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Felipe Paulino

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O Vermelho e o Negro

by Stendhal

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Jun 19, 2025 09:50AM

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A Tradição Das Artes Liberais: Uma Filosofia Da Educação Clássica Cristã

by Ravi Scott Jain

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Reading for the 2nd time

read in January 2023

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Felipe Paulino said: " Uma apresentação lúcida, abrangente e profunda acerca da tradição na qual as Artes Liberais estão inseridas.

Os autores, por meio de uma linguagem bastante simples e acessível - e, é bom enfatizar, bastante persuasiva - explicam que as Artes Liberais Uma apresentação lúcida, abrangente e profunda acerca da tradição na qual as Artes Liberais estão inseridas.

Os autores, por meio de uma linguagem bastante simples e acessível - e, é bom enfatizar, bastante persuasiva - explicam que as Artes Liberais (Gramática, Lógica, Retórica, Aritmética, Geometria, Música e Cosmologia) por vezes são consideradas como uma tradição em si mesmas, mas que na verdade elas fazem parte de uma abordagem muito mais holística e com mais componentes, abordagem essa que os autores afirmam ser o paradigma PGMAFT: Piedade, Ginástica, Música, Artes (Liberais, Comuns e Belas-Artes), Filosofia (Natural, Moral e Metafísica) e Teologia.

Sendo as artes comuns: Alfaiataria/Tecelagem, Agricultura, Arquitetura, Educação Militar/Artes Marciais, Comércio, Culinária/Gastronomia e Metalurgia. E sendo as três filosofias: a Natural voltada para compreender e adequar o intelecto - por meio de estudos investigativos - à natureza e às suas leis intrínsecas; a Moral para tornar o homem ético e fazedor do Bem, adequando assim os pensamento e atos à Bondade; e a Metafísica entendida para que o homem de fato entenda e internalize em si as bases, os conceitos e preceitos fundamentais da Filosofia Divina.

Em termos mais técnicos: as Artes Liberais não existem por si mesmas, como um fim em si mesmo. Elas são um elo, são, antes de tudo, uma preparação "para as coisas do Alto", no caso: Filosofia e Teologia. E se elas são um elo, é natural que esse elo esteja justamente no meio. A tese defendida é de que elas estão no meio, no cerne do que se refere à antiga e tradicional formação grega: a Paideia (a qual tinha como ideal a formação de cidadãos perfeitos e completos).

Embora o tema seja evidentemente um estudo acerca das artes liberais, os autores deixam bem claro que todas as sociedades, independemente da era na qual existe (ou existiu) ou onde se encontra (ou se encontrou) no Planeta, sempre necessita de ambos os tipos de artes: tanto as comuns quanto as liberais. As liberais servem à investigação intelectual, cultivo da razão e compreensão da realidade, já as comuns visão a própria atuação no mundo. As liberais cuidam do estudo minucioso (o trabalho interno), já as comuns cuidam da realização prática e imediata na vida comum a todos (o trabalho externo).

Trata-se, assim, de um elogio e uma exortação à educação clássica cristã, cuja finalidade é visivelmente reavivar e fazer renascer o cultivo da continuação da tradição que se perdeu com a chegada da era moderna. Trata-se bastante de Platão, Aristóteles, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino e muitas menções à C. S. Lewis.

O livro foi bem escrito e bem ordenado. Há uma linha de raciocínio nítida e lúcida que confere uma unidade muito bela. E por falar em beleza, esse é um tema que norteia toda a ideia do livro: os transcendentais. As Artes Liberais existem com um propósito definido, elas nos levam a algum lugar. Mas que lugar é esse? Os autores defendem que há um 'telos' (um princípio último, um princípio norteador) para o qual todas as Artes, assim como todos os demais componentes do paradigma PGMAFT se dirigem. E esse 'telos' é Deus. A Verdade Divina. E o meio pelo qual o ser humano deve trilhar para chegar ao pleno conhecimento de Deus é justamente essa Tradição, como se cada componente do paradigma fosse um degrau de uma escada, até chegar à Teologia. E no decorrer da subida dessa escada, aprende-se o cultivo das virtudes, norteadas pelos transcendentais: Bondade, Beleza, Justiça e Verdade.

O que me chamou mais atenção foi que, na última seção do último capítulo, a denominada como "Currículo" é defendida uma belíssima definição de escola. No sentido clássico uma escola é "um grupo de amigos que se encontram e que por meio de conversas, debates e discussões buscam a Verdade". E frisam: "mesmo havendo prédios ou na ausência deles, onde houver esse tal grupo de amigos buscadores da Verdade, haverá escola". Essa foi a seção mais marcante, para mim, do livro todo. Mas não se pode compreendê-la perfeitamente bem sem antes ter lido todos os capítulos que a antecedem. Esta seção diz muito do que eu percebo no cotidiano, mas que ainda não tinha conseguido colocar em palavras.

O livro como um todo é excelente e, mais do que instruir, educa de fato, no sentido mais profundo do termo. Incute no leitor uma vontade cada vez mais sólida de realmente estudar mais e se aprofundar neste tema. ...more "

Aug 03, 2023 07:09PM · see review