André-Luiz A.’s Reviews > Peste, A > Status Update

Era impossível imaginar um sermão distinto em rigidez.

Felicidade versus abstração num contexto inimaginável. Qual é qual? Qual é mais forte de dominar o nosso espírito? Camus indo ao profundo ao mesmo tempo que caminha dentro da abóboda do que é humano nessa situação que Orã vive.

O reger do pensamento no início de uma epidemia é muito a par da pandemia vivida a pouco. Mas ainda é diferente aqui. O ponto de observação da reflexão sobre memórias do passado ensuderdece. E um livro deste tamanhozinho...

Não foi publicamente, mas só a discussão do narrador sobre os sentimentos do Dr. Rieux já fizeram valer. É realmente difícil pensar que está acontecendo até estar acontecendo e ser visto acontecendo e acontecendo cada vez mais com mais intensidade. Números trazem uma ilusão ilusória, porque quem passa a compreender por eles, sabe que não compreende (Como é uma multidão de 10 mil pessoas? 30 mil?)

Que condução firme! Cada personagem, cada pequena crônica e no final estamos nas observações do Dr. Rieux de novo. Incrível. Hoje o dia me sugou, mas a cada pequeno tempo livre eu quero ler mais um pequeno capítulo. Começo a entender mais porque estão demorando pra falar a palavra. Bom, agora já foi dita (e pelo visão panorâmica, vi que no próximo será dita nos veículos públicos).

É arrepiante!!

Atônito com a condução do texto! Ele passa de uma cena pra outra num corte súbito mas suave, porque eu sinto o leitmotiv no fundo, e sei que 'está lá'. A tradução parece um espetáculo eu estou amando.

Rieux... Já está bem claro que é uma epidemia. Não sei se, por não mostrar os pensamentos do médico o tempo todo, o narrador não tocou no assunto, mas é peculiar como a palavra só saiu da boca do padre até agora.