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'Compreenderam que um livro era um labirinto e um deserto. Que o mais importante do mundo era ler e viajar, talvez a mesma coisa, sem nunca parar.'

To saturado da escrita do Pynchon, terminando o livro meio na força do ódio.

Terceiro livro dele que leio e provavelmente o último, os trechos geniais não justificam o esforço sobre-humano em acompanhar uma trama confusa que, na real, nem é tão boa assim.

Fim da terceira parte.

O ímpeto inicial da minha leitura arrefeceu um bocado, pelo menos tenho conseguido seguir bem a narrativa bizarra desse livro.

Ele é mais do que eu esperava, mas as vezes é menos, também.

“Springer, isso aqui não é um filme, porra.”

“Ainda não. Talvez ainda não. Melhor aproveitar enquanto pode. Algum dia, quando existir filme mais rápido, equipamento leve que caiba no bolso a preços acessíveis a todos, e não for mais necessário usar spots e microfones suspensos, então... então...”

Escrito em 1973...

(O Mundo) será entregue a um sistema cujo único propósito é violar o Ciclo. Tomando e não dando nada em troca, exigindo que “produtividade” e “rendimentos” aumentem constantemente, o Sistema retirando do resto do Mundo imensas quantidades de energia para manter sua pequena fração desesperada sempre dando lucro.

Fim da segunda parte. Positivamente surpreso até aqui. Paranoia, entropia e loucura generalizada.

Pynchon consegue escrever algumas das maiores sandices já publicadas em papel e em seguida tecer análises com um profundo entendimento do nosso mundo pós-guerra e toda a insanidade dos nossos sistemas políticos e econômicos. Batuta.

'(...) é tudo aquilo que a porra da Guerra vem afirmando — que fomos criados para trabalhar e servir o governo, para viver na austeridade: e que tais coisas têm prioridade sobre o amor, os sonhos, o espírito, os sentidos e outras trivialidades de importância secundárias que pertencem às horas de ócio... Que se fodam, estão todos enganados. São malucos.'

'Não esqueça que no fundo a Guerra é uma operação de compra e venda. Os assassinatos e atos de violência se autopoliciam, podendo ser confiados a amadores. (...) A verdadeira guerra é uma comemoração de mercados.'

Já li muita coisa maluca, mas o Pynchon tá de parabéns… Personificação do gênio louco.

Até aqui foram 100 páginas de muita sandice, não é bem o que eu esperava mas tá valendo a leitura.

A ideia de começar a ler esse livro me traz certa vertigem, até maior do que senti antes de ler Ulysses. Vamos ver se é tudo o que dizem…

Pancada, to gostando. A escrita em forma livre é muito bem-vinda, Aurora Bernadini tem muita razão (na treta literária recente) em ressaltar a importância da forma na literatura.

‘Na vida, sofrimentos e prazeres são ondas que se intercalam a todo momento. E se o homem procura espertamente navegar apenas nas ondas do prazer, permanecendo indolente, perderá o sentido da vida, alegrias ou prazeres deixarão de existir para ele.’

Assustador. Puro suco de Brasil.

Já foram 6 das 7 partes e mais de 1500 páginas.

Nunca fui uma pessoa muito ligada em cultura japonesa, mas Musashi tem sido uma leitura muito agradável.

‘mas quando olhamos para fora desse país hipócrita, maldoso, mentiroso e burro, vemos que os outros países são igualmente mentirosos, hipócritas e, tudo somado, tão vis como o nosso’

'é preciso transformar o mundo todo numa caricatura'

A ideia era ler esse livro no ritmo meio possesso no qual a prosa do Bernhard flui melhor, infelizmente, a vida às vezes se coloca à frente das leituras.

‘A imbecilidade sempre leva vantagem sobre a sabedoria. Essa superioridade evidencia-se sobretudo quando o ignorante ignora por completo o conhecimento do sábio. Não há como ministrar conhecimentos a um tolo que se orgulha da própria tolice.’

Eu me divirto muito com o 'non sense' dos livros do Aira. Narrativas curtinhas, 100 e poucas páginas, e, além de tudo, super bem escritas. É praticamente um gênero à parte, uma mistura de Borges com Lewis Carroll.

“É preciso duas pessoas para fazer alguém, e uma para morrer. É assim que o mundo vai acabar.”

"Todos estamos acostumados a morrer de tempos em tempos e tão pouco a pouco, que a verdade é que cada dia estamos mais vivos. Infinitamente velhos e infinitamente vivos."

Leitura agradável até aqui, entrando na parte final.

A síndrome de Estocolmo de Hans Castorp "preso" nos alpes suíços me lembra muito a mim mesmo preso em casa durante a pandemia.

"Insisto com o senhor: vele por sua dignidade! Seja orgulhoso e não se perca no ambiente estranho! Evite este atoleiro, esta ilha de Circe. O senhor não é Ulisses tanto assim, para habitá-la impunemente. Acabará andando sobre as quatro patas, já está a ponto de se apoiar nas extremidades dianteiras, e daqui a pouco começará a grunhir. Cuidado!"

Hoje percebi que estou lendo essa coletânea num ritmo inconstante há quase 3 anos.

De certa forma, pela definição, se tornou meu livro de cabeceira. A honra é toda minha.

Erico Verissimo é incrível até quando é mais ou menos…

Que saudades dessa prosa, desses personagens por vezes caricatos, mas tão universais. Erico é um dos melhores do Brasil

Cheguei no ponto em que tinha abandonado a leitura.
Engraçado como ler um livro no momento errado pode afetar a experiência, na primeira tentativa, meses atrás, eu detestei o que tinha lido. Hoje estou gostando.

Tentando outra vez com a mente um pouco mais aberta.
Até aqui tem sido uma leitura melhor que a primeira.