Sebastião Regressa a Casa!
Rapazes e raparigas, o meu conto infantil, Sebastião Regressa a Casa, está prestes a chegar às livrarias. É uma micro-epopeia de que me orgulho bastante e que me deu muito gozo a criar, nos idos de 2005, a convite do editor Jorge Reis Sá para uma colecção que saiu com o jornal Público e que envolveu uma variedade impressionante de autores, de Eduardo Lourenço a Clara Pinto Correia, passando por Sérgio Godinho e por este vosso amigo que se assina. A ideia de Sebastião Regressa a Casa eu já a havia tido há uns bons anos (penso que ainda no século XX) e estava enfiada, calada, numa pasta de projectos impossíveis, no meu computador. Originalmente, tive-a não para um conto infantil mas para um filme - uma fábula louca adulta, muito inspirada pelo universo de Terry Gilliam (e pelo seu Rei Pescador), em que uma família adoptava El Rei D. Sebastião, que aparecia, desorientado, numa manhã de nevoeiro num tremendo engarrafamento na 2ª Circular e em que passávamos boa parte do tempo a inquirir-nos se aquele seria mesmo o Rei, regressado por artes sobrenaturais, ou se era apenas um louco.
Esquecida a versão cinematográfica adulta, transformei-a numa fábula infantil quando o Jorge me desafiou em 2005 para criar um dos livros daquela colecção. O livro ficou giro, mas fiquei sempre com a ideia de que um dia poderia fazer uma espécie de director's cut da história, numa edição mais pessoal - e isso aconteceu agora, seis anos depois, com a editora Objectiva/Alfaguara. Para esta reedição não só dei alguns retoques no texto como desafiei a Patrícia Furtado, minha ilustradora na Caderneta de Cromos, a criar todo um universo technicolor para a aventura, que de repente se transformou numa espécie de graphic novel...
A história é um cruzamento de referências minhas, que vão desde Os Lusíadas de Camões, ao E.T. de Spielberg - e, pelo meio, fala ainda de reality shows (porque acredito que, hoje em dia, se D. Sebastião voltasse, enfiavam-no num programa desses!). No ano em que a história foi escrita, a loucura era um programa chamado A Quinta das Celebridades, que envolvia uma série de, bom, celebridades, metidas numa, lá está, quinta. Decidi não alterar, não só porque o conceito continua a ser surreal e também porque, com mais ou menos animais, os reality shows acabam sempre por ir dar ao mesmo.
Quando saiu a primeira versão de Sebastião Regressa a Casa, que teve uma tiragem bastante limitada, algumas escolas adoptaram o livro para contar a história aos seus alunos e há registo, na Internet, de crianças que fizeram trabalhos sobre ele, o que me deixa bastante feliz e com esperança de que agora, nesta nova e maior edição, ele chegue a ainda mais pessoas. Estamos a planear sessões de apresentação e autógrafos para muito breve - nada como irem à zona de eventos do Facebook da editora Objectiva para saberem lugares e datas.
Estamos também em conversações para transformar esta história em algo mais do que um livro. Mas sobre isso, falamos noutra altura!
Published on November 25, 2011 16:10
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