Quem observasse o Brasil em 1822 teria razões de sobra para duvidar da sua viabilidade como nação independente e soberana. De cada três brasileiros, dois eram escravos, negros forros, mulatos, índios ou mestiços. Era uma população pobre e carente de tudo, que vivia à margem de qualquer oportunidade numa economia agrária e rudimentar, dominada pelo latifúndio e pelo tráfico negreiro. O medo de uma rebelião dos cativos tirava o sono à minoria branca.
O analfabetismo era geral. De cada dez pessoas, só uma sabia ler e escrever. Os ricos eram poucos e, com raras excepções, ignorantes. O isolamento e as rivalidades entre as diversas províncias prenunciavam uma guerra civil, que poderia resultar na fragmentação territorial, a exemplo do que já ocorria nas colónias espanholas vizinhas. Para piorar a situação, ao voltar para Portugal, no ano anterior, o rei D. João VI havia rapado os cofres nacionais. O novo país nascia falido. Faltavam dinheiro, soldados, navios, armas ou munição para sustentar uma guerra contra os portugueses, que se anunciava longa e sangrenta. As perspectivas de fracasso, portanto, pareciam bem maiores do que as de sucesso.
Nesta nova obra, o escritor Laurentino Gomes, autor do best-seller1808, sobre a fuga da família real portuguesa para o Rio de Janeiro, mostra como o Brasil, que tinha tudo para não dar certo, acabaria por resultar, em 1822, numa notável combinação de sorte, improviso, acasos e também de sabedoria das lideranças responsáveis pela condução dos destinos do novo país, naquele momento de grandes sonhos e muitos perigos.
É um jornalista e escritor brasileiro. É mais conhecido pela autoria do best-seller 1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil, onde narra a chegada da corte portuguesa ao Brasil. Em 2008, o livro recebeu o prêmio de melhor livro de ensaio da Academia Brasileira de Letras e o Prêmio Jabuti de Literatura na categoria de livro-reportagem e de livro do ano de não-ficção.
Formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, possui pós-graduação em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo, e fez cursos na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e na Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos da América.
Trabalhou como repórter e editor para vários órgãos de comunicação do Brasil, incluindo o jornal O Estado de S. Paulo e a revista Veja.
Em 2008, a Revista Época elegeu Laurentino Gomes uma das 100 pessoas mais influentes do ano, pelo mérito de conseguir vender mais de meio milhão de exemplares de livro de história do Brasil.
É casado com a jornalista e psicóloga Mara Ziravello e vive desde 1988 em São Paulo.[5]
I learned more about the Independence of Brazil in this book and the previous one (1808) than in all the years I studied History at school. Laurentino Gomes gives a wonderful piece of work based on theses, historical documents, letters and reliable books. This is not a fiction or a romanticized vision of events. This is based on evidences and he discusses all sides of the many stories we are told. As a scientist I find a book based in such an extensive work something to be proud of as if I finally knew the whole context of that part of brazilian history. And the best part is how fluid the text is, making the learning process a pleasant experience.
Livro incrível, tão bom quanto o 1808. A divisão dos capítulos em temas ajuda a contextualizar as personagens e os fatos, mas atrapalham um pouco a linha do tempo. De repente estamos em 1831 e pula-se para 1807 e depois Novembro de 1822 e lê-se 12 de Janeiro de 1815.
Como registro histórico, funciona muito bem. Como narrativa... nem tanto.
Outra ótima consequência do livro é que virei fã de Dom Pedro I. Pode-se gostar ou não das ações dele, mas é fato que ele foi um ser humano incrível. Em vários momentos eu fechava o livro e murmurava: Esse Dom Pedro foi um animal!
Ótimo livro, grande lição de história. Segue a mesma linha de 1808, um livro sobre um período histórico com um viés jornalístico e de fácil leitura. Li em uma semana. Mais uma vez os problemas (e algumas qualidades) do Brasil são identificados em sua origem, mostrando como até hoje o país lida com o legado daquela época.
Alguns personagens interessantes do livro: D. Pedro I, José Bonifácio, Thomas Cochrane e a Marquesa de Santos.
Para mim houve um trecho do livro que marcou, uma frase de José Bonifácio que curiosamente coincidiu com minha impressão do país na minha visita no final do ano:
"No Brasil há um luxo grosseiro a par de infinitas privações de coisas necessárias"
Laurentino Gomes, nascido em 1956, é jornalista e escritor além de pós-graduado em administração pela USP. No entanto, já a algum tempo, têm-se destacado enquanto escritor especializado em escrever livros que procuram dissecar momentos-chave de nossa história. Extremamente estudioso e criterioso o autor tornou-se best-seller com a trilogia “1808”, “1822” e “1889” em que relata de forma bem fluida a história do Brasil a partir de fatos icônicos de nossa trajetória histórica. A partir de 2019 passou a discorrer sobre um tema por demais espinhoso porém vital – a escravidão – numa trilogia, também sucesso de vendas, que se encerrará nesse ano de 2022. O sucesso de Laurentino Gomes costuma despertar críticas dos historiadores “especialistas” que o acusam de banalizar os temas que aborda com uma linguagem por demais coloquial mais perto da proposta jornalística do que dos tratados de história elaborados com linguagem acadêmica. Mas, por outro lado, a aceitação do trabalho do autor tem sido cada vez mais maior. Afinal de contas ele está sendo bem sucedido em divulgar temas históricos para um público amplo através de livros que propiciam uma leitura por demais prazerosa, muitas vezes em ritmo de thriller. Jurandir Malerba, um dos grandes historiadores da atualidade, acerca do trabalho de Laurentino Gomes afirmou, com muita propriedade, que:
“Laurentino Gomes trouxe a eficácia do texto jornalístico para o campo minado da historiografia. Sua escrita tornou-se referência de sucesso de comunicação – e esse talvez seja um elemento a mais de sua importância para a historiografia brasileira contemporânea, tão ciosa da necessidade de os/as profissionais treinados na academia romperem a torre de marfim, buscarem ocupar maior protagonismo neste momento sensível de nossa história, de proliferação de negacionismos e abusos ideológicos perversos do passado. [...]”
“1822” lançado originalmente em 2010, em função da “efeméride” propiciada pelos 200 anos de emancipação política brasileira cujo evento tão icônico quanto idealizado é o “Grito do Ipiranga”, foi relançado, nesse ano de 2022, numa edição revista e ampliada que merece uma boa conferida. A estrutura básica da edição original está toda lá. O autor esmera-se em demonstrar com dados e fatos que a tal “independência” esteve longe de ser uma realidade para a imensa maioria da população brasileira submetida ao autoritarismo de uma elite “ilustrada”, masculina, branca e proprietária, que manejou os acontecimentos de forma a manter intactos os seus interesses em detrimento das mulheres, dos índios, da população negra forra e, ou escravizada e de propostas consideradas inviáveis como a república ou a emancipação dos cativos. Merecem atenção especial a desconstrução de certos mitos que se consagraram e impedem um real entendimento de nossos processos históricos e a incômoda sobrevivência de problemas que já existiam 200 anos atrás como muito bem afirma o autor no trecho reproduzido a seguir:
“Para entender o Brasil de hoje, é preciso olhar o passado. A história nos ajuda a compreender nossas raízes mais profundas – africanas, indígenas e portuguesas – e a jornada que nos trouxe até o presente, com suas aspirações, lutas, vitórias e seus fracassos. Uma efeméride, muito além de ocasião de festas e celebrações ufanistas, é uma preciosa oportunidade de estudo e reflexão. O Brasil chega ao bicentenário da Independência com perguntas incômodas e desafiadoras pairando em seu horizonte. Os sonhos e promessas de 1822 eram grandiosos, porém, transcorridos duzentos anos, poucos se realizaram”.
Excelente e esclarecedora leitura principalmente neste momento em que os 200 anos de nossa emancipação política exigem uma série de reflexões que são imprescindíveis para um entendimento a contento de nossas mazelas econômicas e sociais e para o estabelecimento de relações claras entre o Brasil de 07/09/1822 e o Brasil de 07/09/2022. Afinal de contas os grupos excluídos duzentos anos atrás – mulheres, indígenas, negros, pobres, comunidade LGBTQI+ - continuam, em pleno século XXI, com dificuldades para alcançar a plena cidadania, sinais mais do inequívocos de que os dilemas e exclusões de duzentos anos atrás estão longe de ser superados. Para fechar com “chave de ouro” essa edição revista e ampliada foram incluídos três ensaios a cargo de nomes consagrados de nossas ciências humanas: Heloisa Murgel Starling, historiadora e cientista política, que discorre sobre os desafios que ainda enfrentamos para consolidar a nossa frágil e contestada democracia, Jean Marcel Carvalho França, professor e pesquisador, que aborda o interessante tema do “olhar estrangeiro” sobre a nossa “independência” e Jurandir Malerba, doutor em história, que discorre sobre o tema “Comemorar para conhecer nossa trajetória e projetar nosso futuro”, o melhor dos ensaios que complementam essa obra de onde tiro o trecho abaixo para encerrar com classe essa resenha:
Esse talvez seja um dos principais legados das efemérides que atravessamos: a oportunidade de pensarmos como chegamos ao lugar histórico onde nos encontramos e como se fabricaram mitos dessa saga ao longo dos tempos: [...] de que a ruptura com Portugal foi pacífica, de que o brasileiro é um povo ordeiro e acomodado, de que o agronegócio gera riqueza para todos ao brasileiros, de que os “brasileiros" são uma entidade única, com os mesmos interesses e projetos. Ora, o desenho de Estado-nação instituído no pós-independência não podia ter sido mais excludente. Aquele foi um projeto de e para homens, machos, brancos e proprietários. [...] Mas as elites nacionais continuam, em seu projeto de perpetuação de privilégios para si e exclusão do povo do gozo da cidadania, a criar e reproduzir mitos. As efemérides são uma oportunidade única para conhecermos melhor nossa história de outros pontos de vista que os das elites. Tempo propício para derrubar mitos”.
Leia e reflita bastante sobre o momento histórico que estamos atravessando.
1808 é um dos meus livros preferidos, mas acabei enrolando muito pra ler 1822. Ele ficou na minha prateleira por 7 anos (!!!) até que me desse a vontade de ler. Assim como 1808, 1822 continua muito bom. Meu conhecimento sobre história do Brasil é bem limitado porque, por algum motivo, mesmo gostando das aulas de história do ensino básico, as aulas de história do Brasil sempre me entediaram. Então livros como esse me dão a oportunidade de aprender tardiamente algo que eu deveria saber. Apenas tive a impressão do 1822 ser um pouco repetitivo. As vezes a mesma história é contada pela perspectiva de diferentes personagens. Por exemplo, algumas histórias que estão no capítulo da Imperatriz Leopoldina estão, também, no da Marquesa de Santos. Mas isso não chega a ser um defeito.
Recomendo esse livro (e também 1808) a todos os brasileiros. Nesse momento de crise em basicamente todas as instituições é preciso entender mais sobre o nosso país.
Assim como 1808, entrega o que promete. Por vezes você esquece que está lendo um livro de história e acha que lê uma ficção, se envolvendo bastante com os personagens e acontecimentos da história brasileira.
Impossível não se envolver com o “rei-soldado” D. Pedro I, ou não sofrer por Leopoldina por exemplo.
Como numa palestra, o palestrante joga assuntos, desvia a atencao para o que ele acha necessário, faz uma piada ou outra de cunho intelectual, esse livro tem essa onda. Eu concordo que geral deve achar isso leve e divertido. E se voce se indentificar com um assunto espesial voce mesmo pode sair a averiguacao no que a internet já desponibliza ou ir procurar nos livros que sao listados a cada capítolo do livro.
Senti muita falta nesse livro de um mapa geneológico, mesmo que o outor perspicazmente se referisse a certos coadjuvantes de uma maneira muito natural como: "(...) que era primo do (...)".
Fiquei encantada com seu estilo de entrevista, pois era claro que ele arquiva como num papo de festa as imprssöes de estudiosos, historiadores e conteporâneos.
É inevitável uma comparacao aos Norte-Americanos, inicialmnete, achei a prosa desiquilibrada para o lado Yank.
Há muita repiticao de livro de fatos e as vezez explicacao. Nao estou certa pq. o autor o fez, talvez para o leitor mais laico nao se perder...
Sobre a geografia carioca, parecia perdido com comentários socialmente equivocados. Entretanto o discurso cai muito bem e parece ao leitor muito mais preciso quando em Sao Paulo. Achei a participacao do Nordeste e a descoberta da mesma história do lado do Atlântico super legal.
Gostei mais do 1808, a narrativa desse não é tão linear e intrigante quanto o outro. Mas para quem gosta do assunto, não é perda de tempo ler. Explica muito sobre o país que vivemos hoje e seus problemas, como a corrupção e o jeitinho brasileiro.
Foi bom e serviu pra eu ficar pensando no Marcos Pasquim interpretando o Dom Pedro.
Mais um nessa trilogia do Laurentino Gomes que eu estou namorando há muito tempo e mais uma vez fiquei com um sentimento positivo. É incrível como a mudança na linguagem para uma pegada mais jornalística faz total diferença na forma como "estudamos esse livro". Lembro da minha época de escola e o quanto eu achava os livros de história extremamente monótonos, e como essa obra é oposta a isto. Laurentino usa clímax, traz trechos de cartas ou depoimentos recolhidos em documentos e jornais e coloca-os em formato de falas de personagens, dinamizando toda a leitura.
Gostaria muito de poder falar que esse é um livro para substituir os didáticos na escola, mas tem muita coisa aqui que foge do roteiro tradicional: muita ironia, ridicularização dos personagens históricos (como já foi feito com Dom João em 1808) e até algumas coisas consideradas "fofocas" das época. Acho que isso impede o livro de ser algo voltado para ensino, mas é um prato cheio para os interessados de plantão e que querem algo mais "leve", como eu (ao menos que nossos órgãos educacionais resolvam estruturar as escolas em algo formador de pensamento crítico, aí essa obra se encaixa perfeitamente).
Além disso, o principal ponto dessa leitura é conseguir entender um pouco melhor as bases nas quais o Brasil se estruturou. Fica muito claro como determinados vícios persistem até hoje e como práticas detestáveis de 200 anos atrás ainda existem e são ovacionadas sob a justificativa do "jeitinho brasileiro". Como todo o estudo de história, vale à pena analisar o passado para conseguir entender melhor nosso presente.
Leia se você curtir: - Outros pontos de vista da história do Brasil - Os podres de figurões históricos - As fofocas sobre a vida pessoal de Dom Pedro I (infinitamente mais agitada que a minha, inclusive).
Mais um capítulo da coletânea histórica que Laurentino Gomes faz sobre a formação do Brasil. Este aqui é centrado na declaração de independência, seu contexto, suas causas, seus principais personagens e também efeitos imediatos. Dom Pedro I é o grande protagonista. Em sua curta e intensa vida de 36 anos, o imperador hiperativo foi um liberal que lutou, namorou, reinou, traiu e foi traído em dois continentes.
Já fiz esse comentário sobre o 1808. Queria ter lido esse livro quando jovem, a história brasileira descrita de forma jornalística é acessível, e até divertida. Recomendo para todos: estudantes, brasileiros para entender o porquê da nossa história. Recomendo e vamos para o 1889.
Depois de ler 1808 há alguns anos, mal saiu este livro, fiquei com ele no sentido.
A História, dependendo da forma como é relatada, pode sempre tornar-se aborrecida ou cativante, e isso pude comprovar, ao longo dos anos, através dos diferentes professores de História que tive no básico e no secundário. Neste livro, o autor consegue tornar a História próxima e, sem dúvida, muito, muito interessante.
D. Pedro é, ao longo dos capítulos, a personagem central, e a independência do Brasil o acontecimento primordial. Porém, há espaço para muito mais: conhecemos a imperatriz Leopoldina, que morreu jovem, infeliz e mal amada, mas com uma visão política mais aguçada do que seria de se esperar; José Bonifácio de Andrada e Silva, amigo e ministro de D. Pedro, cujas opiniões nem sempre coincidiram; o escocês Cochrane que, independentemente das razões, apoiava qualquer causa por dinheiro com a sua mestria na navegação; a amante mais influente de D. Pedro, a marquesa de Santos; a imperatriz Amélia, que acompanhou o rei até à sua morte; entre muitos outros.
Em algum dos momentos das suas existências, as suas vidas estiveram na órbita de D. Pedro de Alcântara: primeiro, D. Pedro I, libertador e primeiro imperador do Brasil e, depois, D. Pedro IV, novamente libertador. Foi um rei longe do convencional: tremendamente activo, envolvido em todas as questões que directa ou indirectamente lhe diziam respeito, longe de ser culto e educado, muito pouco adepto das convenções, envolvido constantemente em escândalos amorosos, do qual brotaram, pelo menos, 19 rebentos... Enfim, uma personagem apaixonante que definiu os destinos de dois países.
Posso também dizer que, não sendo um livro com muitas páginas, em que cada capítulo aborda um tema ou personagem e deixou-me a vontade de aprofundar mais ainda o conhecimento acerca desta altura da nossa História. Revelou-se muito mais repleta do que imaginava.
Acabei por lê-lo alguns anos após a leitura do 1808, livro do qual já havia gostado. Com o 1822, tinha a expectativa de rever o que havia aprendido em minhas aulas de História do Brasil, em meus tempos de ensino médio, já há 20 anos. Qual não foi minha surpresa, contudo, ao ver que o processo de Independência do Brasil se deu de forma muito turbulenta, com conflitos em várias regiões do Brasil, muitas incertezas e riscos reais de fragmentação... Tudo de modo bem menos glamouroso, mais desorganizado e caótico em relação ao que me havia sido ensinado.
Personagens-chave da época também são esmiuçados - José Bonifácio, Imperatriz Leopoldina, Lord Cochrane, Dom Miguel, Marquesa de Santos, e, claro, Dom Pedro I, dentre outros. A personalidade e o estilo de liderança de Dom Pedro I são bem detalhados, e os conflitos e angústias pelos quais ele passou também - afinal, equilibrar-se entre os interesses Portugueses e Brasileiros não foi trivial. Confesso ter mudado de opinião acerca dele após o livro, deixando de vê-lo como um mero galanteador "bon vivant" para enxergá-lo como um nobre pressionado por múltiplos e difusos interesses. Um equilibrista, e corajoso, como demonstrado na guerra com seu irmão Miguel que definiu o destino de Portugal.
Pude também aprender sobre algumas datas para as quais nunca havia me detido, como o dois de julho na Bahia, ou mesmo sobre a Constituição de 1824, bem liberal para a época. O relacionamento com outras nações, como Portugal, EUA, Reino Unido, Áustria e algumas africanas, também é apresentado de modo bem contextualizado. Geografia, clima, estrutura urbana da época... tudo é apresentado no curso da h(H)istória.
Por fim, a linguagem é clara, direta e objetiva. Leve, 1822 é de fácil leitura - possivelmente pela experiência jornalística de Laurentino Gomes. Assim, é uma verdadeira "aula de Brasil". Recomendo a leitura.
Eu ensino história, além de muitas outras coisas, para crianças aqui nos Estados Unidos. Então li esse texto com o propósito de fazer contrastes com a nossa revolução de 1776. Tem muito em comum, por exemplo temas de liberdade e abolição e até o envolvimento da maçonaria. Mas há diferenças como as capitanias brasileiras que não tinham muita comunicação entre si nem integração. Além disso, o povo brasileiro era pobre e analfabeto em comparação aos colonialistas da América do Norte.
Gostei muito do discurso sobre a importância da história para examinar as raízes das culturas contemporâneas. Somente gostaria de ter visto mais análises como estas.
O livro vale a pena ler, tão como o outro 1808, mas acho que o outro tem um argumento central mais forte. Lendo esse texto 1822, pulei várias partes por falta de interesse nos detalhes de personagens de pouca importância. No fim aprendi muito e abri minha cabeça à uma nova perspectiva, algo sempre bom pra fazer de vez em quando.
Embora as obras do Laurentino Gomes sejam bem criticadas por historiadores (por causa do seu conteúdo e principalmente por causa das referências), esse livro é uma delícia enorme.
Foi o primeiro livro do Laurentino Gomes que eu li e sinceramente gostei muito, de verdade. Em todo o meu ensino formal (ensino fundamental e médio) nunca aprendi muito sobre história do Brasil e por causa disso nunca gostei do assunto - não sei se por falta de interesse meu, de professores ou de aulas. Pra mim era apenas um assunto do qual não entendia, não gostava e não era interessante. Como uma história "tão chata" (na verdade eu nem a conhecia) poderia despertar o interesse de alguém?
Ainda bem que eu comecei a ler esse livro, pois foi ele que finalmente conseguiu mudar minhas ideias sobre a história do Brasil. Um livro muito interessante, que provavelmente consegue despertar o interesse de qualquer brasileiro, por mais que esse não goste da história nacional. Pode falhar um pouco por causa das suas referências e conteúdos controversos, mas é EXTREMAMENTE interessante para despertar interesse na história do Brasil colônia, da declaração da independência e na apresentação dos principais personagens dessa história fascinante.
This book is an excellent book to know about how a Country like Brazil became independent (if you can read in Portuguese of course ;-)). Some parts of the book are more entertaining than others: like when the author talks about the Emperor, while the accounts on other people, like his mistress, I found less interesting. The style is very readable and fun, being Laurentino a journalist and not an historian. However, you kind of miss the point from time to time as he (creatively) chose not to write the chaptes chronologically, but actually about different topics. It eventually follows a chronological account, but you kind of miss the flow of events. I think that the life of Dom Pedro I, the first Emperor of Brazil, may make very well the theme of a movie... and despite his light and shade, I really this he was a forward looking leader, that should not be only relegated to Brazil and Portugal's history books.
Mais uma vez Laurentino Gomes nos trás a história do Brasil que faltou nas salas de aula. Agora é a Independência que é recontada, como numa aula bem dada ou uma reportagem bem escrita que nos mostra em detalhes os personagens envolvidos e a situações que levaram a nossa Independência. Caem os mitos de que foi um movimento pacífico e de que os estados do norte e nordeste não tiveram nenhuma participação.
Espero que em breve venha um novo livro do Laurentino sobre a Proclamação da República.
Though not quite as rich as his earlier instalment, 1808, a very nice read and a very interesting perspective of Brazil's independence from Portugal, filled with peculiar facts and rich in details, and mainly with a lot of challenges to the official histories, the good and the bad. Most of all, Gomes manages in his books to give life to the characters in our histroy, so often to "grandified"or ridiculed by historians to really be in any way believable.
Confesso que esperava que este livro fosse de ficção-histórica mas é um livro de não-ficção. Ao longo dos vários capítulos vamos conhecendo os detalhes que levaram à independência do Brasil, mas também muito centrado na vida vida de D.Pedro. É um livro muito interessante, com uma escrita acessível e não maçuda e que apesar de ter muitos factos históricos, não nos sentimos bombardeados com demasiada informação. Fiquei com vontade de ler os outros livros do autor.
A proposta do livro é interessante mas a execução é mais ou menos
Tem capítulos com curiosidades interessantes mas a maioria são informações jogadas de forma descontextualizada, o que deixa o livro em partes entediante.
Eu amo história do brasil e usei para me contextualizar um pouquinho pós ler Um defeito de cor pois já faz um tempinho que eu terminei a escola e nunca mais tinha lido nada sobre.
Excelente livro de história, tão bom quanto 1808. Me pareceu mais cheio de eventos e acontecimentos importantes e excitantes, e vai mais fundo na história de D Pedro I, um personagem tão interessante quanto controverso. Essencial para entender um pouco mais da história brasileira.