A extinção da segunda grande potência no cenário internacional, após o fim da Guerra Fria, possibilitou aos Estados Unidos reforçar um papel, à época já latente, de universalizar princípios e valores. O aprofundamento e a exploração dessa moral universalizante tornam-se um aspecto fundamental para compreender a atuação dos Estados Unidos, principalmente no âmbito de suas relações internacionais. Este livro analisa os processos "securitização" empreendidos pelos EUA após o 11 de Setembro, ou seja, o tratamento de conflitos geopolíticos pela via da emergência e da excepcionalidade, com o recurso à exceção e a medidas bélicas emergenciais. Ao mesmo tempo, debruça-se sobre a construção discursiva que acompanhou esses processos de securitização.
Com uma escrita clara e precisa, a autora consegue sanar dúvidas cruciais e abrir o debate com provocações para se estudar após. Compreender como grandes transgressões morais acontecem diante da lei é sempre uma questão interessante para se tomar partido, mas exige muito mais que apenas uma linha de pensamento ou uma solução rasa. O livro é muito conciso em apresentar o necessário e consegue engajar para que as mentes se expandam para compreender todo esse processo.