Homens Quotes

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Oscar Wilde
“Imagino que um homem que um dia amou uma mulher fará qualquer coisa por ela exceto deixar de continuar a amá-la.”
Oscar Wilde, An Ideal Husband

Mehmet Murat ildan
“Os cachorros são frequentemente mais felizes que os homens porque as coisas mais simples são as coisas mais fantásticas para eles.”
Mehmet Murat ildan

Jane Austen
“Os homens tiveram todas as vantagens em relação a nós no que diz respeito a contar sua versão da história. Eles tiveram uma educação muito mais refinada; a pena sempre esteve em sua mão.”
Jane Austen, Persuasion

Antero de Quental
“DIVINA COMÉDIA

Erguendo os braços para o céu distante
E apostrofando os deuses invisíveis,
Os homens clamam: — «Deuses impassíveis,
A quem serve o destino triumfante,

Porque é que nos criastes?! Incessante
Corre o tempo e só gera, inestinguíveis,
Dor, pecado, ilusão, lutas horríveis,
N'um turbilhão cruel e delirante...

Pois não era melhor na paz clemente
Do nada e do que ainda não existe,
Ter ficado a dormir eternamente?

Porque é que para a dor nos evocastes?»
Mas os deuses, com voz inda mais triste,
Dizem: — «Homens! por que é que nos criastes?»”
Antero de Quental, Sonetos Completos

Victor Hugo
“Os maus têm uma maneira sinistra de ser felizes.”
Victor Hugo, Les Misérables: Penguin Classics

Ligia Gonçalves Diniz
“A noção de sublimação, porém, é muito problemática. Aos 51 anos, Freud parecia ter deixado para trás a possibilidade de converter tesão em trabalho intelectual e reconhecia que os encontros sexuais atrapalhavam seu trabalho teórico. Em uma carta a Jung, planejou: “Quando eu houver superado completamente minha libido (no sentido comum do termo), começarei a trabalhar em uma [teoria da] ‘Vida amorosa do ser humano’”.
Freud não está falando de impotência, mas da própria falta de tesão, que surge como condição para a empreitada intelectual. Então seria preciso parar de sentir desejo para conseguir se concentrar numa obra ambiciosa? Havia ele se convencido de que apenas forças superiores o impediriam de ceder aos apelos da carne em detrimento do tempo dedicado ao espírito criativo? Tudo me soa ridiculamente despropositado: poucas coisas produzem mais tesão do que um encontro intelectual extraordinário; e, em contrapartida, sem libido (“no sentido comum do termo”), prefiro crer que não poderei mais produzir coisa nenhuma e estarei prontinha para desligar os aparelhos.”
Ligia Gonçalves Diniz, O homem não existe: Masculinidade, desejo e ficção
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Bram Stoker
“Por que não permitem que uma moça se case com três homens, ou com quantos quiser, e evite todo esse tumulto?”
Bram Stoker, Bram Stoker's Dracula

Jojo Moyes
“O livro — que era surpreendentemente interessante — era sobre uma espécie de luta pela sobrevivência. Afirmava que as mulheres não escolhiam os homens por amor.
Segundo o livro, a fêmea da espécie sempre escolheria o macho mais forte para aumentar as chances de sobrevivência da prole. Ela não tinha culpa. É a natureza.
Como eu era antes de você”
Jojo Moyes - Como eu era antes de você

Kathleen E. Woodiwiss
“Nem sempre há segurança nos números, e às vezes as circunstâncias influem muitas nas ações dos homens.”
Kathleen E. Woodiwiss, Uma Rosa do Inverno

Giovanni Papini
“Amar aos homens como castigo
Como os homens são, quase todos, desprezíveis e repugnantes - tudo menos dignos de amor -, amá-los por determinação (e só por temor a Deus os podemos amar) constitui uma pena, um suplício, uma penitência.”
Giovanni Papini, Relatório sobre os Homens

Michel Onfray
“Os homens só revestem os deuses com as qualidades que lhes cabem.”
Michel Onfray, L'art de jouir

Paulo Neves da Silva
“Não quebro muitas vezes a cabeça a propósito da questão do bem e do mal, mas, em média, descobri muito pouco «bem» entre os homens. Segundo o que deles sei, são na maioria escumalha, quer se reclamem da ética desta ou daquela doutrina, quer de nenhuma.”
Paulo Neves da Silva, Citações e Pensamentos de Freud

José Saramago
“Não levaria os elefantes a lado nenhum se não houvesse quem os guiasse, Levou-os à guerra, À guerra dos homens, A bem dizer, não há outras. O homem era filósofo.”
José Saramago, A Viagem do Elefante

Ligia Gonçalves Diniz
“Como feminista, naturalmente quero perceber com clareza o modo como a defesa de certos privilégios penetra insidiosamente os mais diversos discursos, inclusive o literário. Quero distinguir os valores masculinos hegemônicos daqueles universais, se é que estes existem. No entanto, como mulher formada por essa cultura, preciso admitir que sou parte dela, que não há modo objetivo de isolar minha consciência feminina de todo o resto. Em outras palavras, não só ler literatura escrita por homens mas também ler como um homem — já que tantos livros foram escritos para eles — são experiências constitutivas do modo como entendo a mim mesma e o mundo.
Para uma mulher, crescer em uma cultura predominantemente masculina significa ocupar um lugar esquisito, em que é preciso se tensionar entre sujeito e objeto. As narrativas a que somos expostas frequentemente nos esticam (ou nos dilaceram) entre duas práticas e atitudes: entre, de um lado, o gesto de calçar os sapatos de personagens e autores homens, vivendo — como leitoras, ouvintes e espectadoras — suas aventuras e desventuras, e, de outro, o movimento de nos colocarmos no nosso devido lugar, à parte desse mundo mágico ou, no caso heterossexual, na posição secundária de objetos de desejo dos sujeitos.
A diferença entre querer ser e querer ter é só aparentemente simples. Eu me lembro bem do dia em que percebi o que há no meio do caminho. Tinha uns dezessete anos e estava no corredor da Faculdade de Direito, conversando com alguns dos rapazes da turma. Um deles fez, então, alguma piada grosseira e logo me pediu desculpas por falar aquilo na frente de uma garota. Outro colega, porém, disse para ele relaxar: “A Ligia é como a gente, não tem problema”. Eu queria, sim, ser como a gente — poder fazer e ouvir piadas grosseiras etc. —, mas também queria, e muito, ser como as garotas diante de quem não se fazem piadas grosseiras. Eram elas, afinal, que eles queriam beijar.
No meu caso — uma menina nerd que gostava de submergir nos livros e no cinema, e que ouvia muito Bob Dylan e Chico Buarque —, romances, poemas, filmes e canções contribuíram bastante para eu viver esse lugar esquisito, de querer ser tanto o aventureiro que atravessa 2 mil quilômetros escondido em vagões de trem quanto a mulher fatal que faz com que ele finalmente se descuide e acabe morto. Queria ser o herói que tinha um cavalo que falava inglês e também a noiva do caubói. Ainda quero.”
Ligia Gonçalves Diniz, O homem não existe: Masculinidade, desejo e ficção
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Ligia Gonçalves Diniz
“Por essas e outras, registro logo um credo importante: personagens machistas não tornam o autor ou o livro machistas, não necessariamente. E mais: livros machistas não são necessariamente ruins. Se o homem tem tantas vezes dificuldade de se abrir para o outro — essa exigência da ficção —, me esforço para não cair no mesmo erro. Também critico, porém, a falácia segundo a qual obra e autor são entidades separadas por milagre. Não são, e às vezes temos que decidir se vamos sustentar gostar de um autor babaca.”
Ligia Gonçalves Diniz, O homem não existe: Masculinidade, desejo e ficção
tags: homens

Ligia Gonçalves Diniz
“Pênis é empregado em passagens que se propõem a ser mais objetivas ou — entre muitas aspas — científicas. Falo é o pênis ereto, geralmente tomado em seus sentidos simbólicos. Pinto é o órgão de homens que estão fora da minha esfera de atração sexual: pintos pertencem a pais, tios e outros parentes, a adultos que inspiram asco, a idosos bem caquéticos e, sobretudo, a crianças. Pau é o que uso para me referir a todos os outros homens, a não ser quando, no meio da frase, lembro que minha mãe vai ler este livro, e então uso pênis.”
Ligia Gonçalves Diniz, O homem não existe: Masculinidade, desejo e ficção
tags: homens

Ligia Gonçalves Diniz
“Dizem os mitos que, quando Zeus e Hera confrontaram Tirésias sobre quem sentia mais prazer no sexo, o adivinho não titubeou: as mulheres sentem nove vezes o prazer do homem. Hera não gostou — o gozo erótico é da alçada de Afrodite — e cegou o coitado. Fico com Tirésias. Nunca foi do domínio da inveja o que sinto diante de um pênis ereto — uma mulher não precisa de um objeto sobre o qual depositar toda a sua potência; é bem mais divertido interagir com ele. Nossa potência se espalha pelo corpo inteiro, e essa é a melhor sensação que se pode experimentar. O problema aparece nos momentos em que a tal potência anda em baixa e não temos um objeto singular sobre o qual jogar a responsabilidade pelas nossas frustrações, como um chefe abalado que faz bobagem e coloca a culpa em um pobre funcionário.”
Ligia Gonçalves Diniz, O homem não existe: Masculinidade, desejo e ficção
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Ligia Gonçalves Diniz
“Como não se lembrar da ideia que os homens gregos faziam de suas mulheres, e de como se assustavam com elas? “Mulher é a criatura que joga para o lado de fora aquilo que está dentro”, resumiu sobre isso Anne Carson, não sem criticar a virtude patriarcal do autocontrole: o que a Grécia antiga chamava de sofrósina (prudência, moderação), diz ela, Freud rebatizou de repressão (ou recalque, a depender da tradução). E encerra “The Gender of Sound” — provavelmente meu texto feminista preferido de todos os tempos — afirmando que talvez haja um modo mais generoso de encarar a virtude, a convivência e a subjetividade humanas do que em termos de uma dissociação entre o interior e o exterior.
Acho que, mais do que contato contínuo entre lábios, prazer ou gozo, porosidade ou abertura, a palavra que me parece mais pertinente quando me entendo como ser que dispõe de uma vagina é “atenção” — não ao pênis, mas ao mundo. Ainda mais eloquente, porém, do que Irigaray, Clarice ou Carson (ou eu), é uma figurinha de WhatsApp que recebi dia desses e que apresenta a imagem de um passarinho com as perninhas afastadas e os dizeres: “A periquita chega a abrir sozinha”.”
Ligia Gonçalves Diniz, O homem não existe: Masculinidade, desejo e ficção
tags: homens

Ligia Gonçalves Diniz
“Em Um teto todo seu, Virginia Woolf usou a imagem alegórica do espelho para pensar a opressão patriarcal. Durante séculos, escreveu ela em 1929, as mulheres serviram “como espelhos que possuem o poder mágico e delicioso de refletir a figura do homem com o dobro de seu tamanho natural”. Sem essa lente de aumento, diz ela, ou seja, sem alguém em relação a quem se sentir superior, seria difícil para os homens conseguir desenvolver uma civilização, produzir arte e fazer descobertas científicas. Servimos, basicamente, como uma espécie de versão não literal, e mais insidiosa, dos espelhos do libidinoso romano Hostius Quadra.
Woolf entendeu bem a velha história: nós mulheres gostamos de nos olhar no espelho; os homens gostam de ver a própria imagem refletida nos outros, seja em nós, na arte ou na sociedade.”
Ligia Gonçalves Diniz, O homem não existe: Masculinidade, desejo e ficção
tags: homens

Ligia Gonçalves Diniz
“Gosto de sonhar com um mundo e um tempo em que a liberdade erótica dos homens livres atenienses será plenamente democratizada, e todos poderemos exercer nossos desejos — no limite do consentimento entre adultos — no contato com pessoas específicas, e não sob a mediação de categorias como hétero ou homossexualidade, cis ou transexualidade. Se desorganizar direitinho, todo mundo transa. No caso da Atenas clássica, no entanto, a liberdade erótica era bem relativa. Halperin resume a questão dizendo que a sociedade era puritana não quanto à vida conjugal ou reprodutiva, e sim em relação à virilidade.10 Não é muito diferente do que hoje os “cidadãos de bem” advogam; a diferença principal está na hipocrisia da vida pública, em suas muito disfarçadas inconsistências com as vidas íntimas ou nos impulsos recalcados e patologizados.”
Ligia Gonçalves Diniz, O homem não existe: Masculinidade, desejo e ficção
tags: homens

Juliana Krapp
“Conversa séria

Não é justo que você culpe tanto os homens
juliana os homens
não estão menos perdidos ou assombrados também eles
estão tentando fazer o seu melhor sabemos
como é difícil que mal tem
que não consigam preparar
a própria refeição ou cuidar da própria imundície ou
enxergar além do próprio umbigo eles não foram
acostumados a tantas coisas qual o problema
de acordarem tarde e começarem cedo
a beber e a postergar as necessidades
dos filhos todo mundo
precisa de um pouco de descanso que importa
se endeusam o próprio falo se fodem
exigindo gritos para se certificar
de como são mesmo imbatíveis se paralisam em mágoa
ante instruções quanto ao que dá e o que não dá prazer
num corpo que não é o deles por que te irrita tanto
que não se limpem que não se vistam que não aparem
os pelos eles são homens não é
da sua natureza ademais
quem nunca subjugou traiu se apossou violentou
socou a parede ante um ciúme cobrou
devoção quis fruir o melhor da vida guiado apenas
por seu próprio e cego desejo quem nunca
cobrou exclusividade no amor enquanto
cortejava às escondidas quem consegue
não dar tanto espaço para o próprio ego não urrar
quando se sente vulnerável não precisar
se envaidecer muitas vezes ao dia não é razoável
que você os critique por frequentarem debates políticos
enquanto não se importam com as mulheres que limpam suas privadas você
exagera são homens
e fazem mesmo piadas riem juntos
de nossas ideias e fracassos eles nos apontam
nosso lado monótono é natural e possível
conviver com isso veja se seu problema
não é algum tipo de insatisfação patológica um medo
profundo de se envolver eu vejo
como você está ficando cada vez mais sozinha e além disso
olhe esses seus fios brancos
essas unhas por fazer esse seu
sorrisinho”
Juliana Krapp, Uma volta pela lagoa