Status Updates From Uma segunda chance para o a...

Alphonsine respirou fundo, apertou a mão do seu marido que estava ao seu lado e ele lhe deu um sorriso caloroso. Nos olhos dele era possível ver o orgulho que ele sentia e isso a encheu de confiança. Ela criou coragem e resoluta ordenou que as portas de seu sonho fossem abertas para o mundo.

— Amor, não fique nervosa. — Elijah apertou a mão enluvada dela. — Vai tudo dar certo.
— Eu não consigo evitar. Tem muita gente lá fora.
E realmente havia. Naquele dia iriam inaugurar o Fênix. Quase quatro anos depois do incêndio, finalmente ele havia ficado exatamente como ela sonhou.
— Então vamos abrir logo as portas para que entrem.

Alphonsine sentiu-se realizada ao ter uma filha linda e saudável e um marido tão maravilhoso, que a mimava e declarava o seu amor por ela todos os dias. Elijah a abraçou como se imaginasse os seus pensamentos e beijou seus cabelos. Em seguida a chamou para irem para o quarto deles, onde podiam finalmente descansar um pouco na enorme banheira que Elijah encomendara para eles.

Ela ficou completamente apaixonada pela filha no momento que a viu. Era uma coisinha miúda, careca, rosada e enrugada, mas aos olhos de Alphonsine e de Elijah era a criatura mais linda do mundo. Elijah havia ficado o tempo inteiro ao lado de Alphonsine, apesar do médico e da criada terem tentado expulsá-lo diversas vezes do quarto. E quando a criança nasceu, era ele quem chorava emocionado.

Por ser tarde da noite, provavelmente, ela estaria dormindo, mas não importava, tudo que precisava era dar-lhe um beijo de boa noite. Ela pediu que os criados enchessem a banheira no quarto do casal e seguiram para o quarto da bebê, ficando alguns minutos vendo a pequena Cristine.

Seu pai o havia perdoado sem qualquer ressentimento e o tratava como sempre o fizera. O mínimo que ele poderia fazer era concordar com a vontade do homem e tentar ser um bom filho, assim como tentava ser um bom marido.
— Ficarei feliz em assumir o seu legado.

— Se você estiver mesmo interessado em construir alguma fábrica nas propriedades que possuo, eu não serei contra, porém, gostaria que antes de se decidir pelas fábricas, você concordasse em continuar o que eu comecei no ramo de produção agrícola. Eu já estou velho e não consigo dar conta de tudo sozinho, pensei que você pudesse assumir algumas responsabilidades do título.

— Você não tinha ciência da verdade, eu e sua mãe o levamos a chegar a essa conclusão.
— Isso é verdade, mas, ainda assim, peço que aceite minhas desculpas.
— Nesse caso, também peço que me perdoe por esconder a verdade.
Elijah abriu um sorriso amarelo.
— Eu o perdoo.
— Então nós dois estamos perdoados — o homem concordou. — Deixemos essa história no passado.

— Eu estava de luto. Para mim, sua mãe havia morrido naquele dia e eu havia ajudado a matá-la. Eu havia fracassado no meu casamento e o peso disso me deixou completamente inerte por algum tempo. Novamente se fez silêncio enquanto Elijah assimilava aquelas palavras. — O senhor a amava? — Não foi o meu coração que foi partido, e sim o meu orgulho. Saber que eu não era suficiente, que a vida que eu dei a ela não era o b

— Sua esposa se mostra uma mulher sábia, não acredito que ela vá gastar o seu dinheiro com futilidades.
— O dinheiro é dela, pai. E se ela quiser comprar um milhão de laços e fitas, eu não vou julgar, porque ela faz o que bem quiser com o que é dela.

— Eu lhe dei apenas alguns socos, mas saiba que se você fizer qualquer coisa que possa de alguma forma prejudicar a minha esposa, eu abrirei o inferno sobre sua cabeça e se você acha mesmo que sua vida está ruim agora, então conhecerá o significado da dor e da miséria. Eu cavarei seu túmulo e o enterrarei nele sem nem pensar duas vezes. Então pense bem antes de levantar um dedo contra ela novamente.

— Eu sei o que minha esposa fez.
As palavras de Elijah enfureceram lorde Rivent.
— E você sabe o que aconteceu depois? Eu fali. Por culpa dela, eu perdi tudo. Os prejuízos de um incêndio não são nada perto do que aconteceu a mim. Por causa de sua esposa, eu estou falido! Eu não tenho mais nada além do meu título.

— Prometa que não se vingará. — Alphonsine ergueu-se nos cotovelos para olhá-lo nos olhos.
— Prometo — ele concordou e ela o beijou, contente com a resposta dele.
— Que bom. Eu o amo, sabia?
Elijah sorriu com a declaração. Ela ainda não tinha dito as palavras, e ele sentiu o coração aquecer.
— Eu a amo mais.

Elijah a abraçou. Não se deixaria levar pela vingança, mas não podia deixar lorde Rivent sair impune. Poderia não fazer nada contra ele, mas deixaria claro o que achava do homem ameaçando a segurança de sua família.
— Se é isso que você quer. Não irei fazer nada contra ele.

— O hotel está segurado e eu e o bebê estamos bem, então não houve nenhum prejuízo que não possamos cobrir. Eu vou reconstruir o hotel, você vai investir em fábricas e nós seremos uma família feliz. Criaremos o nosso bebê em um lar amoroso e é apenas isso que importa. Quero uma vida tranquila, e não teremos isso se fizermos inimigos.

— Eu não tenho medo de um covarde como ele. Ele transformou o seu hotel em cinzas, quase tirou você de mim e quase matou nosso filho. Ele tem que pagar por isso. Alphonsine entendia o que o seu marido queria dizer, mas sabia que a vingança não era a resposta. Não queria que a vida deles se resumisse a uma vingança atrás da outra.

— Poderá se chamar Fênix — sugeriu.
— Que nome horrível para um hotel. — Alphonsine revirou os olhos.
— Mas faz todo sentido. Ele renasceu das cinzas — explicou.
— Oh, céus, não acredito que vou concordar com isso. — Alphonsine suspirou e abraçou o seu marido. — Só você para me fazer rir, depois de um dia como esse.
— Nós vamos superar isso. Vamos ficar bem.

Duas horas depois, apagavam a última chama que ainda insistia em queimar. Elijah observou por alguns minutos os escombros chamuscados do que seria o sonho de sua esposa. Imaginou o quanto ela estaria sofrendo por ter visto todos os seus planos virarem cinzas junto com o hotel.

Elijah se aproximou em silêncio, afastou as cobertas para se deitar ao lado dela e a abraçou com cuidado para não a acordar. Beijou os cabelos dela que ainda estavam com cheiro de fumaça e ela se remexeu.
— Você voltou.
— Voltei — ele respondeu, afrouxando o abraço para que ela pudesse se virar e olhar para ele.

— E o bebê?
— Ele ainda está lá e aparentemente está bem. Ela teve um pequeno sangramento por causa do nervosismo, e deve permanecer em repouso total e completo pelos próximos dias. Eu voltarei para examiná-la em uma semana, mas se ela sangrar novamente antes disso, me chamem imediatamente.

Elijah o acertou em cheio com um soco em seu nariz. O homem caiu para trás e as mulheres gritaram, assustadas. Elijah subiu em cima dele e o socou novamente.
— Isso é pelo meu filho, seu desgraçado. — Socou novamente. — Esse pela minha esposa. — Mais um soco. — Pelo meu hotel!
Alguns homens pararam de apagar o fogo para apartar a briga dos dois.
— Você vai pagar por isso — Elijah gritou.

Elijah voltou para o incêndio com o coração apertado de preocupação com sua esposa. Seus olhos mal enxergavam o fogo com as lágrimas turvando a sua visão. Seu coração doía a cada batida e as lembranças de sua esposa com as roupas manchadas de sangue era a única coisa que ele via com clareza.

Quando viu que as roupas íntimas dela estavam sujas de sangue, Elijah sentiu o coração errar uma batida.
— Oh, céus, o bebê... — Mirtes lamentou, colocando a mão na boca. — Eu sinto muito, milorde.
Elijah deu alguns passos para trás, cambaleante. Sua esposa acabava de perder o bebê.

A lembrança do sorriso no rosto de lorde Rivent e o homem correndo para a carruagem dele pouco antes do incêndio começar não era coincidência. Ele iria descobrir o que aconteceu e quando o fizesse, abriria o inferno sobre a cabeça de quem ousou atrapalhar o sonho de sua esposa.

Alphonsine observava o seu marido tentar apagar com afinco as labaredas que consumiam o seu hotel. E cada cômodo que ela via ser envolvido pelo fogo apenas aumentava o desespero que ela sentia. Seu sonho estava sendo carbonizado, todos os planos que fizera com aquele hotel estava sendo transformado em cinzas por aquele incêndio. A dor em seu peito já havia se transformado em lágrimas.

— Está sentindo esse cheiro? — Alphonsine perguntou, de repente. Estranhando o cheiro de queimado no ar. — Parece que algo está queimando.
Ao ver que sua esposa estava certa, Elijah se aproximou novamente da janela e conseguiu ver que havia algo iluminando a parte da frente da casa e a luz vinha de dentro.
— Maldição! — Elijah praguejou, ao entender o que estava acontecendo. — Temos que sair, agora.

— Então me ame com medo. Eu não me importo. Me ame de pouquinho, me ame desconfiando. Me ame do jeito que puder ou conseguir. Isso será suficiente para me fazer feliz.