A forma como entendemos e explicamos a História tem vindo a reflectir a forma como concebemos a sociedade e aqueles que nela participam. Desde a Alta Idade Média até aos dias de hoje, foram muitas as alterações que modificaram o modo de apreendermos o que nos rodeia, de compreendermos o nosso Passado, o nosso Presente e o nosso possível Futuro.
Nesta obra cativante e de fácil leitura, viajaremos pela mente daqueles que foram descobrindo e iluminando o nosso passado, compreendermos as teorias, os métodos historiográficos e as diferentes formas de escrita do que nos é passado. Da lenda ao facto abrangente e consequente, muitas foram as luzes possíveis que se foram incidindo pelo olhar das mentes. Dos eruditos e «iluminados» dos séculos XVI e XVII, passando pelos Positivistas ou pela revolução francesa dos «Annales», pela «Nova História», pelos Marxistas ou pelos Estruturalistas, esta é uma ovra indispensável a professores e alunos, assim como a todos aqueles que procuram compreender melhor a problemática das Ciências Sociais e Humanas.
Lido como parte do estudo. Acho que se encaixa na perfeição na descrição de um professor meu sobre os pseudointlectuais dos tempos modernos que, "se preocupam em utilizar uma linguagem obscurantista para constatar factos óbvios aos mais leigos, mas parecem inteligentes e logo têm mais burros a utiliza-los como base para esconderem a sua ignorância".
O livro esta mal escrito e é por vezes confuso, querendo dar uma ideia de imparcialidade mas mostrando uma muito óbvia linha politica. Apenas é de dar reconhecimento ao resumo das escolas e historiadores, e mesmo esta esta incompleta e muito limitada.
É um trabalho satisfatório. Inicialmente acredito que o historiador conseguiu, com algum sucesso, explicar como é que fenómenos e correntes de pensamento que contribuiram para a profissionalização autónoma da historiografia. Nesse contexto, falar de pensadores individuais, como Hegel, Augusto Comte ou até Voltaire foi fundamental, até porque o conceito de «academia» não estava totalmente desenvolvido, de maneira que era muito mais proeminente o pensamento individual.
No entanto, assim que as correntes historiográficas se autonomizaram, acredito que os autores não foram bem sucedidos ao explicarem as diferentes «escolas». Apesar de ter apreciado o capítulo dos Annales, que foi efetivamente bem conseguido, outros, como o do marxismo, focam-se muito mais em Marx do que na historiografia, o que não parecia ser o propósito do mesmo.
Por fim, quero ainda salientar o que me fez dar uma avalição mais negativa à obra foi o capítulo da «Nova História» - ao invés de caracterizar a escola como haviam vindo a fazer, os autores procederam a fazer um apanhado crítico geral à corrente, mostrando uma parcialidade clara contra a corrente, sendo que para isso acabou por aferir aspetos de historiadores como Bloch e Febvre que são naturalmente falsos (dizer que um historiador que foi FUZILADO PELOS NAZIS foi privilegiado na corrente que ajudou a fundar é negligente e um atentado à própria historiografia). O problema não é a opinião dos autores, que não é de todo inválida, mas expô-la daquela maneira numa obra cujo intuito era apresentar ao leitor as diferenças fundamentais das «Escolas Históricas» acaba por ser completamente inapropriado.
Posto isso, por essas razões, acaba por ser uma obra razoável, mas que não atingiu o seu potencial.