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O livro que vos trago hoje é "Deep Cuts" de Holly Brickley, e, no geral, gostei bastante. A história acompanha Percy, uma estudante de literatura apaixonada por música, que se envolve numa colaboração intensa com Joe, um aspirante a cantor e compositor. A relação deles é marcada por uma tensão constante entre a amizade, a criatividade e um romance que nunca se concretiza totalmente. O que mais me cativou foi a forma como a música está entrelaçada na narrativa. Cada capítulo tem o nome de uma música, e há referências a artistas como Leonard Cohen, Joni Mitchell, Fleetwood Mac, LCD Soundsystem, Don Henley, Pj Harvey, Kate Bush e Radiohead. Para quem é fã de música, é um verdadeiro deleite. No entanto, houve momentos em que senti que Percy divagava um pouco demais. As suas análises musicais, embora interessantes, por vezes pareciam afastar-se da trama principal. Além disso, a relação entre Percy e Joe, que começa de forma promissora, perde um pouco da sua força à medida que a história avança, tornando-se menos envolvente. Apesar disso, Deep Cuts é uma leitura envolvente, especialmente para quem aprecia histórias sobre música e relações complexas. É um retrato honesto das inseguranças e ambições de uma jovem mulher a tentar encontrar o seu lugar no mundo. No geral, um sólido ⭐⭐⭐⭐. Quem já leu? Terminei hoje "Tudo o que Ficou por Dizer" da Rebecca Yarros e ainda estou a digerir tudo o que este livro me fez sentir. É daqueles romances que nos apanha de surpresa — delicado, intenso e cheio de emoção do início ao fim. A história alterna entre passado e presente, o que, para mim, resultou lindamente. No presente, acompanhamos a Georgia, uma mulher marcada por um divórcio recente, que volta à casa da bisavó para lidar com o luto e o legado que esta deixou: um manuscrito inacabado. A editora decide convidar um jovem e talentoso escritor, o Noah, para terminar a obra… e a partir daqui, começa uma ligação entre eles que vai muito além da escrita. Ao mesmo tempo, conhecemos a história da Scarlett, a bisavó da Georgia, uma mulher absolutamente inspiradora, que viveu um amor profundo e corajoso durante a Segunda Guerra Mundial. Confesso que os capítulos do passado foram dos meus preferidos — havia uma força e uma verdade na relação da Scarlett e do Jameson que me emocionou imenso. O que mais me tocou neste livro foi a forma como a autora explorou temas como o amor que sobrevive ao tempo, as segundas oportunidades, o peso das escolhas e a coragem para recomeçar. É um romance que consegue ser doce e doloroso ao mesmo tempo. Fez-me rir, suspirar e, sim, também deixou algumas lágrimas pelo caminho. Se procuras uma leitura emotiva, bem construída e com personagens marcantes, recomendo mesmo que leias "Tudo o que Ficou por Dizer". Não é só uma história de amor — é uma história sobre o que deixamos por dizer… e o que ainda podemos viver. E vocês, já leram? Há livros que não são apenas histórias — são experiências vividas que nos atravessam por dentro. O Último Vale Verde chegou até mim num momento em que precisava de ser recordada da força que existe na resistência silenciosa, no amor incondicional e na esperança teimosa. Baseado em factos verídicos, este livro acompanha Emil e Adeline Martel, um casal de origem alemã a viver na Ucrânia, que, em plena Segunda Guerra Mundial, é forçado a tomar decisões quase impossíveis para proteger a sua família. Em 1944, perante a ameaça do avanço soviético, decidem fugir com os nazis — não por ideologia, mas por medo, por sobrevivência. E é nesse espaço ambíguo, entre o certo e o errado, que se constrói esta história profundamente humana. O que mais me tocou foi a forma como Mark Sullivan narra o sofrimento e a coragem sem cair no exagero ou no sentimentalismo. Ele retrata os horrores da guerra com respeito, rigor e um olhar muito humano. Mais do que cenas de violência, o que fica são os pequenos gestos de amor, as decisões difíceis, os momentos de fé em plena escuridão. Houve páginas em que tive mesmo de parar, fechar o livro e respirar. A dor da separação, o peso da responsabilidade, o medo constante… mas também a resiliência, o instinto de protecção e a esperança. Adeline e Emil são retratados com uma humanidade desarmante — com falhas, com dúvidas, mas com um amor que nunca vacila. Este livro fez-me pensar no que é, afinal, o nosso “último vale verde”. Um lugar de paz, de liberdade, de recomeço. E talvez, como acontece com os Martel, esse vale não esteja num lugar físico, mas sim nas pessoas com quem escolhemos partilhar a vida. No amor que levamos connosco, mesmo em fuga. Se procuras um livro que te envolva por inteiro — que te faça sentir, reflectir, e até chorar um pouco — então O Último Vale Verde é mesmo para ti. Lê-o com tempo, com calma… e de coração aberto. @culturaeditora @grupoinfinitoparticular ✍🏻 Mark T. Sullivan
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