Tiago Germano's Blog - Posts Tagged "redes-sociais"
Texto meu no Homo Literatus
Notas sobre literatura e performance nas redes sociais
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Em O Ano em que Vivi de Literatura (Foz, 2015), Paulo Scott nos apresenta Graciliano, um escritor corroído pela fama precoce, que não consegue entregar um romance para a editora e divide seu tempo entre o monitoramento de suas redes sociais e a tentativa vã de se manter sóbrio e domar o próprio pau. Não é uma narrativa para estômagos fracos. A viagem rumo ao vácuo emocional de Graciliano é nauseante. Virar as páginas do livro é como avançar num filme pornô com a certeza de que cada encontro de Graciliano com uma personagem feminina resultará em uma passagem com alguma conotação sexual. Paródia e sátira foram algumas das palavras que a imprensa utilizou para definir o livro de Scott no seu lançamento. Parte da minha implicância com o livro, na época, devia-se justamente a isso: até que ponto uma obra que parodia ou satiriza um objeto, emulando este objeto, não começa a se tornar, por conseguinte, o próprio objeto que parodia ou satiriza? É o que James Wood chama de (respiremos fundo…) “tautologia do projeto literário contemporâneo”. Em uma síntese bastante rude: seria possível não fazer uma narrativa antipática com um personagem tão profundamente antipático quanto Graciliano? Paulo Scott tentou.
(Leia o texto completo no Homo Literatus)
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Em O Ano em que Vivi de Literatura (Foz, 2015), Paulo Scott nos apresenta Graciliano, um escritor corroído pela fama precoce, que não consegue entregar um romance para a editora e divide seu tempo entre o monitoramento de suas redes sociais e a tentativa vã de se manter sóbrio e domar o próprio pau. Não é uma narrativa para estômagos fracos. A viagem rumo ao vácuo emocional de Graciliano é nauseante. Virar as páginas do livro é como avançar num filme pornô com a certeza de que cada encontro de Graciliano com uma personagem feminina resultará em uma passagem com alguma conotação sexual. Paródia e sátira foram algumas das palavras que a imprensa utilizou para definir o livro de Scott no seu lançamento. Parte da minha implicância com o livro, na época, devia-se justamente a isso: até que ponto uma obra que parodia ou satiriza um objeto, emulando este objeto, não começa a se tornar, por conseguinte, o próprio objeto que parodia ou satiriza? É o que James Wood chama de (respiremos fundo…) “tautologia do projeto literário contemporâneo”. Em uma síntese bastante rude: seria possível não fazer uma narrativa antipática com um personagem tão profundamente antipático quanto Graciliano? Paulo Scott tentou.
(Leia o texto completo no Homo Literatus)
Published on May 18, 2018 13:13
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Tags:
facebook, literatura, performance, pokemons-de-bukowski, redes-sociais


