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Um ser humano, qualquer ser humano, tem tão poucas oportunidades de estar no presente, de escapar à tirania do tempo e de se perder no momento. De amar alguém sem medida. De explodir com paixão. Algumas vezes quando somos crianças, talvez, para aqueles de nós que o puderam ser. Mas, depois disso, quantas vezes podemos respirar para além dos limites de nós próprios?

A partir de uma certa idade, quase todas as perguntas que uma pessoa faz a si própria têm a ver apenas com uma coisa: como hei de viver a minha vida?

Há uma manhã em que uma pessoa acorda com mais vida atrás de si do que à sua frente, sem perceber como é que isso aconteceu.

(...) e se fôssemos soldados fascistas as coisas não seriam tão complicadas. Obdeceríamos às ordens, viveríamos ou morreríamos, e, no fim de contas, aconteceria o que acontecesse. É mais fácil a gente sujeitar-se a um regime do que combatê-lo.