Goodreads helps you follow your favorite authors. Be the first to learn about new releases!
Start by following Alberto Maggi.
Showing 1-2 of 2
“Por último, Jesus vai em direção a Simão, o discípulo cujo apelido (pedra) corresponde ao seu caráter teimoso e obstinado. Com efeito, é o único que reage horrorizado: “Senhor, tu me lavas os pés?” (Jo 13,6). Simão não aceita o gesto de Jesus, o mestre que lava os pés de um discípulo. O único discípulo que protesta é, na realidade, o único que compreendeu as consequências da ação do Senhor. Se Jesus, o Mestre, lava os pés dos discípulos, de agora em diante ninguém no grupo poderá considerar-se superior ao outro. Não, isto é inaceitável: “Disse-lhe Pedro: jamais me lavarás os pés” (Jo 13,8). Pela primeira vez no Evangelho o discípulo é apresentado somente com o apelido negativo “Pedro”, nunca usado por Jesus, que o chamará sempre pelo seu nome, porém usado pelo evangelista para marcar toda vez que Simão se opõe ao Cristo (Jo 18,27; 21,20). A reação de Pedro não é sinal de humildade, mas, pelo contrário, a recusa de agir como Jesus.”
― A loucura de Deus: O Cristo de João (Biblioteca de estudos bíblicos)
― A loucura de Deus: O Cristo de João (Biblioteca de estudos bíblicos)
“Não aceita o seu gesto porque não está disposto a comportar-se como ele. Defende a posição de Jesus porque na realidade pretende defender a própria. A reação de Jesus é cortante: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo” (Jo 13,8). Quem não aceita o serviço não tem nada em comum com um Deus a serviço dos homens. Quem aceita ser submetido não compreendeu quem é Jesus, e não tem nada em comum com o Cristo, que torna as pessoas livres. Esperto como sempre, Simão tenta evitar a condição que Jesus lhe impôs e, colocado contra a parede, tenta uma última cartada, a cartada do rito. Não aceita o gesto de Jesus como expressão de serviço, mas, contornando o obstáculo, o interpreta como rito purificador: “Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça!” (Jo 13,9). Simão quer um rito purificador em vista da Páscoa, como faziam os peregrinos que “iam a Jerusalém antes da Páscoa para se purificar” (Jo 11,55). Simão não compreendeu que não é um rito de purificação que permite acolher o amor de Deus, mas, pelo contrário, é acolhida do amor de Deus aquilo que torna puros. Pelo fato de terem aceito Jesus, os discípulos já estão puros (“Estais puros por causa da palavra que eu vos disse”, Jo 15,3), mas precisam acolher a lavagem dos pés para compreender o serviço de Deus para com eles e o serviço deles para com os irmãos.”
― A loucura de Deus: O Cristo de João (Biblioteca de estudos bíblicos)
― A loucura de Deus: O Cristo de João (Biblioteca de estudos bíblicos)





