kvikna’s Reviews > O Anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia 1 > Status Update
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kvikna
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Nov 19, 2024 03:48PM
“As forças centrífugas nunca fogem do centro, mas de novo se aproximam dele para, em seguida, se afastarem: são essas as veementes oscilações que abalam um indivíduo que se atém à busca do seu próprio centro e não vê o círculo do qual ele mesmo faz parte; pois se as oscilações o abalam, é porque cada uma responde a um outro indivíduo que, do ponto de vista do centro inencontrável, ele não acredita ser ele próprio. Eis porque a identidade é essencialmente fortuita, de modo que cada uma deve percorrer uma série de individualidades para que a fortuitidade desta ou daquela torne todas necessárias.” As forças de atração e de repulsão, de ascendência e de decadência, produzem uma série de estados intensivos a partir da intensidade = 0 que designa o corpo sem órgãos (“mas o que é aí singular é ainda a necessidade de um novo afluxo para tão somente significar essa ausência”). Não há o eu-Nietzsche, professor de filologia, que perde subitamente a razão, e que se identificaria com estranhas personagens há o sujeito-nietzschiano que passa por uma série de estados e que identifica os nomes da história com esses estados: todos os nomes da história sou eu... O sujeito se estende sobre o contorno do círculo de cujo centro o eu desertou. No centro está a máquina do desejo, a máquina celibatária do eterno retorno. Como sujeito residual da máquina, o sujeito-nietzschiano obtém um prêmio que traz euforia (Voluptas) por tudo o que ela põe a girar e que o leitor supunha ser apenas a obra de Nietzsche em fragmentos: “Nietzsche crê dedicar-se doravante, não a um sistema, mas à aplicação de um programa (...) sob a forma dos resíduos do discurso nietzschiano, tornados de certo modo repertório do seu histrionismo”.NT Não se identificar com pessoas, mas identificar os nomes da história com zonas de intensidade sobre o corpo sem órgãos; e a cada vez o sujeito grita “Sou eu, então sou eu!”.
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Em suma (do meu entendimento) é uma negação de um Eu fixo-essencial em favor de uma ideia de um Eu contingente e resultante de encontros com intensidades. Não há um eu essencial e fixo, um eu-no-centro, o centro é o desejo, que é anterior ao sujeito; estamos sempre oscilando e nos estendendo no contorno desse círculo, sofrendo uma subjetivação contínua de forma fluída nessa superfície não-estratificada de intensidades (o corpo sem órgãos). Ser todos os nomes da história é se identificar com as intensidades sobre o corpo sem órgãos e abraçar o movimento do desejo.

