“Vamos encarar: Estou apavorada e paralisada. Para começar, creio, temo por mim... o primeiro anseio ancestral pela sobrevivência. Chegou a tal ponto que vivo cada momento com terrível intensidade. Na noite passada, voltando de carro de Boston, deitei-me no banco de trás e deixei que as luzes coloridas viessem a mim, a música do rádio, o reflexo do rapaz que dirigia. Tudo isso fluía por mim com uma pontada de dor gritante... lembre-se, lembre-se, isto é o momento, este momento, este momento. Viva-o, sinta-o, agarre-se a ele. Quero tomar consciência profunda de tudo que considerava favas contadas. Quando a gente sente que aquilo pode ser o adeus, a pancada é mais intensa. Preciso ter algo. Quero parar tudo, a monumental farsa grotesca inteira, antes que seja tarde demais. Mas escrever poemas e cartas não parece facilitar muito as coisas. Os grande homens são todos surdos.”
―
Sylvia Plath,
The Journals of Sylvia Plath