André-Luiz A.’s Reviews > Crime e Castigo > Status Update

O Ródia abriu pra decidirem se ele iria ou não (vou fazer o que for melhor), óbvio, mostrando sua insatisfação através da indiferença fabricada e a mãe, que no capítulo anterior deu a entender que o Ródia não aceitaria isso, ficou satisfeita com a inclinação do filho de ir (e que Piotr fique zangada se quiser!). Isso em folheto foi prazeroso. Estrutura narrativa!!

A sensação é de um novelo nas hábeis mãos de uma senhora que sabe exatamente o que quer fazer: vai puxando, com técnica simples mas rápida e efetiva, e vai-se formando um padrão, junto de outra linha, vinda de outro novelo, que juntas, parecem só ir pra frente. Entrelaçadas e conscientes de que vão começar a formar algo, mas ainda não formaram, mas estão formando.

O Ródion se remoendo com a descrição completa do seu ato... RISOS DE NERVOSO. O foco na florzinha do papel de parede (não tenho certeza, pois estou atualizando aqui horas depois) representava o amargo no meio da língua desse indivíduo. Sua condição psicológica não foi muito descrita nesse capítulo, mas é assim que eu imaginei. Zóssimov foi um gênio na reconstrução.

Engraçado como a espera de há qualquer momento ser preso tem trazido momentos engraçados, encravados de desespero, mas tomados por personagens ingênuos em volta. Os curtos capítulos acabam e eu penso como deve ter sido viciante a leitura dessa história em folhetim

Finalizei a primeira parte.

O fluxo de pensamento simples mas muito plausível que rondou a mente do Ródion ao pensar em como seria o seu ato foi como estar num mar de palavras, não muito profundo, mas sem fim (e obviamente sem dar pé), obrigando o seu náufrago a ficar nadando sem parar.

O ato também foi simples e não senti tanto desespero. A fuga já não pareceu tão natural, mas questões fizeram o seu papel!