Tenho um tumor gigante no pâncreas. Alguns dos tratamentos conseguiram reduzir um pouco o seu tamanho, mas não o suficiente para poder ser operado.Sei bem o que isso significa. Neste momento, e porque não há outra forma, vivo um dia de cada vez. Deixei de fazer planos para a frente. Não sei o que me espera no futuro, mas isso agora também não importa, o que interessa é o aqui e o agora. Ao longo deste quase último ano e meio percebi que o meu estado de saúde deixou de ser um tema que me diz respeito apenas a mim, à minha família, aos meus amigos e àqueles de quem sou próximo. A minha doença deixou de ser apenas um problema que é meu, de alguma forma deixou de me pertencer. E isto sucedeu aos poucos, à medida que a onda de apoio e solidariedade à minha volta foi crescendo e ganhando forma. Assim nasceu a ideia deste livro. A mensagem principal que quero deixar às pessoas é que se há um problema é preciso resolvê-lo da melhor maneira, há que não ficar quieto, há que tentar tudo primeiro, nunca desistir. Se as pessoas começarem a parar por um momento para olhar para casos como o meu, ou, simplesmente, para a sua própria vida com olhos de ver, talvez comecem a relativizar os seus próprios problemas e possam perceber o que de facto vale a pena na vida. Talvez assim a consigam aproveitar melhor. Aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros!!
Ofereci este livro ao meu pai há 4 anos, no Natal de 2017.
Houve um período temporal em que não se ouvia no seu carro outra coisa que não fosse os discos das diversas edições da "Conversa da Treta" em loop constante.
Assim, e apesar de ele não ser, de todo, um adepto de leitura, decidi oferecer-lhe este livro sobre a vida de uma pessoa que ele muito admirava.
Partilhava com ele a admiração pelo António Feio e prometi a mim mesmo que um dia também iria ler este livro. Assim o fiz.
"Aproveitem a Vida" não é uma autobiografia nem um livro de auto ajuda (longe disso, apesar do título o parecer sugerir). O livro é uma coleção de memórias, recordações e reflexões. Um testemunho que o António deixou em papel de uma vida rica em amor, humor, amizades e, inevitavelmente, dos seus últimos meses de lidação com uma doença que desde cedo aceitou.
É uma leitura interessante, por vezes emocionante, muitas vezes hilariante. O tipo de livro com pequenas lições sobre coisas da vida que toda a gente sabe intuitivamente, mas que por vezes esquecemos no reboliço da vida.
Aproveitem todos os pequenos bons momentos da vida e não se chateiem demasiado o que não tem grande importância. Dêem valor ao que têm e sejam felizes.
Já queria ter lido este livro há séculos. Foi através das aulas do AF em Benfica que descobri o amor ao teatro. Foram anos maravilhosos, aprendizagens, risos, lágrimas, amizades para o resto da vida. Acho que o António não compreendeu o impacto que teve junto daqueles miúdos e a importância da experiência de serem os "Esquerda Baixa", guiados pelo seu Mestre 🎭✨💙 Já nessa altura era inspirador! ☺️
Não sei bem o que dizer em relação a este livro sem ser que este homem é uma perda enorme. Era brilhante, cru, honesto e alegre e o Teatro Português perdeu uma das suas maiores estrelas quando esta pessoa combateu a sua luta contra o cancro.
Se tiverem a oportunidade de ler esta obra leiam... É uma alegre e realista versão do que é combater o cancro.
Muito indecisa em relação que pontuação havia de dar ao livro, fico-me pelas 4 estrelas, salientando que é um livro autêntico. Este livro aparece por desafio de Maria João Costa a António Feio, que acabou por ser convidada pelo próprio a ser co-autora. É um livro em que o autor fala sobre a sua familia, a sua história, a sua familia e a doença, o "raio do BiCHO" que lhe ensinou tanto. Não querendo passar a imagem de que foi um herói, demonstra-nos a forma como lidou com esta que foi a sua ultima batalha e a forma como este lhe fez arrepender de algumas situações e atitudes que tomou ao longo da sua vida, e como não a "aproveitou" como deveria daí a mensagem principal deste livro seja o do titulo do livro "Aproveitem a vida". Mas escreve também claro sobre as alegrias da sua vida e em consequência da doença passou a ver o lado positivo da vida, a relativizar situações e a estar com as "suas" pessoas. Este livro é uma compilação de escritos do Sr. António Feio, de amigos, familiares, de excertos do seu diário, onde recordamos o saudoso HI5 que tanto o fascinou e intigrou. Tem entrevistas dos médicos, o qual o excerto que mais me emocionou, o do dr. Nuno Gil.
E 8 anos depois de ter sido publicado este livro ainda "É preciso humanizar com urgência a nossa sociedade" p. 37
Apesar da minha avaliação não ser alta, não significa que o livro seja mau. O livro transmite uma mensagem clara e leve sobre aproveitar todos os dias, uma vez que o futuro é incerto. Contudo, diria que puderia desenvolver mais neste lado de autoajuda. Conta a história de António Feio desde o nascimento até à morte, com ilustrações verídicas e ainda um extra com cartas do seu diário. Talvez o meu eu de 40 anos possa voltar a esta leitura e oferecer uma classificação maior, mas tendo em conta o meu histórico literário e gosto pessoal, falta uns pormenores para agradar o meu eu de 18 anos.
Em contra partida, não significa que não aconselhe a leitura, pelo contrário. É sempre bom percebermos este lado de quem tem uma doença e os dias contados. Nunca agradecemos pela vida que temos, e muitas pessoas têm menos dias e irradiam de felicidade. Uma mensagem bonita, sobre a luta constante para ultrapassar e viver mais um dia.
"Espero que o meu testemunho e a minha história possam servir para que, de algum modo, as pessoas deixem de pensar apenas nelas mesmas e que encontrem aqui uma chamada de atenção para o que de facto é importante na vida."
"E as saudades que eu tenho dos tempos em que não tinha saudades de ter saudades. Que saudades!!!..."
"Medo mesmo de morrer, não tenho. Tenho medo de ficar incapacitado, de ir dar trabalho a alguém, nomeadamente os meus familiares. Tenho medo de não ter capacidade de pensamento, de ficar um vegetal, meio brócolo. Tenho medo da dor, isso tenho. Tenho medo de sofrer."
"Nunca deixem nada por dizer, nem nada por fazer."
Apesar de ter nomeado como biografia, o livro vai mais além, poderá ser um livro de autoajuda para doentes ou familiares com cancro. Um testemunho real por que passou o querido actor do público português na sua doença; inclui cartas de apoio e despedida de fãs, amigos ou dos médicos que o seguiram. Para tornar o livro mais leve, termina, e bem com passagens divertidas (do seu diário).
António Feio, conhecido actor e encenador português, travou uma luta muito dura contra aquele que vence quase sempre, o cancro, acabando por nos deixar a 29 de Julho de 2010. No entanto, e como afirma Jorge Mourato no livro, "as pessoas só morrem quando nos esquecemos delas" e António Feio será difícil de esquecer não só pelo seu trabalho, e aqui destaco a Conversa da Treta com José Pedro Gomes, mas também pela forma como encarou a vida e a luta contra o cancro. Neste livro, António Feio fala-nos dos dias difíceis de luta, de quimioterapia, viagens para consultas em todo o mundo, sem nunca desistir, nunca, nem por uma só vez António pensou em desistir. Com a ajuda da jornalista Maria João Costa, António Feio deixa-nos o registo da sua vida, da sua luta e um conjunto de testemunhos escritos pelos seus amigos. No final há ainda um excerto de uma espécie de diário de António, para que terminemos o livro a rir. António faleceu antes do lançamento do livro. É um testemunho de vida, de luta e esperança e mais tarde de aceitação. Mais do que qualquer outra coisa, este livro é uma lição de vida. Como ele próprio disse, andamos cá tão pouco tempo que, se não aproveitarmos ela passa-nos ao lado e nem damos conta. Partilho uma das muitas frases que me fez ficar a pensar: "É importante sonhar, estabelecer metas, ter objectivos na vida, ainda que não os alcancemos. É isso que nos faz avançar, que nos leva mais longe."
Tinha bastante curiosidade em ler já que tinha acompanhado a luta do António. Foi uma luta que, confesso, nos tocou muito. Mais ao menos ao mesmo tempo a minha mãe acabava a quimioterapia. E ele tornou-se num modelo para ela pela forma como encarava a doença. Foi bom poder ler as suas palavras. Ao ler o livro sentimos no ar as suas gargalhadas. Tive oportunidade de ver algumas das suas peças e sempre fui admiradora do seu trabalho. É diferente ler a sua vida contada por si próprio, sempre com um laivo de risos no ar, do que por uma qualquer revista cor-de-rosa. E neste livro encontram-se verdadeiras pérolas. Tanto acabamos a frase com uma lágrima no olho como a acabamos com uma grande gargalhada. Não é um livro como os outros. É o livro de uma vida. Uma despedida quase… mas sabe bem ler e fazer parte dessa despedida. Saber que ele viveu o máximo que pôde, que não sobreviveu apenas. Que lutou até ao fim, que soube rir da doença e contornar as dificuldades. Tal como diz o Dr. Nuno Gil no posfácio, este saber encarar a doença ajuda nos tratamentos e na própria evolução da mesma. Confirmo que é verdade. Tenho um exemplo desses em casa. E no fim do livro, como bónus, uma série de textos retirados do “mini-mini” diário do António. Ri-me imenso. E é esse objectivos. Acabar o livro a rir. Só não entendo quem colocou este livro na colecção “Auto-Ajuda”
Começo por dizer que gostava do trabalho de António Feio com o José Pedro Gomes na Conversa da Treta, sempre que passava na Sic tentava ver, porque divertia-me. Eram coisas estapafúrdias, mas falavam de assuntos sérios e gozavam com isso. Soube-se do cancro no pâncreas, e via-se um António Feio careca, tão abatido, mas sempre com um sorriso nos lábios, aliás era raro não ver ainda a sorrir com algumas situações. Este livro, fala de quando descobre o cancro, os tratamentos, os trabalhos, os amores e os filhos, mas dá conselhos para a vida, para que aproveitemos a vida até ao último minuto. Acabou por nos deixar em Julho de 2010.
"Aproveitem a vida", biografia de António Feio fascionou-me pelo facto de António Feio expressar o que pensa sobre o cancro de uma forma que poucos conseguem, transmite-nos uma mensagem positiva relativamente à vida. Esta mensagem poderá mudar tanto pessoas com a doença como sem qualquer tipo de doença. Assim como António Feio nos animava no teatro, nesta biografia ele não conta apenas a sua vida ele deixa-nos entrar no seu mundo que me parece uma grande animação, mesmo com uma doença como a dele.
Um excelente testemunho para todos nós; para os que estão a passar por uma situação idêntica e para alertar os outros da importância da monitorização da própria saúde!
Um livro escrito informalmente, que nos dá a conhecer um pouco a vida deste artista e a forma como ele encarou a sua condição! Sempre de forma POSITIVA!
Como o António Feio disse na sua carta de despedida: "O raio do BICHO não teve só aspectos negativos. Tornou-me mais sensível, mais responsável, mais realista e, acima de tudo, mais POSITIVO."
É um livro que nos faz pensar sobre a vida, sobre viver um dia de cada vez e aproveitarmos tudo ao máximo.
Achei uma autobiografia interessante e inteligente na maneira como o António Feio equilibra momentos de humor com momentos mais sérios. E é na minha opinião um testemunho de grande valor sobre a luta contra o cancro.
Não me sinto capaz de classificar este livro... Como posso atribuir uma pontuação a um relato de uma vida, à descrição de uma luta pela vida de alguém que tanto queria viver? Não é possível. Seria injusto e redutor.
Um colecção de memórias de António Feio escritas depois de ter sido diagnosticado com cancro. Partes do livro são dedicadas a uma perspectiva histórica do teatro em Portugal e do seu importante papel. Partes do livro são mais intimistas sobre família, amigos e maneira de encarar a vida.