Eduardo Leite's Blog - Posts Tagged "readings"

Fiquei muito surpreso de ter lido 45 livros em 2023. Foram 25 livros escritos por autores do Brasil. 26 livro escritos por mulheres. Um livro por autor não-binário. Oito livros de autoria negra. Um de autoria indígena. Quatro autores nordestinos, uma autora nortista. Muito a melhorar em termos de diversidade ainda, mas seguimos.

A lista dos dez melhores livros segue com onze, porque o primeiro deles eu acabei não tem muito tempo e é injusto ranquear com os demais, porque este livro ainda está muito vívido em mim.

Este livro é Oração para desaparecer, de Socorro Acioli.

Que livro bonito!!! Essa história me emocionou de um jeito muito específico pra conseguir descrever brevemente. Mas um livro extremamente brasileiro, apesar de boa parte de sua história se passar em Portugal. Só a Socorro para colocar umas referências reais que parecem realismo mágico e um realismo mágico que eu tinha certeza que era parte da realidade. Impecável!

10. O crime do bom nazista, de Samir Machado de Machado.
Tinha muita curiosidade de ler algum livro do Samir e, apesar de ter um início meio caricato num estilo Agatha Christie que não é muito meu estilo, me ganhou muito no desfecho surpreendente.


09. Chuva de papel, de Martha Batalha
Eu sou muito fã da escrita leve, bem humorada e irônica de Martha Batalha desde que a li pela primeira vez em Eurídice Gusmão. Tudo o que ela escreve é divertido na mesma medida em que é avassalador.

08. Lições de Ian McEwan
Eu amo um bom romance de formação e este não foi diferente. Uma história do século XX e começo do XXI a partir da vida de um personagem, que me deixou completamente envolvido em suas quase 700 páginas. Tinha muito tempo que eu não lia um livro tão longo e não me arrependo de pegar esse.

07.Memória de ninguém, de Helena Machado.
Um dos primeiros livros que li este ano. Me impactou pela escrita de tirar o fôlego da Helena. Um livro sobre luto em que não há respiro. A primeira leitura que não conseguia largar do ano.


06. Caderno de memórias coloniais, de Isabela Figueiredo.
Um livro meio ficcional meio de memórias sobre uma portuguesa nascida em Moçambique, sua relação com o pai e a colonização do país africano. Uma das melhores coisas que li no meu período em Portugal com certeza.

05. O manto da noite, de Carola Saavedra.
Uma viagem de livro, no sentido literal e figurado. Uma história que envolve pelo passeio no inconsciente. Esse livro deixou uma impressão muito forte em mim e não sei nem descrever direito essa história fragmentada pela Cordilheira dos Andes.

04. The prettiest start, de Carter Sickels.
Esse livro tava há muito tempo na minha wishlist, sempre soube que ia amar. Um rapaz gay volta para morrer na cidadezinha em que nasceu depois de uma temporada em Nova York. Um retrato dolorosíssimo da epidemia de HIV/Aids nos anos 80.

03. A água é uma máquina do tempo, de Aline Motta.
Comecei a ler esse livro em 2022, depois de ir para um bate-papo com a Aline, que não conhecia, e fiquei obcecado pelo processo de produção deste livro de poemas/memórias/colagens e muitas outras coisas.

02. History of violence, de Edouard Louis.
Um livro que mexeu comigo pessoalmente, por passar por um episódio de violência não parecido com o que o protagonista sofre, mas que reverberou em mim por muito depois e de modo muito parecido. Até hoje penso nesse livro.

01. Não fossem as sílabas do sábado, de Mariana Salomão Carrara.
Um livro que me fez chorar a cada duas páginas. A escrita da Mariana é das coisas mais lindas do mundo! Uma história sobre o luto de duas viúvas que têm suas vidas entrelaçadas pelo suicídio. Entrou pros favoritos da vida com certeza!