Read-along discussion

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Fahrenheit 451
Desafio 2013 - Distopia
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Fahrenheit 451
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Depois de começar foi difícil parar,prendeu-me logo na primeira frase. Lê-se rápido e devo acabar amanhã.

Eu também estou a ler, mas ainda não avancei o suficiente para comentar... amanhã já poderei deixar um comentário mais elaborado. :)

Confesso que a primeira página me repugnou um bocado. Tanto prazer por ver livros a arder chocou-me. Depois percebi que àquele homem, nunca foi dada uma oportunidade para pensar no que fazia.
Terminei há pouco. Tenho que dizer, ando com um azar em relação ao tipo de escrita que me aparece à frente. Antes estava a ler "O Homem do Castelo Alto" e achei a escrita seca e pouco cativante. Aqui, o problema é que o Ray Bradbury gosta demasiado de floreados e metáforas e de exagerar com eles. Dificultou a fluidez da leitura, porque volta e meia eu parava a meio de um chorrilho de floreados para pensar "vá lá, pára de engonhar e anda lá com isso", e fechava o livro para descansar de tanto palavreado. xD Tem o potencial para ser uma escrita bonita, mas é preciso saber quando parar no uso de metáforas.
Fora isso, é uma espécie de carta de amor à palavra escrita e ao livro. É fascinante ver a tendência destrutiva da natureza humana virada para o fogo e para queimar livros e casas repletas deles. E ver como as coisas foram manipuladas e justificadas para os "bombeiros" pensarem que estavam a fazer o bem, e o resto da população achar que destruir livros era louvável.
Fora isso, é uma espécie de carta de amor à palavra escrita e ao livro. É fascinante ver a tendência destrutiva da natureza humana virada para o fogo e para queimar livros e casas repletas deles. E ver como as coisas foram manipuladas e justificadas para os "bombeiros" pensarem que estavam a fazer o bem, e o resto da população achar que destruir livros era louvável.

E eu não consigo entender como é uma pessoa, no seu juízo certo, entende que queimar literatura é uma coisa boa! Sinceramente! Devia ser crime! Isso e tratar mal os livos


Fahrenheit 451 é uma obra sobre a qual já muito ouvi falar e Ray Bradbury é uma referência da literatura norte-americana, pelo que me foi completamente impossível contornar a leitura desta obra. Sabia que mais cedo ou mais tarde teria que ler este tão conhecido trabalho da literatura e sobre o qual já ouvi maravilhas. Confesso que a ideia me fascina. Apesar de ser uma amante de livros, fascinava-me ler este livro, ler sobre este conceito de queimar livros, de fazer arder conhecimento para este desaparecer e deixar de representar uma ameaça. De facto os livros podem realmente ser perigosos. Como o autor refere durante o decorrer desta obra, os livros fazem com que os seus leitores se questionem sobre o porquê das coisas e não o como. E a partir do momento em que desenvolvemos a capacidade de questionamento, começamos a duvidar ou a ponderar maneiras alternativas de fazer as coisas. Começamos a procurar uma saída alternativa – uma luz ao fundo do túnel -, uma melhor maneira de desenvolver ideias e projectos. Não é apenas e só o conhecimento que os livros nos oferecem que pode ser perigoso, são os processos de pensamento crítico que o nosso cérebro começa a construir que representam uma maior ameaça para um sistema político. Porque aqueles que não se questionam, vivem ignorantes do que a mudança pode significar e são portanto felizes no seu próprio desconhecimento. Mas aqueles que procuram saber o porquê das coisas, aqueles que procuram desconstruir as ideologias, adaptá-las, modificá-las, representam a possibilidade de destruir o que é conhecido e isso é o princípio do fim.
A ideologia deste sistema descrito na obra é portanto a limitação de acessos aos livros e à educação para que a população nunca sinta a necessidade de se questionar sobre os princípios base deste sistema. Os livros representam o fruto proibido do conhecimento e é por essa razão que deve ser exterminado, função que é realizada pelos bombeiros que outrora apagavam fogo e agora são quem os inicia.
Como já tinha referido antes, esta definição de sociedade fascinou-me (na verdade praticamente todas as distopias me fascinam por apresentarem hipóteses tão incrivelmente assustadoras mas originais e convenhamos, geniais) e a sociedade que Ray Bradbury aqui imagina não foge à regra. Sendo que este livro foi publicado pela primeira vez em 1953, parece-me muitíssimo original o conceito que o autor aqui criou e desenvolveu partindo do pressuposto que os livros são a fonte do que se encontra mal na sociedade. Mas o autor podia ter escolhido mil e uma maneiras de erradicar os livros da face da terra, tendo escolhido colocar os bombeiros no epicentro do sistema, que são figuras que normalmente associamos com paz, segurança e protecção.
Não posso, no entanto, dizer que esta leitura foi perfeita. Apesar de ter gostado do conceito onde o livro se baseia e a partir do qual toda a história se desenvolve, não gostei por aí além do Guy Montag nem me consegui identificar com ele. O que para mim significa que todo o percurso que o Guy Montag fez, foi para mim, a parte que menos impacto teve nesta leitura. Isto não quer de maneira nenhuma dizer que outros leitores sintam o mesmo, simplesmente quer dizer que o que achei verdadeiramente genial nesta obra foi todo o mundo que o autor construiu e as ideias que ele passou tendo como recurso o livro, aquilo que estes podem significar para quem os lê e como as ideias que colocamos num livro podem ter impacto num futuro longínquo. Os livros podem de facto mudar o mundo, mudar aquilo em que acreditamos e todas as nossas ideologias.
Os livros são uma das forças motrizes da nossa sociedade. Por isso é que é tão assustador que estes possam ser exterminados.
Interessadas:
Catarina "p7"
Carla
Carmo
Joana
A minha sugestão seria apontarmos a leitura para talvez dia 18 de Dezembro, que dizem?