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Flores ao Telefone / Os Idólatras / Tempo de Mercês (Obras Completas de Maria Judite de Carvalho, #3) by
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Paula Abreu Silva
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FLORES AO TELEFONE: ★★★★★
"O mal com ela fora esse, ter quase sempre razão, e isso acabara ao fim e ao cabo por se tornar cansativo e ser mesmo inferiorizante. Um homem precisa de tudo, menos de verificar continuamente por a+b que está em erro, e isso era afinal de contas o que lhe acontecia a ele. Ela sempre fora de uma lógica a toda a prova."
Página 112
— May 10, 2025 09:50AM
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"O mal com ela fora esse, ter quase sempre razão, e isso acabara ao fim e ao cabo por se tornar cansativo e ser mesmo inferiorizante. Um homem precisa de tudo, menos de verificar continuamente por a+b que está em erro, e isso era afinal de contas o que lhe acontecia a ele. Ela sempre fora de uma lógica a toda a prova."
Página 112
Paula Abreu Silva
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"Houve um instante em que tudo se deteve e o próprio tempo parou. Há momentos assim. Na vida dela sempre os houvera, descansos, breves interregnos sem história, talvez fosse essa a razão por que parecia mais nova. Isto pensou-o depois (com um leve sorriso quieto bem dentro de si, na área secreta onde os sorrisos se formam e às vezes morrem, sem força nem desejo de vir à superfície) ..."
Página 105
— May 03, 2025 06:40AM
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Página 105
Paula Abreu Silva
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"O seu rosto turvou-se, perdeu de súbito a nitidez, transformou-se numa leve mancha esbranquiçada a boiar na superfície rugosa e barrenta. Numa Lua chata e sem expressão. Mas as águas moviam-se ao de leve, ou seria ela quem se movia e se chegava para o lado direito, tentava fugir? Tentava fugir ..."
Página 63
— Apr 29, 2025 03:22AM
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Página 63
Rosie
is on page 333 of 364
”«E tu como tens passado? A mesma coisa, não?» Era engraçado aquilo de lhe sugerir logo a resposta a fim de evitar qualquer perda de tempo ou qualquer veleidade de comentário longo sobre os males que podiam afligi-la.”
— Mar 12, 2025 10:50AM
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Rosie
is on page 313 of 364
”Às vezes penso que detesto as mulheres. Talvez por isso não tenho amigas. Acho-as horríveis se quer saber. Sempre lhes detestei a radiosa mocidade, o desabrochar, o envelhecer reticente, contrariado, ou então… Há em tudo uma falta de naturalidade, um retraimento ou um exibicionismo (...)Às vezes penso que algumas se apaixonam e casam e têm filhos só para conseguirem um inesgotável assunto de conversa.”
— Mar 12, 2025 05:37AM
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Rosie
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”«Há meses que grito e ninguém me ouve.»
Interrompeu-o. Apetecia-lhe falar, não ouvir.
«Talvez eu não saiba gritar como deve ser, que lhe parece?»”
— Mar 11, 2025 10:47AM
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Interrompeu-o. Apetecia-lhe falar, não ouvir.
«Talvez eu não saiba gritar como deve ser, que lhe parece?»”
Rosie
is on page 307 of 364
”Levou maquinalmente a mão ao cabelo. Em geral, não ligava grande importância ao cabelo nem à gravata. Ao vinco das calças, sem dúvida, e ao lustro dos sapatos. Esses, porém, eram pormenores necessários à decência do seu traje, requintes para atingir a vulgaridade. (...) precisava de ser, nem elegante nem desleixado, para ficar perfeitamente no centro, onde somos menos vistos, com menos nitidez.”
— Mar 11, 2025 10:46AM
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Rosie
is on page 305 of 364
”O que estes pobres, pobres ricos sofrem! Coitados, não é verdade? (…) Sim, sim, tenho pena deles. No fundo, lamento-os. Não são livres. (…) Vivem acorrentados ao seu tesouro ou ao tronco da árvore das patacas. Não se atrevem a dar um passo, pode vir alguém e levar o que lhes pertence.”
— Mar 10, 2025 07:06AM
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Rosie
is on page 63 of 364
”Nunca ninguém compreendeu porque fugia. Da escola, de casa, de toda a parte. Uma coisa tão simples, afinal. Mas não. As pessoas não eram capazes de compreender. Olhavam-na desconfiadas, como se ela… Era como se falassem outra linguagem… Falavam outra linguagem… Em vão. As pessoas abanavam a cabeça, não compreendiam. Recusavam-se a compreender.”
— Feb 28, 2025 06:39AM
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Rosie
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”Era um círculo vicioso e necessário, tão necessário como a própria vida. Dir-se-ia que ele não podia sair de casa pela manhã sem ver onde ficavam os pensamentos e as palavras dela, nem entrar à noite sem verificar se estavam no mesmo sítio onde os deixara, dobrados e passados a ferro dentro da gaveta.”
— Feb 28, 2025 06:33AM
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Rosie
is on page 62 of 364
“…dificuldade em repetir pela milésima vez que sim, que era feliz – em dias excepcionais achava-se mesmo na obrigação de dizer que era muito feliz – em sorrir (era preciso que sorrisse), depois em gastar o dia – tão longo – caminhando por ele fora e fugindo cuidadosamente às armadilhas, e em sorrir outra vez quando ele, no regresso, lhe perguntava se era feliz. Dificuldade em dizer outra vez que sim.”
— Feb 28, 2025 06:29AM
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