«Neste fim de século, os monstros vemo-los por todos os lados, no cinema, na banda-desenhada, em gadgets e brinquedos, livros e exposições de pintura, no teatro e na dança. Invadem o planeta, tornando-se familiares. Cessarão, muito em breve, de nos parecer monstruosos e ser-nos-ão até simpáticos, como já acontece a tantos extraterrestres das séries de televisão. Havemos de falar então da "monstuosidade banal", como se fala agora da violência banal - o que constitui, precisamente, uma aberração. O que inquieta realmente é que não há selecção nem escolha preferencial destes novos assim como a Antiguidade adorou os centauros, as quimeras e os sátiros, também nós teríamos podido privilegiar os monstros imaginários, resultado de cruzamentos entre espécies diferentes. Mas gostamos indiferentemente do Elephant-man e dos anões dos Freaks, das 'regas fabulosas' e dos monstros teratológicos. Esta atitutude é sinal da grande dúvida que assaltou o homem contemporâneo quanto à sua própria humanidade.»
José Gil (Muecate, Moçambique, 15 de junho de 1939) é um filósofo, ensaísta e professor universitário português.
Nascido em Muecate, Moçambique, estudou Matemática, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, antes de partir para França. Licenciou-se em Filosofia, pela Universidade de Paris, em 1968. Um ano depois obteve o grau de mestre com uma tese sobre a moral de Immanuel Kant. Iniciou a sua carreira como professor do ensino secundário.
José Gil foi considerado pelo semanário francês Le Nouvel Observateur, um dos 25 grandes pensadores do mundo.
Não sei se por culpa do autor, se da editora, um livro cheio de erros e imprecisões no que respeita as imagens e/ou ilustrações. Começando na capa, com imagem mal identificada e erradamente atribuída, como sendo “gravura” de Rogério Petinga (disparate crasso!). Outros exemplos são as legendagens das ilustrações das páginas 88 e 92 que qualquer leitor mínimamente atento verificará que são verdadeiro disparate. Isto retira boa parte da credibilidade a um livro de uma temática tão interessante escrito por uma das mais destacadas figuras da filosofia do país. Já não me surpreendo, infelizmente....
Este livro tem informação muito importante informação sobre os monstro, tem também imensa informação inutil sobre comportamentos e explicações do motivo do nascimento destes monstros, que não faz sentido. Os exemplos estão mal construidos e acabam por não ser fieis aod monstros encontrados no próprio livro. Acho que a pesquisa está bastante bem feita, mas a escrita está muito precoce, enfadonha e pouco estimulante. Receio que monstros não é o forte de José Gil.