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Para já, este livro está a tornar-me mais consciente sobre o estado que tem vindo a enraizar-se no meu íntimo - o da alienação e isolamento.
Simultaneamente, não me deixa desesperar, já que a abordagem à complexidade do nosso “eu” é verdadeiramente interessante - ainda que não seja propriamente novidade.
Tem sido um exercício intelectual estimulante

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“E é evidente que a estabilidade, como espetáculo, não chega aos calcanhares da instabilidade. E o facto de se estar satisfeito não tem nada do encanto mágico de uma boa luta contra a desgraça, nada do pitoresco de um combate contra a tentação, ou de uma derrota fatal sob os golpes da paixão ou da dúvida. A felicidade nunca é grandiosa.”

Não me consigo livrar da sensação de que está constantemente presente uma comicidade que compõe os momentos que deveriam ser chocantes, dramáticos…
Até ver, o exercício imaginário é relativamente interessante, mas apesar de tudo pouco elaborado. Esperava mais do que um contexto distópico para justificar um drama que se me afigura nada surpreendente…

Ausência de liberdade individual em nome do “equilíbrio universal”. Oh que mundo absolutamente absurdo!
Está a ser interessante e algo cómico mergulhar neste mundo distópico…

O que é o espírito, afinal?

Siga reunir com Malambruno à boleia do famoso e rijo dorso de Clavileno!
Rebentam-se-me em público as bochechas de tanto rir com a má sorte destinada às “pouseiras” de Sancho.
São tantos e tão cómicos os lamentos com que o escudeiro se desmancha em puro sofrimento!

Que é um mero Leão para o enorme Cavaleiro da Triste Figura? Apenas uma fera que a todos atemoriza, mas que a Dom Quixote inspira e instiga a sua inigualável valentia!

Em tom de brincadeira: seria, aos olhos de Cervantes e romancistas contemporâneos, um suplício definir qual a mais bela e “donairosa” dama das várias presentes numa sala?

Gostei particularmente da passagem em que Elena se orgulha do seu trabalho, sem no entanto descurar a contribuição marcante e revolucionária da Lila nos seus raciocínios e consequentes trabalhos e reflexões

Que português impecável; que prosa rica e deleitosa. Tem sido uma verdadeira aula de arte de narrar…

Estava confiante de que sabia ler e escrever em português; confortavelmente. O senhor Adofo Rocha está simultaneamente a deslumbrar-me e deixar-me algo inseguro quanto às minhas aptidões…

General Epanchin descreve na perfeição esta fase do livro: “Isto está um verdadeiro manicómio!”

Em que jogo social alguém se submeteria a contar um episódio vergonhoso em que agiu de forma maldosa ou perversa? Não parece, ao mesmo tempo, tentador?

Será descabido que eu denote em Myshkin algumas parecenças de caráter com Alyosha dos Irmãos Karamázov. Mais assertivo, possivelmente…

Nunca imaginei que a violência pudesse ser descrita de forma tão dura e, simultaneamente, delicada.

Que narrativa tão simples, intensa, hipnotizante…
É um tipo de escrita que me massaja o cérebro, que embora me acalme, me estimula profundamente. Como o faz, por exemplo, Jon Fosse.

Haverá alguém com juízo e sanidade mental nesta história para além da pobre Nelly Dean?

As frases montadas e carregadas de sentimentalismo que vão acompanhando esta história em que os personagens não se sentem, de todo, reais, está a dar cabo de mim.
Pouco falta ao Viriato para ser Santo.

“Não, padre - disse ele. - Eu tenho outra ideia do amor. E hei de recusar até à morte esta criação em que crianças são torturadas”

“Não - insistiu Rambert com amargura -, o senhor não pode compreender. O senhor fala a linguagem da razão, o senhor vive na abstração.”

Pergunto-me quando e como é que a compaixão fura as redes da abstração, da verdade e da obrigação de um médico. De um profissional cuja função se deve basear na razão e na evidência…

Lidas já umas quantas páginas, estou farto de me rir e sobretudo de ficar extremamente confuso.
Mas afinal o que se passa aqui??

É magnífica a forma como Eça de Queiroz desenvolveu os personagens para criticar os comportamentos perversos por parte de entidades e representantes da igreja.
Aceites socialmente de uma forma cobarde e inacreditável, o povo e seus representantes optam por serem cegos, surdos e mudos.
Destaca-se, naturalemnte, a personagem do Padre Amaro, as suas circunspeções, esperteza e manipulação dos outros à sua volta.

Seriously? This is the second ROMANTIC 19th century classic I've read and the formula looks identical. After reading Pride and Prejudice I was able to forgive some clichês due to the excepcional writing. But now that I see so many similarites between them, I'm afraid of reading more like these.
Another rich, stern, attractive, mysterious man she'll fall in love with?...

However, beautiful writing, once again.

Tenho desfrutado da forma como somos transportados para o contexto temporal e local da história.
Sobretudo da descrição breve em termos de características visuais mas profunda a nível sensorial que obtemos da aldeia/cidade piscatória.
Refiro-me ao ambiente da taberna, à personalidade dos personagens e os fabulosos capítulos passados.
Mas, confesso, pergunto-me se o capítulo "Cetografia" é necessário. Algo confuso.

Tinha saudades da sensação de ler John Steinbeck.
O protagonista mostra-se imediatamente interessante, misterioso, muito humano e inteligente.
Não interpretem erradamente o meu "humano", pois digo-o abrangendo tudo. O bom, o mau, o "sei lá se é bom ou mau", o "penso mas pelo menos não faço, mas a verdade é que alguns desses instintos são maus, penso eu, mas tenho-os, porque sou humano."
Steinbeck...

Tem sido uma aventura muito envolvente e de forma geral muito bem escrita excetuando as partes em que são tratados como murmúrios aquilo que podiam ser apenas os pensamentos dos protagonistas.