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Ligia Gonçalves Diniz

“A noção de sublimação, porém, é muito problemática. Aos 51 anos, Freud parecia ter deixado para trás a possibilidade de converter tesão em trabalho intelectual e reconhecia que os encontros sexuais atrapalhavam seu trabalho teórico. Em uma carta a Jung, planejou: “Quando eu houver superado completamente minha libido (no sentido comum do termo), começarei a trabalhar em uma [teoria da] ‘Vida amorosa do ser humano’”.
Freud não está falando de impotência, mas da própria falta de tesão, que surge como condição para a empreitada intelectual. Então seria preciso parar de sentir desejo para conseguir se concentrar numa obra ambiciosa? Havia ele se convencido de que apenas forças superiores o impediriam de ceder aos apelos da carne em detrimento do tempo dedicado ao espírito criativo? Tudo me soa ridiculamente despropositado: poucas coisas produzem mais tesão do que um encontro intelectual extraordinário; e, em contrapartida, sem libido (“no sentido comum do termo”), prefiro crer que não poderei mais produzir coisa nenhuma e estarei prontinha para desligar os aparelhos.”

Ligia Gonçalves Diniz, O homem não existe: Masculinidade, desejo e ficção
tags: homens
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O homem não existe: Masculinidade, desejo e ficção O homem não existe: Masculinidade, desejo e ficção by Ligia Gonçalves Diniz
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