Diz-me o que lês, dir-te-ei quem és discussion

Jane cresce e toma a primeira grande decisão da sua vida: torna-se perceptora. Em pouco tempo, encontra-se a servir uma casa de um aristocrata inglês e a ensinar a sua filha adoptiva, junto de uma equipa de criados muito vasta e com características muito singulares. À medida que o tempo passa, a história perde o carácter tão negativo a que nos habituámos no início, dando lugar a uma descoberta lenta de Jane sobre si, aristocracia, relações sociais e amor, o que abrandou o ritmo da história entre tamanhas reflexões e descrições do que a rodeia. O relacionamento com o seu patrão, Mr Rochester, é ainda um mistério. Ora austero e frio, ora misterioso e envolvente, Mr Rochester levanta o véu de um mistério que, creio eu, será o fio condutor desta história, que envolve as suas raízes, a sua família e uma criada aparentemente insana.
Lamento que o livro tenha mudado bruscamente de carácter, transformando um drama pessoal que revela emoções profundas normalmente escondidas numa narração sobre o dia-a-dia de uma mulher que aceitou o seu passado e que vive em paz com o que alcançou no final da adolescência.

Não gostei tanto desta parte como gostei da primeira. Acho que o livro esfriou um pouco, contudo tem pontos fortes como o mistério relativamente ao que se passa no quarto do 3º piso e Mr Rochester que por si só já é um mistério. É um homem intrigante e imprevisível. Às vezes é rabugento, outras simpático, umas vezes ignora Jane, noutras quer saber tudo o que pode sobre ela... Acho que nesta parte já deu para ver que Rochester começa a nutrir alguns sentimentos por Jane, embora os tente evitar/ disfarçar. A Jane irritou-me um pouco com a passividade com que está a aceitar o "romance" entre Rochester e Miss Ingram. Além disso foi incoerente quando disse que não sentia ciúmes de Blanche e na página a seguir já fala em ignorar a dor e os ciúmes que sente (são meros detalhes, mas deveriam ter sido tomados em atenção pela autora uma vez que correspondem a uma contradição. Mas posso estar a ser picuinhas em relação a isso...)

Há uns dois/três anos vi a série da BBC, não me lembro de tudo mas retive alguns pormenores. Parece-me que a série foi uma adaptação bem conseguida do livro por isso já tenho algumas ideias de como a história se irá desenrolar, mas estou ansiosa por ler o resto do livro mesmo assim.

Eu ainda não percebi bem o que acabei de ler. Romance vitoriano, sim, mas esperem lá! Há lobisomens, ou vampiros envolvidos? Mas que backstory é esta que para aqui vai!? Será que estou a ler o livro certo?

De qualquer modo aqui vemos já Jane com 18 anos e mais compenetrada, vá lá, se esta é a definição certa não sei, o certo é que não parece a mesma personagem. Cresceu e vemos nela o retrato de qualquer jovem, que jovem é que não passa pelas mesmas fases do enamoramento por que ela passa? Eu passei. Ah belos anos, se eu soubesse o que sei hoje... mas não nos desviemos. Ou melhor, desviemo-nos sim! Quero saber o que se passa com o vampiro / lobisomem / mulher raivosa!

As irmãs Brontë parecem ter um fraquinho por personagens loucas e atormentadas.
O Rochester às vezes com um olhar demoníaco ou uma atitude mais brusca faz lembrar o Heatcliff do monte dos vendavais. Vive atormentado por uma criatura que ferra, rosna, geme e e ri um riso louco. E incendeia o quarto do patrão.
Já a Jane é vítima das circunstâncias. O Rochester tanto lhe dá a perceber por meias palavras e frases incompletas que gosta dela, como a ignora completamente e flirta com a Blanche Ingram à frente de toda a gente.

Terminada esta segunda fase tenho a dizer que estou a gostar, so tenho pena de ter sido uma mudança repentina entre as fase, primeiro o drama de Jane e dps este mistério todo. Mas estou a adorar o facto de nao ser um romance victoriano aborrecido, tem algo de inovador (para aquela altura) e misterioso.

Não sei porque mas faz-me lembrar quase a história da bela e o monstro, rapariga que vai trabalhar e tem um romance com o patrão que tem momentos mais bruscos e frios (nao sei se me fiz entender mt bem).

A curiosidade está aguçada!