Obrigada por me fazeres sentir vista e compreendida, Rita.
Rita da Nova tem ainda muito por nos escrever e esta obra torna-a numa das autoras mais promissoras de 2023.
Obrigada à Rita e à Editora Manuscrito pela cedência do exemplar deste livro.
February 21, 2023
Este livro não foi amor à primeira, foi um slow burn que me conquistou gradualmente.
Gosto de tristeza e de melancolia quando são bonitas e conferem uma dimensão extra ao enredo, e é exatamente isso que a Rita nos dá. Dá-nos a certeza que somos todos feitos de partes incompletas e que, por vezes, nos perdemos na ilusão de que as coisas que assumimos que nos fazem falta, são aquelas que nos trarão felicidade eterna. E, nesse caminho, acabamos por nos perder e viver reféns de delírios e meias verdades.
Foi uma leitura desafiante porque acaba por cair numa atmosfera que não é a minha de eleição, por ser muito focada numa vida mundana e sem períodos de glória ou de grandes divagações intelectuais. No entanto, conseguiu a proeza de tornar algo que podia ser uma narrativa vulgar, num enredo que, apesar de simples, acaba por crescer dentro de nós. Não é imediato, mas é um apego progressivo, o que deu dinâmica à experiência de leitura.
Por outro lado, a escrita complementou bem a atmosfera soturna, criando alguns momentos de ligeiros floreados que acabaram por tornar a dor num conjunto de adjetivos bonitos de ler.
A nível de desenvolvimento de personagens é um livro sólido. Com um bom desenvolvimento da personagem principal, que gostei de ver crescer, no entanto, não criei aquele elo de ligação como criei com outras personagens secundárias. Pessoalmente, gostava de ter visto maior evolução de personagens que possuem uma mística que gosto particularmente de ver desconstruída.
Assim, deixo dois pedidos:
-Um dia ter um desenvolvimento maior da soturna e sarcástica Ermelinda
-Ver a Rita num registo de não-ficção
Gosto de tristeza e de melancolia quando são bonitas e conferem uma dimensão extra ao enredo, e é exatamente isso que a Rita nos dá. Dá-nos a certeza que somos todos feitos de partes incompletas e que, por vezes, nos perdemos na ilusão de que as coisas que assumimos que nos fazem falta, são aquelas que nos trarão felicidade eterna. E, nesse caminho, acabamos por nos perder e viver reféns de delírios e meias verdades.
Foi uma leitura desafiante porque acaba por cair numa atmosfera que não é a minha de eleição, por ser muito focada numa vida mundana e sem períodos de glória ou de grandes divagações intelectuais. No entanto, conseguiu a proeza de tornar algo que podia ser uma narrativa vulgar, num enredo que, apesar de simples, acaba por crescer dentro de nós. Não é imediato, mas é um apego progressivo, o que deu dinâmica à experiência de leitura.
Por outro lado, a escrita complementou bem a atmosfera soturna, criando alguns momentos de ligeiros floreados que acabaram por tornar a dor num conjunto de adjetivos bonitos de ler.
A nível de desenvolvimento de personagens é um livro sólido. Com um bom desenvolvimento da personagem principal, que gostei de ver crescer, no entanto, não criei aquele elo de ligação como criei com outras personagens secundárias. Pessoalmente, gostava de ter visto maior evolução de personagens que possuem uma mística que gosto particularmente de ver desconstruída.
Assim, deixo dois pedidos:
-Um dia ter um desenvolvimento maior da soturna e sarcástica Ermelinda
-Ver a Rita num registo de não-ficção
February 27, 2024
TW: Morte, Ausência Parental
As Coisas Que Faltam é um passaporte emocional para todas as respostas que procuramos, para todos os nós que vamos procurando atar na nossa história, para que nada seja ao acaso. Por isso, foi tantas vezes chão e tantas vezes colo.
É curioso terminar esta leitura no dia em que celebro mais um aniversário do meu pai, porque dei por mim a pôr-me no lugar da Ana Luís, a tentar sentir como seria viver a minha vida toda sem uma figura paterna. E desabei, porque tenho no meu pai um dos meus maiores pilares. Por outro lado, quis muito que a Ana Luís viesse para o meu lado e sentisse todo este amor que lhe faltou.
Hei-de sentar-me a escrever uma opinião mais completa sobre esta história, mas, hoje, queria só ficar neste pensamento e, também, refletir sobre os elos que moldam a nossa jornada, sobre a beleza que existe na vulnerabilidade, sobre a própria noção de família e sobre aqueles que caminham no mesmo compasso que nós e que têm uma forma menos afetuosa de demonstrar o quanto nos amam. Acho que andamos todos a tentar dar o nosso melhor, com aquilo que sabemos.
É impressionante como nos pode pesar tanto o que não conhecemos e como há ciclos que, inconscientemente, tendemos a repetir. Mas, no meio de tudo o que sentimos estar em falta, vamos compreendendo o que nos pertence, qual é o nosso lugar.
As Coisas Que Faltam é um passaporte emocional para todas as respostas que procuramos, para todos os nós que vamos procurando atar na nossa história, para que nada seja ao acaso. Por isso, foi tantas vezes chão e tantas vezes colo.
É curioso terminar esta leitura no dia em que celebro mais um aniversário do meu pai, porque dei por mim a pôr-me no lugar da Ana Luís, a tentar sentir como seria viver a minha vida toda sem uma figura paterna. E desabei, porque tenho no meu pai um dos meus maiores pilares. Por outro lado, quis muito que a Ana Luís viesse para o meu lado e sentisse todo este amor que lhe faltou.
Hei-de sentar-me a escrever uma opinião mais completa sobre esta história, mas, hoje, queria só ficar neste pensamento e, também, refletir sobre os elos que moldam a nossa jornada, sobre a beleza que existe na vulnerabilidade, sobre a própria noção de família e sobre aqueles que caminham no mesmo compasso que nós e que têm uma forma menos afetuosa de demonstrar o quanto nos amam. Acho que andamos todos a tentar dar o nosso melhor, com aquilo que sabemos.
É impressionante como nos pode pesar tanto o que não conhecemos e como há ciclos que, inconscientemente, tendemos a repetir. Mas, no meio de tudo o que sentimos estar em falta, vamos compreendendo o que nos pertence, qual é o nosso lugar.
December 7, 2023
Infelizmente, não foi uma história que me conquistou 🥺
Já sabia que não sendo eu assim tão fã dos mesmos livros que a Rita lê (muito melancólicos), talvez este não fosse para mim. Mas não me arrependo de ter lido! Não me encheu as medidas, mas já recomendei a algumas pessoas que sei que vão adorar.
Já sabia que não sendo eu assim tão fã dos mesmos livros que a Rita lê (muito melancólicos), talvez este não fosse para mim. Mas não me arrependo de ter lido! Não me encheu as medidas, mas já recomendei a algumas pessoas que sei que vão adorar.
February 16, 2023
Rating: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️ + ❤️
Há livros e depois há histórias. Livros, considero-os aqueles que li e passei um bom tempo. Recordo-os com carinho. Depois, há histórias. Aquelas que me consomem de uma forma inexplicável. Que me fazem sofrer com os protagonistas. Que deixam-me emocionada. Mexem com todos os meus sentimentos. E que quando acabo de ler sinto que vivi uma outra vida.
Com este livro foi isso que se passou. Entrei nesta história de alma e coração, acompanhei a história da Ana Luís de coração nas mãos e um aperto no peito. Terminei a leitura de lágrimas nos olhos e com uma mistura de sentimentos a bailar dentro de mim. Amei, obviamente que amei. Considero-o já um favorito. Não apenas um favorito de 2023, como um favorito da vida.
Esta história foi tudo aquilo que eu esperava e conseguiu superar todas as expectativas que eu tinha. Foi uma aventura daquelas que deixou-me a pensar no livro até quando não o estava a ler. Quis avançar na história, mas ao mesmo tempo não queria que acabasse.
Deixem-me falar da escrita da Rita: incrível. Adorei logo a escrita dela, é o tipo de escrita que adoro nos livros. Encontrei neste livro tudo aquilo que gosto numa boa história. Tem tudo o que mais valorizo num livro. Conquistou-me. Terminei de o ler ontem e já o quero reler.
Há livros e depois há histórias. Livros, considero-os aqueles que li e passei um bom tempo. Recordo-os com carinho. Depois, há histórias. Aquelas que me consomem de uma forma inexplicável. Que me fazem sofrer com os protagonistas. Que deixam-me emocionada. Mexem com todos os meus sentimentos. E que quando acabo de ler sinto que vivi uma outra vida.
Com este livro foi isso que se passou. Entrei nesta história de alma e coração, acompanhei a história da Ana Luís de coração nas mãos e um aperto no peito. Terminei a leitura de lágrimas nos olhos e com uma mistura de sentimentos a bailar dentro de mim. Amei, obviamente que amei. Considero-o já um favorito. Não apenas um favorito de 2023, como um favorito da vida.
Esta história foi tudo aquilo que eu esperava e conseguiu superar todas as expectativas que eu tinha. Foi uma aventura daquelas que deixou-me a pensar no livro até quando não o estava a ler. Quis avançar na história, mas ao mesmo tempo não queria que acabasse.
Deixem-me falar da escrita da Rita: incrível. Adorei logo a escrita dela, é o tipo de escrita que adoro nos livros. Encontrei neste livro tudo aquilo que gosto numa boa história. Tem tudo o que mais valorizo num livro. Conquistou-me. Terminei de o ler ontem e já o quero reler.
May 21, 2023
Escrito com um português correto, mas que não entusiasma.
É tudo mais ou menos neste registo:
“Os peitos de frango com sopa de Cebola e cogumelos eram uma receita muito simples de fazer já que era possível comprar quase tudo pré-feito. Melhor que isso, este prato tinha a capacidade de deixar o Raul entusiasmado logo à chegada a casa, bastava-lhe identificar o cheiro ar. Pensei que acompanharia bem com batatas fritas aos cubinhos, mas optei antes por fazer um arroz de ervilhas porque não queria ficar com o cabelo a cheirar a óleo.”
É tudo mais ou menos neste registo:
“Os peitos de frango com sopa de Cebola e cogumelos eram uma receita muito simples de fazer já que era possível comprar quase tudo pré-feito. Melhor que isso, este prato tinha a capacidade de deixar o Raul entusiasmado logo à chegada a casa, bastava-lhe identificar o cheiro ar. Pensei que acompanharia bem com batatas fritas aos cubinhos, mas optei antes por fazer um arroz de ervilhas porque não queria ficar com o cabelo a cheirar a óleo.”
February 18, 2023
Estava com expectativas altas, mas não fiquei desiludido. Gostei muito de conhecer tanto a Ana Luís como a prosa da Rita da Nova - narrado na primeira pessoa, de uma forma tão inteligível como inteligente.
January 26, 2023
Já escrevi e apaguei várias vezes o início desta review. Não sabia se havia de falar do livro, do processo ou da Rita. Portanto... aqui vai... tudo.
Tive a honra de poder ler o livro antes de ele ser isto que é agora: um livro físico, uma coisa concreta e terminada. Acompanhei a criação da Ana Luís e a busca pelas coisas que lhe faltam. Acompanhei o entusiasmo da Rita a escrever esta história e tudo o que eu possa dizer vai sempre ficar aquém do brilho no olhar da Rita quando o tema é este seu livro de estreia.
A escrita da Rita é elegante, bonita, crua e muito, muito real. Nunca sentimos que estamos a ler frases altamente esculpidas. Estamos a ler uma história que nos podia estar a ser contada, entre chávenas de chá, gatos no colo e húngaros a acompanhar (been there, done that).
Esta história é tocante na medida em que nos mostra que também somos feitos das coisas que nos faltam: das pessoas que não temos, dos momentos que não vivemos. É exatamente isso que amo neste livro: as fragilidades não são embelezadas nem branqueadas. É tão real e tão sentido que podia muito bem ser verdadeiro.
Já disse à Rita e digo-o aqui: vejo este romance como sendo parte da ficção contemporânea mundial. Ele pode ser traduzido e não será menos incrível do que qualquer um dos fabulosos romances que têm sido escritos lá fora nos últimos tempos.
Se precisam de um livro que vos toque, leiam este!
Tive a honra de poder ler o livro antes de ele ser isto que é agora: um livro físico, uma coisa concreta e terminada. Acompanhei a criação da Ana Luís e a busca pelas coisas que lhe faltam. Acompanhei o entusiasmo da Rita a escrever esta história e tudo o que eu possa dizer vai sempre ficar aquém do brilho no olhar da Rita quando o tema é este seu livro de estreia.
A escrita da Rita é elegante, bonita, crua e muito, muito real. Nunca sentimos que estamos a ler frases altamente esculpidas. Estamos a ler uma história que nos podia estar a ser contada, entre chávenas de chá, gatos no colo e húngaros a acompanhar (been there, done that).
Esta história é tocante na medida em que nos mostra que também somos feitos das coisas que nos faltam: das pessoas que não temos, dos momentos que não vivemos. É exatamente isso que amo neste livro: as fragilidades não são embelezadas nem branqueadas. É tão real e tão sentido que podia muito bem ser verdadeiro.
Já disse à Rita e digo-o aqui: vejo este romance como sendo parte da ficção contemporânea mundial. Ele pode ser traduzido e não será menos incrível do que qualquer um dos fabulosos romances que têm sido escritos lá fora nos últimos tempos.
Se precisam de um livro que vos toque, leiam este!
March 1, 2023
4 ⭐️
TW/CW:
Admito que já não lia uma obra em português há largos anos, mas soube que o livro da Rita seria talvez a maneira perfeita de voltar a entrar na literatura portuguesa.
A experiência de leitura e a escrita do As Coisas Que Faltam fluiu de uma forma tão natural que até a mim me apanhou desprevenida. Não é o meu género literário habitual, pelo que não me senti completamente absorvida pela história, até porque é um livro claramente focado mais nos seus personagens. Mas o livro trouxe-me ao de cima muitas memórias da minha própria infância, coisas que já não me passavam pela cabeça talvez há mais de uma década, o que contribuiu sem dúvida para o meu carinho como um todo pela obra. É um livro triste, mas é uma tristeza que acho que qualquer um que leia compreende, e que criou em mim alguma dor por me rever por vezes nalguns pensamentos e situações.
Se acho que seja um livro que vá apelar a todos? Não. Mas isso nunca foi critério eliminador com mais livro nenhum, não vejo porque o será com este. Nas palavras da querida Beatriz Rocha, acho que adorava ver a Rita escrever um livro de não-ficção.
Também vos é estranho estar a ler algo escrito por mim em português, ou só a mim é que me está a fazer confusão depois de tantos anos a pensar e a escrever em inglês? Foi o primeiro, mas não será com certeza o último.
p.s. - sim, saiu uma lágrima ou duas entre sombras de memórias passadas despertadas pelo conteúdo do livro
Deixo-vos com algumas das minhas frases favoritas onde me senti não só vista, mas também compreendida:
E a favorita da Rita (sim sou a pessoa que se dá ao trabalho de pergunar):
TW/CW:
Admito que já não lia uma obra em português há largos anos, mas soube que o livro da Rita seria talvez a maneira perfeita de voltar a entrar na literatura portuguesa.
A experiência de leitura e a escrita do As Coisas Que Faltam fluiu de uma forma tão natural que até a mim me apanhou desprevenida. Não é o meu género literário habitual, pelo que não me senti completamente absorvida pela história, até porque é um livro claramente focado mais nos seus personagens. Mas o livro trouxe-me ao de cima muitas memórias da minha própria infância, coisas que já não me passavam pela cabeça talvez há mais de uma década, o que contribuiu sem dúvida para o meu carinho como um todo pela obra. É um livro triste, mas é uma tristeza que acho que qualquer um que leia compreende, e que criou em mim alguma dor por me rever por vezes nalguns pensamentos e situações.
Se acho que seja um livro que vá apelar a todos? Não. Mas isso nunca foi critério eliminador com mais livro nenhum, não vejo porque o será com este. Nas palavras da querida Beatriz Rocha, acho que adorava ver a Rita escrever um livro de não-ficção.
Também vos é estranho estar a ler algo escrito por mim em português, ou só a mim é que me está a fazer confusão depois de tantos anos a pensar e a escrever em inglês? Foi o primeiro, mas não será com certeza o último.
p.s. - sim, saiu uma lágrima ou duas entre sombras de memórias passadas despertadas pelo conteúdo do livro
Deixo-vos com algumas das minhas frases favoritas onde me senti não só vista, mas também compreendida:
"Quis dizer-lho, mas, receando que o entendesse como uma acusação, preferi manter-me calada."
"Questionava-me se o rio seria suficientemente fundo para guardar a tristeza que tomava conta de mim quanto recordava esse dia ou se, infelizmente, a tristeza é daquelas coisas que vêm sempre ao de cima."
E a favorita da Rita (sim sou a pessoa que se dá ao trabalho de pergunar):
"Como se houvesse uma idade certa para sentirmos que nos falta algo."
February 16, 2023
Passei as últimas 60 páginas a chorar. Caraças, ainda estou a chorar. Não sei sequer como vou colocar em palavras o tanto que revi da minha vida nestas páginas, mas principalmente o tanto da minha vida que não vi nestas páginas e que, ainda assim, me deu tudo e tirou tudo em igual medida.
March 30, 2023
⭐️3.5/5 - "Somos todos pessoas incompletas a tentar ser um bocadinho menos incompletas a cada dia."
É fácil ler este livro e perceber que, em grande parte, é sobre Ana Luís e a tentativa trazer até si o seu pai. Mas não foi isto que me apaixonou no livro e talvez esta seja uma review bem diferente de outras.
Quem me conhece, sabe que adoro livros que tracem os contornos das relações entre mães e filhas, das amarguras dos ciclos repetidos às vitorias de quem consegue a paz. Ao ler os primeiros capítulos, percebi que a minha opinião no final seria suspeita, sendo este o único pormenor que me fez gostar bastante da história.
Nos meandros de uma história de uma rapariga que procura o pai e um homem na vida, existe a história de uma mãe e de uma filha que teve a capacidade de me deixar presa a cada momento entre as duas. O meu coração ficou elástico, tornando-se pequenino a cada momento duro e novamente grande ao ver a paz e o amor que foi devolvido a esta mãe e filha.
É fácil ler este livro e perceber que, em grande parte, é sobre Ana Luís e a tentativa trazer até si o seu pai. Mas não foi isto que me apaixonou no livro e talvez esta seja uma review bem diferente de outras.
Quem me conhece, sabe que adoro livros que tracem os contornos das relações entre mães e filhas, das amarguras dos ciclos repetidos às vitorias de quem consegue a paz. Ao ler os primeiros capítulos, percebi que a minha opinião no final seria suspeita, sendo este o único pormenor que me fez gostar bastante da história.
Nos meandros de uma história de uma rapariga que procura o pai e um homem na vida, existe a história de uma mãe e de uma filha que teve a capacidade de me deixar presa a cada momento entre as duas. O meu coração ficou elástico, tornando-se pequenino a cada momento duro e novamente grande ao ver a paz e o amor que foi devolvido a esta mãe e filha.
February 4, 2024
“Era eu que disfarçava bem ou as pessoas à minha volta não tinham reparado realmente em mim? Isso levou-me a pensar na quantidade de outros seres humanos com que me cruzava diariamente - com alguns chegava mesmo a trocar impressões, a discutir ideias. Quantas coisas sobre eles fui incapaz de detetar? Quantas vidas rasgadas e incompletas contactaram com a minha, sem que me apercebesse da dor que as atingia?”
Terminei este livro e dei comigo a pensar como teria sido a minha vida se o meu pai não tivesse feito parte dela, que sentimentos teria eu evocado junto daqueles que me fariam renunciar à sua presença… E que pessoa me teria eu tornado nesta condição mutilada e complexa, com a presença única de uma mãe austera?…
Escrito de uma forma simples mas cuidada, retrata a história de Ana Luís na sua busca incessante pelo pai desconhecido e as consequências que esta ausência teve na construção da sua vida e personalidade.
Uma leitura que, dada a temática, cumpriu o seu propósito.
Terminei este livro e dei comigo a pensar como teria sido a minha vida se o meu pai não tivesse feito parte dela, que sentimentos teria eu evocado junto daqueles que me fariam renunciar à sua presença… E que pessoa me teria eu tornado nesta condição mutilada e complexa, com a presença única de uma mãe austera?…
Escrito de uma forma simples mas cuidada, retrata a história de Ana Luís na sua busca incessante pelo pai desconhecido e as consequências que esta ausência teve na construção da sua vida e personalidade.
Uma leitura que, dada a temática, cumpriu o seu propósito.
February 26, 2023
Rita’s writing skills have entered the chat.
Não costumo ler livros em português porque tudo facilmente me faz lembrar as nossas belíssimas telenovelas portuguesas. Mas a Rita da Nova não tem escrita de guionista da tvi. God bless.
P.S #1- Ignorar o P.S #2 se ainda não leram o livro, pode ser meio spoilery se forem inteligentes.
P.S #2- O Joaquim senior reencarnou no Joaquim junior? Foi totalmente isto que aconteceu. Lição de moral: no fim não faltou nada, ele voltou. Foi final feliz, foi.
P.S #3- Tenham uma caneta com vocês quando pegarem no livro. Vão querer sublinhar.
Não costumo ler livros em português porque tudo facilmente me faz lembrar as nossas belíssimas telenovelas portuguesas. Mas a Rita da Nova não tem escrita de guionista da tvi. God bless.
P.S #1- Ignorar o P.S #2 se ainda não leram o livro, pode ser meio spoilery se forem inteligentes.
P.S #2- O Joaquim senior reencarnou no Joaquim junior? Foi totalmente isto que aconteceu. Lição de moral: no fim não faltou nada, ele voltou. Foi final feliz, foi.
P.S #3- Tenham uma caneta com vocês quando pegarem no livro. Vão querer sublinhar.
March 7, 2023
𝒶𝓈 𝒸𝑜𝒾𝓈𝒶𝓈 𝓆𝓊𝑒 𝒻𝒶𝓁𝓉𝒶𝓂,
esperei, com muito carinho por este livro.
sendo a Rita alguém que ouço semanalmente no podcast do #livrate, a falar sobre livros, sabendo o amor que tem aos livros e sendo uma autora portuguesa a lançar o seu primeiro livro de ficção, estava pronta para apoiar e acarinhar!
é difícil explicar a tristeza que está imbuída neste livro.
é um sentimento tão visceral que em certos momentos parecia que ia engolir-me.
a Ana Luís não é uma personagem fácil de aceitar e de observar. mas fazemos o melhor que sabemos, com o que nos é dado. principalmente com aquilo que falta e que pensamos ser a solução para tudo.
o vazio que é sentido pela Ana Luís por não ter conhecido o seu pai e por ser um não assunto em casa, faz com que a relação que existe entre mãe e filha seja dolorosa, revoltante por vezes, e o afastamento de ambas cada vez mais vertiginoso e palpável.
acompanhar a sua jornada, os seus pensamentos, a sua solidão e o seu sentimento de não pertença, de ser incompleta, é de partir o coração.
os últimos capítulos foram lidos em apneia, foi bastante difícil de pousar e assim que entrei nos agradecimentos, não foi possível conter as lágrimas.
acredito que é uma estreia fantástica e que isto é só o início, recomendo muito!
esperei, com muito carinho por este livro.
sendo a Rita alguém que ouço semanalmente no podcast do #livrate, a falar sobre livros, sabendo o amor que tem aos livros e sendo uma autora portuguesa a lançar o seu primeiro livro de ficção, estava pronta para apoiar e acarinhar!
é difícil explicar a tristeza que está imbuída neste livro.
é um sentimento tão visceral que em certos momentos parecia que ia engolir-me.
a Ana Luís não é uma personagem fácil de aceitar e de observar. mas fazemos o melhor que sabemos, com o que nos é dado. principalmente com aquilo que falta e que pensamos ser a solução para tudo.
o vazio que é sentido pela Ana Luís por não ter conhecido o seu pai e por ser um não assunto em casa, faz com que a relação que existe entre mãe e filha seja dolorosa, revoltante por vezes, e o afastamento de ambas cada vez mais vertiginoso e palpável.
acompanhar a sua jornada, os seus pensamentos, a sua solidão e o seu sentimento de não pertença, de ser incompleta, é de partir o coração.
os últimos capítulos foram lidos em apneia, foi bastante difícil de pousar e assim que entrei nos agradecimentos, não foi possível conter as lágrimas.
acredito que é uma estreia fantástica e que isto é só o início, recomendo muito!
April 24, 2023
Queria gostar deste livro mais do que 3 estrelas, mas para o fazer teria de ignorar certas coisas:
uma prosa muitas vezes desajeitada, com explicações e adjetivos que fazem sentido mas que destoam com o tom do livro.
Uma prosa que tanto nos trata, a nós leitores, como pessoas inteligentes com a utilizam de palavras mais complexas, como muitas vezes nos trata como o oposto através da exposição de coisas que podem ser facilmente inferidas, ou com comentários - uma vez que o livro é narrado depois dos acontecimentos - que às vezes quebram a narração.
A história em si tem muito potencial. Foi uma narração que, ao contrário de muitas outras do género em que nos deixa como leitores a tomar lados entre a pessoa boa e a pessoa má. É neutra. Parcial à narradora, claro, e acabamos sempre por torcer por ela, mas de resto neutra para com as pessoas que, de certa forma, lhe fizeram muito mal. Gostei deste tipo de narração, mas também é muito provavelmente por causa disto que eu senti não ter muito onde me agarrar e, no que diz respeito às personagens, só consegui ficar mais investida no final do livro.
Percebi o dilema da Ana Luís, os problemas relacionais dela onde me revi muito também, mas infelizmente, não os consegui sentir se calhar tanto como esperava ou queria.
Dito isto: acho que foi um bom começo e espero ler mais da Rita no futuro porque, se os últimos capítulos são alguma indicação, tenho a sensação que a partir daqui só melhora! :)
uma prosa muitas vezes desajeitada, com explicações e adjetivos que fazem sentido mas que destoam com o tom do livro.
Uma prosa que tanto nos trata, a nós leitores, como pessoas inteligentes com a utilizam de palavras mais complexas, como muitas vezes nos trata como o oposto através da exposição de coisas que podem ser facilmente inferidas, ou com comentários - uma vez que o livro é narrado depois dos acontecimentos - que às vezes quebram a narração.
A história em si tem muito potencial. Foi uma narração que, ao contrário de muitas outras do género em que nos deixa como leitores a tomar lados entre a pessoa boa e a pessoa má. É neutra. Parcial à narradora, claro, e acabamos sempre por torcer por ela, mas de resto neutra para com as pessoas que, de certa forma, lhe fizeram muito mal. Gostei deste tipo de narração, mas também é muito provavelmente por causa disto que eu senti não ter muito onde me agarrar e, no que diz respeito às personagens, só consegui ficar mais investida no final do livro.
Percebi o dilema da Ana Luís, os problemas relacionais dela onde me revi muito também, mas infelizmente, não os consegui sentir se calhar tanto como esperava ou queria.
Dito isto: acho que foi um bom começo e espero ler mais da Rita no futuro porque, se os últimos capítulos são alguma indicação, tenho a sensação que a partir daqui só melhora! :)
February 17, 2023
“Somos todos pessoas incompletas a tentar ser um bocadinho menos incompletas a cada dia.”
Adorei este primeiro livro da Rita, que já sigo há anos no Instagram, muito antes de achar que um dia iria ler um livro dela.
Li este livro em dois dias e isso significa muito para quem tem dois filhos pequenos. Significa que a narrativa me prendeu tanto que utilizei todos os pequenos momentos para ler.
Já aguardo ansiosamente o próximo.
Adorei este primeiro livro da Rita, que já sigo há anos no Instagram, muito antes de achar que um dia iria ler um livro dela.
Li este livro em dois dias e isso significa muito para quem tem dois filhos pequenos. Significa que a narrativa me prendeu tanto que utilizei todos os pequenos momentos para ler.
Já aguardo ansiosamente o próximo.
February 20, 2023
"os caminhos mais diretos e menos tortuosos raramente nos agradam, talvez por parecerem feitos de uma falsa simplicidade"
Este livro de estreia da Rita cumpriu com o que eu esperava, história dificil, personagem principal marcante.
Quando comecei este livro, estava a gostar da escrita simples, pois na minha perspetiva, parecia que estava a ser narrado por uma criança, mas quando percebi que não o era, comecei a aborrecer me com isso, para além dos spoilers que a escritora nos vai dando no meio da história, que retira alguma emoção quando algo parece que vai melhorar, pois sempre que parecia que as coisas poderiam melhorar, já sabia de antemão a que não ia acontecer.
Comecei a sentir algum ponto de desilusão no miolo da história mas, chegado ao capítulo 20/21 algo mudou.
Aquela sensação de estar com o ritmo cardíaco descontrolado devido às situações que se começaram a surgir, a forma como a escrita estava a evoluir para um nível cada vez mais íntimo e provocante foi uma delícia que parece que foi deixada para o fim de propósito como recompensa final. E apesar de já estar previsto, as últimas páginas estão soberbas, gostei muito como desatou o nó.
Queria também deixar uma palavra em relação à construção da personagem da mãe da Ana Luís, que coisa maravilhosa.
Uma excelente obra de estreia, que apenas peca, no meu entender, de não ter muitos altos e baixos emocionais no miolo do livro(acredito que tenha sido propositado) e pelo os spoilers que retiram alguma da experiência da leitura.
Este livro de estreia da Rita cumpriu com o que eu esperava, história dificil, personagem principal marcante.
Quando comecei este livro, estava a gostar da escrita simples, pois na minha perspetiva, parecia que estava a ser narrado por uma criança, mas quando percebi que não o era, comecei a aborrecer me com isso, para além dos spoilers que a escritora nos vai dando no meio da história, que retira alguma emoção quando algo parece que vai melhorar, pois sempre que parecia que as coisas poderiam melhorar, já sabia de antemão a que não ia acontecer.
Comecei a sentir algum ponto de desilusão no miolo da história mas, chegado ao capítulo 20/21 algo mudou.
Aquela sensação de estar com o ritmo cardíaco descontrolado devido às situações que se começaram a surgir, a forma como a escrita estava a evoluir para um nível cada vez mais íntimo e provocante foi uma delícia que parece que foi deixada para o fim de propósito como recompensa final. E apesar de já estar previsto, as últimas páginas estão soberbas, gostei muito como desatou o nó.
Queria também deixar uma palavra em relação à construção da personagem da mãe da Ana Luís, que coisa maravilhosa.
Uma excelente obra de estreia, que apenas peca, no meu entender, de não ter muitos altos e baixos emocionais no miolo do livro(acredito que tenha sido propositado) e pelo os spoilers que retiram alguma da experiência da leitura.
September 4, 2023
A narrativa não é fluida. Está cheia de analogias inúteis - como aquelas aberturas fáceis em pacotes de leite que acabamos sempre por ignorar e abrir à bruta - e explicações desnecessárias - isto é, que não fazem falta nenhuma.
(Got it?)
Além disso, a narradora ora entrava em discursos elaborados, ora se dirigia ao leitor como se este tivesse 12 anos.
Adorei a personagem Lucinda.
Ninguém acerta tudo à primeira, estarei cá para ler o próximo.
(Got it?)
Além disso, a narradora ora entrava em discursos elaborados, ora se dirigia ao leitor como se este tivesse 12 anos.
Adorei a personagem Lucinda.
Ninguém acerta tudo à primeira, estarei cá para ler o próximo.
September 24, 2024
Há caminhos na vida que são longos, ingratos e tristes... mas, ao mesmo tempo, belos.
Esta é uma história de melancolia, uma narrativa que, apesar de triste, é bela e que nos prende, revelando-se (im)perfeita.
Ana Luís, uma personagem que cresceu sem a presença do pai, vive em busca constante de amor, carinho e respostas. Ela é uma figura que se sente sufocada, em conflito constante com o seu interior. Esta é a sua história — uma jornada de libertação dos seus fantasmas.
Todos estes conflitos e dúvidas interiores convergem no final. Percebemos que nada acontece por acaso — mesmo que essa percepção seja fácil de deduzir nas primeiras páginas.
Nascemos para viver de verdades, e esta é a verdade dela. Uma história em busca da verdade, de um lugar, sobre o amor entre avós, mães, filhas e netas...
Triste, mas bela, na verdade.
Esta é uma história de melancolia, uma narrativa que, apesar de triste, é bela e que nos prende, revelando-se (im)perfeita.
Ana Luís, uma personagem que cresceu sem a presença do pai, vive em busca constante de amor, carinho e respostas. Ela é uma figura que se sente sufocada, em conflito constante com o seu interior. Esta é a sua história — uma jornada de libertação dos seus fantasmas.
Todos estes conflitos e dúvidas interiores convergem no final. Percebemos que nada acontece por acaso — mesmo que essa percepção seja fácil de deduzir nas primeiras páginas.
Nascemos para viver de verdades, e esta é a verdade dela. Uma história em busca da verdade, de um lugar, sobre o amor entre avós, mães, filhas e netas...
Triste, mas bela, na verdade.
February 21, 2023
Sigo o trabalho da Rita há muito tempo e assim que soube do lançamento deste livro, soube imediatamente que teria de o ter assim que chegasse às livrarias.
A escrita da Rita é muito bonita. Adoro ler em português, e sinto que a Rita explora de forma exímia a nossa língua.
Em relação ao enredo, apesar de não me conseguir identificar com a história da Ana Luís, a verdade é que senti uma compaixão e uma empatia enorme. A Ana Luís não é uma personagem heróica. É uma personagem real. É uma mulher portuguesa que nasceu sem uma figura paterna. É uma pessoa imperfeita, moldada pelo seu passado e pelas decisões de outras pessoas!
Muito feliz por a Rita nos ter apresentado a Ana Luís!
“Apesar disso, tinha dificuldade em usar verbos no passado para falar sobre ele, mas era lhe ainda mais doloroso perceber que nunca mais poderia conjugá-los no futuro.”
[Lido em formato físico]
A escrita da Rita é muito bonita. Adoro ler em português, e sinto que a Rita explora de forma exímia a nossa língua.
Em relação ao enredo, apesar de não me conseguir identificar com a história da Ana Luís, a verdade é que senti uma compaixão e uma empatia enorme. A Ana Luís não é uma personagem heróica. É uma personagem real. É uma mulher portuguesa que nasceu sem uma figura paterna. É uma pessoa imperfeita, moldada pelo seu passado e pelas decisões de outras pessoas!
Muito feliz por a Rita nos ter apresentado a Ana Luís!
“Apesar disso, tinha dificuldade em usar verbos no passado para falar sobre ele, mas era lhe ainda mais doloroso perceber que nunca mais poderia conjugá-los no futuro.”
[Lido em formato físico]
April 16, 2023
Terminei a leitura e nem sei o que dizer. É um livro de leitura fácil, os capítulos pequenos assim o facilitam. Quanto à história, não sei bem o que dizer dela. A temática abordada, já encontrei em algumas leituras que fiz, com melhores resultados. A busca pelo pai, como forma de encontrar a peça que falta, o amor próprio, as suas raízes.
Não me identifiquei com as personagens, mas de alguma forma compreendo a luta e a rigidez da mãe Lucinda. Uma mãe que tem de tomar também o lugar de pai, é um papel ingrato e sofrido. Quanto à filha Ana Luís, como muitos aqui disseram, com 25 anos, é imatura e muito dependente, apesar de querer a sua independência.
É um romance que se lê bem mas que não nos oferece aquela empolgação, ansiedade, suspense, reviravoltas. É talvez um YA, mais direcionado ao público jovem.
Não me identifiquei com as personagens, mas de alguma forma compreendo a luta e a rigidez da mãe Lucinda. Uma mãe que tem de tomar também o lugar de pai, é um papel ingrato e sofrido. Quanto à filha Ana Luís, como muitos aqui disseram, com 25 anos, é imatura e muito dependente, apesar de querer a sua independência.
É um romance que se lê bem mas que não nos oferece aquela empolgação, ansiedade, suspense, reviravoltas. É talvez um YA, mais direcionado ao público jovem.
February 21, 2023
3,5 🌟
preciso de um livro sobre a Lucinda ♥️
preciso de um livro sobre a Lucinda ♥️
March 16, 2023
Gostei muito da escrita e da história em si. Costumo ouvir o podcast e por isso, de alguma forma, já conhecia a voz da autora. Claro que isso também trouxe um sentido de familiaridade e de carinho pelo livro. Também fez com que a leitura fosse mais ágil e que o livro se tornasse de uma forma geral numa agradável experiência de leitura. É bom ter vozes novas e frescas a publicar romances em Portugal. Espero voltar a ler coisas da autora.
Os contras: confesso que não gostei muito da personagem principal. A certa altura chamam-lhe "panhonha" e pareceu-me um bom adjetivo para a piquena... Percebo a ideia de uma pessoa insegura porque se sente incompleta, mas a sua forma de se relegar sempre para segundo plano é um bocadinho irritante e acabamos por estar no centro de um paradoxo: uma personagem principal que não o quer ser. Atenção: acho que era mesmo isto que a autora queria e conseguiu fazê-lo... O que não quer dizer que para mim tenha funcionado muito bem... Aquele "wishful thinking" dela de achar que o pai vai trazer um novo sentido à sua vida também me pareceu de uma ingenuidade e infantilidade que, em certa fase da vida da personagem principal, era um bocadinho irrealista. Mesmo a forma dicotómica dela de olhar para os pais: a mãe, a rígida vilã, o pai, o D. Sebastião que a salvaria... Se durante a infância estava ok, mais para a frente fica um bocadinho estranho...
Os contras: confesso que não gostei muito da personagem principal. A certa altura chamam-lhe "panhonha" e pareceu-me um bom adjetivo para a piquena... Percebo a ideia de uma pessoa insegura porque se sente incompleta, mas a sua forma de se relegar sempre para segundo plano é um bocadinho irritante e acabamos por estar no centro de um paradoxo: uma personagem principal que não o quer ser. Atenção: acho que era mesmo isto que a autora queria e conseguiu fazê-lo... O que não quer dizer que para mim tenha funcionado muito bem... Aquele "wishful thinking" dela de achar que o pai vai trazer um novo sentido à sua vida também me pareceu de uma ingenuidade e infantilidade que, em certa fase da vida da personagem principal, era um bocadinho irrealista. Mesmo a forma dicotómica dela de olhar para os pais: a mãe, a rígida vilã, o pai, o D. Sebastião que a salvaria... Se durante a infância estava ok, mais para a frente fica um bocadinho estranho...
June 8, 2023
ATENÇÃO: este livro é um ótimo livro, com uma escrita detalhada e cuidada, só não é o meu tipo de livro.
A personagem da Ana Luís irritou-me do princípio do fim, por um lado por parecer um fantoche nas mãos de toda a gente, por outro por parecer alguém sem personalidade própria.
Não vale a pena falar sobre a minha experiência pessoal porque, claro está, esta obra é isso mesmo, uma obra de ficção. No entanto considero que as personagens foram demasiado superficiais, demasiado abstratas, não tendo conseguido criar empatia com nenhuma delas e se me aproximava disso rapidamente essa personagem era excluída do plano.
No entanto, gosto da Rita e da sua escrita e sem dúvida darei oportunidade aos futuros livros que lançar!
A personagem da Ana Luís irritou-me do princípio do fim, por um lado por parecer um fantoche nas mãos de toda a gente, por outro por parecer alguém sem personalidade própria.
Não vale a pena falar sobre a minha experiência pessoal porque, claro está, esta obra é isso mesmo, uma obra de ficção. No entanto considero que as personagens foram demasiado superficiais, demasiado abstratas, não tendo conseguido criar empatia com nenhuma delas e se me aproximava disso rapidamente essa personagem era excluída do plano.
No entanto, gosto da Rita e da sua escrita e sem dúvida darei oportunidade aos futuros livros que lançar!
February 25, 2023
this writing... chef's kiss
June 17, 2024
Às vezes sinto que não nos faltam escritores com talento (muitos são um diamante em bruto), faltam é editores com garra.
A história tem potencial, a autora escreve bem, mas ninguém reviu o livro num todo. Não há erros de ortografia e gramaticais (o que é excelente), mas a história tem tantos "buracos" e inverosimilhanças que reduzem (em grande escala) a qualidade do mesmo.
Sobre o espírito crítico da edição, temos passagens como a seguinte:
"Os peitos de frango com sopa de cebola e cogumelos eram uma receita muito simples de fazer já que era possível comprar quase tudo pré-feito. Melhor que isso, esse prato tinha a capacidade de deixar o Raul entusiasmado logo à chegada a casa, bastava-lhe identificar o cheiro no ar. Pensei que acompanharia bem com batatas fritas aos cubinhos, mas optei antes por fazer um arroz de ervilhas porque não queria ficar com o cabelo a cheirar a óleo."
(Não vou comentar, acho que o excerto fala por si).
Depois tive desde o início um problema com a protagonista. Eu sei que as gerações mais novas que a minha são mais sensíveis, mas achei o tom lamuriento exagerado, só porque a mãe lhe pede para fazer as tarefas domésticas ou não é uma pessoa dada a unicórnios e outras fofices. Isto na minha geração é estranho, desculpem. Bem como uma mulher de 17 anos ainda não ter percebido porque o pai é ausente (até aos 12, ainda vá que não vá... mas para quem vê tanta televisão, já devia ter percebido que a história da mãe é a história de milhares de mulheres...)
Em suma, poderia ser um bom young adult, mas é uma imensa trapalhada.
A história tem potencial, a autora escreve bem, mas ninguém reviu o livro num todo. Não há erros de ortografia e gramaticais (o que é excelente), mas a história tem tantos "buracos" e inverosimilhanças que reduzem (em grande escala) a qualidade do mesmo.
Sobre o espírito crítico da edição, temos passagens como a seguinte:
"Os peitos de frango com sopa de cebola e cogumelos eram uma receita muito simples de fazer já que era possível comprar quase tudo pré-feito. Melhor que isso, esse prato tinha a capacidade de deixar o Raul entusiasmado logo à chegada a casa, bastava-lhe identificar o cheiro no ar. Pensei que acompanharia bem com batatas fritas aos cubinhos, mas optei antes por fazer um arroz de ervilhas porque não queria ficar com o cabelo a cheirar a óleo."
(Não vou comentar, acho que o excerto fala por si).
Depois tive desde o início um problema com a protagonista. Eu sei que as gerações mais novas que a minha são mais sensíveis, mas achei o tom lamuriento exagerado, só porque a mãe lhe pede para fazer as tarefas domésticas ou não é uma pessoa dada a unicórnios e outras fofices. Isto na minha geração é estranho, desculpem. Bem como uma mulher de 17 anos ainda não ter percebido porque o pai é ausente (até aos 12, ainda vá que não vá... mas para quem vê tanta televisão, já devia ter percebido que a história da mãe é a história de milhares de mulheres...)
Em suma, poderia ser um bom young adult, mas é uma imensa trapalhada.
February 19, 2023
Apeteceu-me dar um abraço à Rita.
Um abraço por este livro,
Um abraço por esta história,
Um abraço por esta Ana Luís,
Um abraço por todo o teu percurso até aqui,
Um abraço por este teu sonho ter sido cumprido!
Adorei. Adorei tanto! Senti tanta coisa, mas o que senti e sinto mais é o quão orgulhosa estou da Rita 💖
Leiam, leiam!
Acredito que este é apenas o início de uma carreira de escritora brilhante e merecida. Cá estaremos para te ler
Um abraço por este livro,
Um abraço por esta história,
Um abraço por esta Ana Luís,
Um abraço por todo o teu percurso até aqui,
Um abraço por este teu sonho ter sido cumprido!
Adorei. Adorei tanto! Senti tanta coisa, mas o que senti e sinto mais é o quão orgulhosa estou da Rita 💖
Leiam, leiam!
Acredito que este é apenas o início de uma carreira de escritora brilhante e merecida. Cá estaremos para te ler
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