Jump to ratings and reviews
Rate this book

The Word Tree

Rate this book
Teolinda Gersa£o paints an extraordinarily evocative picture of childhood in Africa and the stark contrast between warm, lush, ebullient Mozambique and the bleak, poor, priggish Portugal of Salazar.

'Salazar's forty-year dictatorship in Portugal and that country's colonial wars in Africa cast their long shadow over Teolinda Gersao's The Word Tree. This is the first of Gersao's novels to be translated into English. As the Mozambican Laureano reflects,' the men crossing the sea from Lisbon didn't want that absurd war either'. Laureano's wife Amelia had come to the country from Portugal in search of a better life, but mentally never leaves her homeland, whereas her daughter Gita loves the country and grows up to resent the colonial presence. There are lush descriptions of the country, while the racial order is starkly spelt Amelia 'clings to the belief that fair-skinned people are the very top of the racial hierarchy, and that dark-skinned Portuguese people are almost at the bottom, just above the Indians and the blacks'.
Adrain Tahourdin in The Times Literary Supplement

Margaret Jull Costa's translation was awarded The Calouste Gulbenkian Portuguese Translation Prize for 2012.

204 pages, Paperback

First published January 1, 1997

6 people are currently reading
270 people want to read

About the author

Teolinda Gersão

47 books79 followers
TEOLINDA GERSÃO nasceu em 1940, em Coimbra. Licenciada em Filologia Germânica e Doutorada em Literatura Alemã, com a tese Alfred Döblin: indíviduo e natureza (1976), pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Foi Assistente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Professora Catedrática da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Nova de Lisboa e Leitora de Português na Universidade de Berlim.
Autora de vários trabalhos de crítica literária, recebeu duas vezes o prémio de ficção PEN Clube, atribuído ao seu livro de estreia, O Silêncio, em 1981, e ao romance O Cavalo de Sol, em 1989. Foi também galardoada com o Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores em 1995 e, na Roménia, com o Prémio de Teatro Marele do Festival de Bucareste (adaptação da obra ao teatro) com o romance A Casa da Cabeça de Cavalo. Em maio de 2003, o seu livro Histórias de Ver e Andar foi galardoado com o Grande Prémio do Conto 2002 Camilo Castelo Branco, da Associação Portuguesa de Escritores. À edição inglesa de A árvore das palavras (The Word Tree, Dedalus, 2010) foi atribuído o Prémio de Tradução 2012.
A ficção de Teolinda Gersão desenvolve, na escrita contemporânea, uma poética romanesca original, abrindo a narração, a que o respeito pelas categorias de espaço, tempo, personagens, intriga confere certa verosimilhança, a uma irradiação de sentidos que decorre de um metaforismo assumido de forma estrutural pela narrativa. Não que as personagens e as suas relações, os temas ou os seres se reduzam a um carácter alegórico: o que ressalta é que por detrás da "história" estão em conflito pulsões humanas universais, frequentemente centradas sobre a dinâmica dos opostos (homem/mulher, caos/cosmos, racionalidade/loucura, entre outros). A ilusão da transparência, obtida por uma ordem sintagmática nítida, pela simplicidade da frase, despojada de tudo o que é acessório, pela redução do número de personagens, pela simplificação da ação, confere, então, às suas narrativas o estatuto de uma escrita mítica, cujo objetivo não é a representação, mas o conhecimento. Ao mesmo tempo, cada uma das suas narrativas, desenvolvendo até à exaustão algumas metáforas centrais (o cavalo, o teclado, etc.), desfibra todo o tipo de alienação social e mental subjacente à rutura dos princípios de harmonia invisível e de unidade íntima do homem com o universo. Como a pianista (e a romancista) de Os Teclados, Teolinda Gersão, diante de um "mundo fragmentário" e "indiferente", onde "as pessoas não formavam comunidades e só havia valores de troca", um "mundo vazio", persiste em tentar desvendar enigmas, como se a escrita e a exigência de rigor fossem "a transcendência que restava": "Aceitar o nada, o mundo vazio. E apesar disso, pensou levantando-se e sentando-se no banco - apesar disso sentar-se e tocar."

Ratings & Reviews

What do you think?
Rate this book

Friends & Following

Create a free account to discover what your friends think of this book!

Community Reviews

5 stars
49 (26%)
4 stars
73 (39%)
3 stars
53 (28%)
2 stars
11 (5%)
1 star
1 (<1%)
Displaying 1 - 19 of 19 reviews
Profile Image for Shawn Mooney (Shawn Breathes Books).
707 reviews720 followers
did-not-finish
August 27, 2019
This was a wonderful sentence early in the novel:

But you tended to ignore the kitchen, you didn’t really look at it, but ran in the direction of the yard, as if you were being sucked towards it by the light, and you staggered a little as you went through the door, because you were blinded for a few seconds, and only the smell and the heat guided your first steps, the smell of earth, grass and over-ripe fruit that wafted to you on the warm wind like the breath of some living animal.

Alas, I never found another sentence or passage that came close to it in the next few dozen pages I read. The writing/translation was otherwise bland. Banal, even.

For instance:

There were times when you just couldn’t stand it any longer and succumbed to foolish whims, infatuations, impulses. And that was fine, it was your business and nobody else’s.

But life decided to take you seriously and, having caught you making that first step, forced you to keep on walking. It wasn’t right, but life was like that. Because of one small step, taken just for the hell of it, you could find yourself on the other side of the world, almost without knowing how. And then there was no turning back.


For that and other reasons, I gave up at the 20% mark.
Profile Image for Helena Isabel Bracieira.
119 reviews61 followers
February 2, 2017
Opinião revista e aumentada para publicação em: As Horas... que me preenchem de prazer.

Uma obra dividida em três partes em que se acompanha Gita e os pais, Laureano e Amélia, no primeiro acto; no segundo, a história de vida de Amélia; e o amadurecimento de Gita no terceiro. Gita é apresentada, inicialmente, como uma menina que encontra compreensão no pai e um tremendo sufoco da parte da mãe, pelo seu desejo de liberdade e independência. Os pais possuem prioridades completamente diferentes: enquanto Laureano se satisfaz com uma vida pacata e sem sobressaltos, Amélia mostra-se permanentemente insatisfeita com a sua sorte, invejando todos os que usufruem de um nível de vida superior ao seu e desdenhando os negros, como Lóia, a empregada doméstica. É neste embate de vivências tão diferentes que Gita cresce e se observa como as discriminações e os preconceitos podem condicionar as vidas.

Habilmente conduzido por Teolinda Gersão, o fio narrativo com avanços e recuos e repartido entre as personagens principais, torna a leitura fluída e saborosa. Moçambique surge como pano de fundo e, simultaneamente, como personagem principal, assumindo-se como a homenagem que a autora pretendeu realizar às dádivas de África recebidas.

"O dia não quebrava os sonhos, podia-se dormir de olhos abertos, e a vida era gozosa e fácil como o jogo e o sonho. Podiam-se abrir os braços e gritar: Eu vivo - mas não era necessário esse gesto exultante e excessivo, as coisas eram tão próximas e simples que quase não se reparava nelas. Saía-se por exemplo a porta da cozinha sem se dar conta de transpor um limiar. Não havia separação entre os espaços, nem intervalos a separar os dias. Porque o corpo ligava a terra ao céu".

4,5/5*
Profile Image for Isabel.
12 reviews
January 7, 2012
Adorei este livro. A história é linda. Tocante. Poética. É como se as palavras tivessem música.

Num breve resumo, para mais tarde me lembrar: Amélia casou por anúncio com Laureano Capítulo, que vivia em Moçambique. Amélia decidiu deixar a casa da madrinha, onde não passava de uma criada e se suspeitava de ser filha do padrinho que entretanto morreu, por causa de Quim. O primeiro amor da vida, mas que começou a namorar com Adelina e nunca mais quis saber de Amélia.

Laureano gosta das coisas simples. Da vida pacata que leva. Do casamento nasce Gita. Amélia vai-se tornando distante. Sonha com outra vida. A vida da sociedade e das lojas finas Um dia parte com Bob Pereira, com quem se começou a corresponder.

Gita,cresce e descobre o gosto pela independência. Depois de um namoro, depois de saber que o pai lhe irá dar um irmão, decide vir para Lisboa.
Profile Image for Tânia Dias.
166 reviews14 followers
July 13, 2021
4,5⭐

"Viver é muito fácil, porque meço a partir de ti o norte e o sul. Basta que existas para que os meridianos se arrumem e os oceanos não transbordem."
Profile Image for rosana.
160 reviews614 followers
October 2, 2024
3,5 estrelas!

Iniciei a leitura com vista a desenvolver um trabalho universitário acerca, essencialmente, da representação feminina proposta na obra, mas também de Moçambique como colónia e da sociedade patriarcal.

Diria que demorou um pouco a habituar-me à escrita da autora, já que o meu foco de leitura costuma ser literatura inglesa, por isso mesmo a grande diferença estaria logo na língua. Contudo, a forma desenvolvida para apresentar cada persoangem e a sua personalidade, assim como também história de vida em certos pontos foi cativante e recomendaria a várias outras pessoas.
Profile Image for Ariana Amorim.
50 reviews
September 13, 2022
Que bonita aprendizagem sobre o que é crescer, sobre os dilemas quotidianos que nos abalam, sobre as coisas mais simples e as mais complexas. Sobre a essência do ser humano.
147 reviews
April 13, 2021
Uma história dos sonhos de cada um, que se cruzam com os sonhos e com as realidades presentes e passadas dos outros.
Profile Image for Inês Botelho.
Author 9 books77 followers
February 7, 2019
A decorrer na Lourenço Marques do Estado Novo, tanto no pré-guerra como nos seus inícios, o livro avança pelos encantos da infância, vividos num país cheio de Sol e liberdade para quem lá foi vindo de Portugal, e acaba nos princípios da idade adulta da protagonista, com a inocência quebrada mas sem angústia ou raiva e ainda um pouco de maravilhamento. Pelo meio há uma família diferente do que parecia, um pai e uma mãe que mais do que mudar se revelam, obrigam a rever perspectivas. E enredo fora a linguagem enlaça, une-se à narrativa e ajuda a tecê-la, encaminha. Uma delícia de romance.
307 reviews3 followers
June 27, 2018
A leitura de ”A árvore das palavras” me fascinou pela linguagem na primeira parte do romance, quando vemos o mundo através das impressões de Gita, menina crescendo em Moçambique nos anos anteriores à independência. Filha de uma portuguesa que se casa por conveniência com Laureano Capítulo, moçambicano, Gita, branca, de olhos claros, tem um relacionamento de cumplicidade com seu pai, de distanciamento com a mãe e de aproximação emocional com os negros do país. O romance dividido em três partes com diferentes narradores, nesta primeira voz narrativa é de grande apelo emocional, fascinante mesmo, sobretudo quando percebemos a aproximação da menina aos africanos e seus costumes.

Na segunda parte conhecemos o mundo de Amélia, a portuguesa, que ganha a vida em Lourenço Marques [hoje Maputo] como costureira. Sabemos suas ambições e frustrações. Os sonhos. A amargura. A desilusão financeira e emocional. Descobrimos como decide se casar e ir de encontro ao desconhecido. Mas, sobretudo somos apresentados à sua enorme inveja, aos ciúmes do sucesso dos outros, de qualquer outro. Nessa parte também aprendemos, em menor detalhe é verdade, sobre os sonhos de Laureano Capítulo, quando procura uma esposa para formar uma família, com uma mulher decente, e que por ela se apaixonou simplesmente pela fotografia mandada de Portugal.

Na terceira parte vemos Gita jovem adulta, resolvendo sua vida da melhor maneira que lhe é possível, re-avaliando o papel de Amélia em sua vida, tentando entendê-la. Seus primeiros romances e frustrações amorosas são pinceladas impressionistas. Moçambique cresce. É hora da independência. O poder de Lisboa está desgastado, não vale nada. Voltamos a saber dos personagens secundários que fizeram parte de sua vida de criança. Tudo indica que eles aparecem unicamente para que se feche o ciclo narrativo e para que se vislumbre o futuro de um país descolonizado. Eles não fizeram parte ativa da trama nem na primeira parte nem na ultima.

O romance prende a atenção. É uma lição de prosa poética. Mas a narrativa oblíqua, ainda que belíssima, fica sem direção. Há um único conflito que se resolve na segunda parte. A história peca pela falta de diálogos, pela caracterização indireta dos personagens, com exceção de Amélia. Essa sim, é um verdadeiro camafeu, um loquaz perfil de mulher, principalmente quando se apresenta com toda a pequenez de pensamento e emoção, e com toda sua aversão à verdade. De fato, é justamente Amélia que é a personagem complexa da história, a mais interessante. Todos os outros, de Laureano a Gita, de Roberto a Loia não são desenvolvidos o suficiente para que se entenda suas angústias, suas frustrações no plano emocional. Fazem parte de um pano de fundo. Se éramos para saber tanto de Amélia e das possíveis frustrações e preconceitos do português vivendo na colônia, porque então ela praticamente não aparece na primeira parte e definitivamente não se encontra na terceira e última parte do romance?

Por esses motivos, pela falta de tensão na trama, pela falta de resolução não posso considerar este romance uma obra prima de Teolinda Gersão. Desconheço suas outras publicações. Sei que é autora que já ganhou uma dezena de prêmios de literatura em Portugal. Mas fora sua prosa poética pouco restou para mim de “A árvore das palavras”.
Profile Image for Francisco Machado.
222 reviews
February 29, 2024
I read this book in preparation for a zoom presentation by the author and translator. I found it quite difficult at first but after a while enjoyed the different narratives. The writing and translation are both beautiful. Every page has a number of poetic sentences that take you to Africa. There is a sadness throughout the story. I found the descriptions of the differences between the wealthy and working class Europeans as well as the horrific living conditions of the Africans highlighted the horrors of class and colonialism.
1,166 reviews13 followers
February 5, 2023
3.5 stars. Tr Margaret Jull Costa. I really struggled with the first part of this but enjoyed the later parts much more. Although the writing could be beautiful the slightly different, sometimes for me jarring narrative styles did leave me struggling to feel what I should have for the characters, and meant that I passed over too much of what was probably the substance of the story. Nevertheless an interesting read, even if I did feel that my takeaways were rather superficial.
Profile Image for Sónia.
141 reviews9 followers
June 28, 2024
Todo o imaginário de histórias distantes que ouvia contar desde criança são aqui espelhadas numa realidade poeticamente exposta pela autora.
Numa escrita deslumbrante, fui conduzida pelo espaço e pelo tempo da narrativa.

Aspecto menos positivo, para mim, para um enredo da narrativa demasiado monótono nalguns momentos. Mas compensado pela beleza da escrita.

4⭐️
Profile Image for Filipa.
352 reviews32 followers
March 6, 2019
Impossível não gostar da magia que Teolinda Gersão tece com as palavras, particularmente nesta história de alegrias e tristezas num Moçambique mítico, aquele do anúncio de tv que eu via em miúda: 🎶 Que palavra tão bonita 🎶 onde a metrópole estava longe e a vida era quase amena.
Profile Image for Margarida Vargues.
10 reviews2 followers
February 22, 2019
Uma história muito bonita, tocante e com algo de amargo que não nos deixa indiferentes.
Muito bem escrito.
É necessária alguma maturidade literária para o ler e apreciar.
Profile Image for Thiago Nasi.
192 reviews1 follower
February 21, 2024
A escrita de Gersão é ótima, muito cativante. O enredo do livro, por outro lado, deixa a desejar — ainda que a técnica narrativa seja boa, não é o bastante para convencer.
444 reviews
October 23, 2021
What a good book and obviously well translated too. The descriptions of Lourenco Marques make it almost visible. Amelia's unhappiness can be felt as can Laureano's inertia. I know little about the history of Portugal in Mozambique but The Word Tree has enough detail for the reader to make sense of the major issues from the time in which it is set. The tight community behavioural constraints in Portugal are particularly resonant compared with the freer life in colonial Africa. Highly recommended. (Purchased at a local bookshop in Porto, Portugal.)
Profile Image for Maria.
318 reviews33 followers
May 24, 2009
fez-me lembrar as minhas férias em Maputo, em 1998...

gostei muito deste livro!
Displaying 1 - 19 of 19 reviews

Can't find what you're looking for?

Get help and learn more about the design.