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Discussões > Bela, recatada e do lar

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message 1: by Jackeline (last edited Apr 20, 2016 02:48PM) (new)

Jackeline Paes | 12 comments Mod
O Brasil tem tornando cada vez mais evidente um fato anunciado por Habermas sobre o mundo pós-moderno, a saber, o retorno das políticas neoconservadoras.
Torna-se assim necessário e urgente uma discussão sobre o papel dos grupos que representam as minorias sociais, dentre estes os grupos feministas. Sobre isso, e agregando a polêmica em circulação da revista Veja desta semana que ressalta o papel da mulher "perfeita" do Temer, falemos sobre os seguintes temas:

- Por que alguns 'perfis e comportamentos' femininos são amplamente aceitos e exaltados e outros excluídos?
- O que faz esta mentalidade prevalecer, apesar de tantas mudanças no papel da mulher contemporânea?
- Quais paradigmas devem ser superados para que a mulher deixe de ter uma papel (status) definido pela sociedade patriarcal? E como poderemos superar estes paradigmas?


message 2: by [deleted user] (new)

Acho que essa visão da mulher recatada é o que satisfaz o patriarcado, a mulher recatada não se exalta, ela não reclama. Ela fica inserida dentro desse sistema, sendo oprimida, mas não se importando tanto com isso. No caso da mulher de Temer, que casou com ele bem jovem, é fácil ficar "no lar" cuidando do filho, mesmo formada em Direito (sem nunca exercer a profissão), usando o dinheiro do marido (ou seja, os nossos impostos) para ir ao salão de beleza.
É ignorada a realidade da maioria das brasileiras, que precisam trabalhar para sustentar a casa e a família, que se negam a depender de outra pessoa financeiramente (pois sabemos que em um mundo capitalista como esse, depender do dinheiro de outro, é ter sua vida toda atravancada por conta disso). Logo, já não somos do lar como éramos antigamente, mesmo recebendo menos e trabalhando muito mais.
Não somos "belas" seguindo o padrão de beleza vigente pois somos muitas e diversificadas, somos negras, índias, pardas... gordas, magras, tatuadas... esse padrão sustentado ainda pelo mercado da moda exclui a grande maioria de nós.
Não somos recatadas pois nos negamos a ficar em segundo plano sempre e a sermos abusadas das mais diversas formas. Vale lembrar que quem está no poder não gosta de gente que discute, que argumenta (vem daí a falta de investimento em educação nesse país, povo inteligente é povo que questiona). Quando nós, mulheres, resolvemos retrucar contra o patriarcado, todos esses clichês de mulher perfeita começaram a ser jogados em cima de nós, como um modo de controle e repressão (mais um de muitos).


message 3: by Pedro (last edited Jun 02, 2016 05:31PM) (new)

Pedro (integratedwhole) | 3 comments Essa fixação, que os conservadores adotaram como projeto de vida, em mandar a sociedade inteira com uma passagem só de ida à Tediolândia é bizarra.

Todo este fetiche da fiscalização de vaginas, úteros, bumbuns é hilário quando visto a distância, talvez trágico quando visto mais de perto.

Se vocês estão preocupadas com Michel Temer, esperem até o sargentão Bolsonaro, o homem que está arrasando os corações da população brasileira, arrancar a sua gangue dos porões da história para marcharem rumo à presidência. Eu até apostaria que, daqui a uns 30 anos, figurará um novo período nos livros de história do Brasil - O Bolsonarismo .

Não tenho "fé" na política em geral, mas até eu já tinha retirado esse tipo de insanidade do horizonte do possível.


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