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Raul Brandão Raul Brandão > Quotes

 

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“Chove. Cada vez vejo mais turvo, cada vez tenho mais medo. Estamos enterrados em convenções até ao pescoço: usamos as mesmas palavras, fazemos os mesmo gestos. A poeira entranhada sufoca-nos. Pega-se. Adere. Há dias em que não distingo estes seres da minha própria alma; há dias em que através das máscaras vejo outras fisionomias, e, sob a impassibilidade, dor; há dias em que o céu e o inferno esperam e desesperam. Pressinto uma vida oculta, a questão é fazê-la vir à supuração.
Esta manhã de chuva é um minuto no rodar infinito dos séculos, e os seres que passam meras sombras. Tudo isto me pesa e pesa-me também não viver. Do fundo de mim mesmo protesto que a vida não é isto. A árvore cumpre, o bicho cumpre. Só eu me afundo soterrado em cinza. Terei por força de me habituar à aquiescência e à regra?”
Raul Brandão, Húmus
“Parece que a dor é inseparável da ternura, como a morte é inseparável da vida”
Raúl Brandão, Húmus
“A vila é um simulacro. Melhor: a vida é um simulacro.”
Raul Brandão, Húmus
“Ilusão, mentira, estúpido? Mas eu é que faço a verdade e a mentira. Eu é que a crio à custa de dor. Dou-lhe o meu bafo e a minha alma. Deus cria-me a mim - eu crio Deus. Um verdade pode ser abjecta, uma mentira pode construir outro mundo - outro Universo - outro céu.”
Raul Brandão, Húmus
“A que se reduz afinal a vida? A um momento de ternura e nada mais...”
Raul Brandão, Memórias
“O Pita tinha piedade dos grotescos que nunca amaram nem viveram, e que trazem na alma apenas restos de frases, detritos de ideias, concepções em feto.”
Raul Brandão, A Morte do Palhaço e o Mistério da Árvore
“Há existências inúteis, para quem a vida se reduz ao estreito âmbito formado pelas paredes que as cercam. Vivem por hábito. Sabem apenas exprimir-se com seis palavras rançosas. São um misto de papelada, de números de ideias estúpidas e vãs, de frases gastas e falsas.”
Raul Brandão, A Farsa
“A mesma interrogação se formula em todas as almas: quer então dizer que só vivi uma vida fictícia ao lado da vida e que perdi o melhor da existência em aparências? Quer então dizer que tudo para que vivi não existe?”
Raul Brandão, Húmus
“Este momento trágico, esta pausa, este horror em que cada um se vê na sua essência, em que cada ser se encontra sós a sós com a sua própria alma, reduzido sem artifícios à sua própria alma, só tem outro a que se compare, aquele em que cada um vê a alma dos outros. Porque, por melhor ou pior que tenhamos julgado os outros, vimo-los sempre através de nós mesmos.”
Raul Brandão, Húmus
“Quem há aí que seja a sós o mesmo que é cá fora e quem foi que em certas horas não representou até consigo mesmo?”
Raul Brandão, A Morte do Palhaço e o Mistério da Árvore
“A maior parte da gente, nasce, morre sem ter olhado a vida cara a cara. (...) Não há máscara que não custe a arrancar - há mentiras que têm raízes mais fundas que a verdade.”
Raul Brandão, Húmus
“A realidade é o nada temeroso. A vida somos nós que a construímos à custa de quimeras, de gritos, de ternura: o mundo pertence-nos: a árvore, a água, o que te rodeia de simples, de belo ou de trágico, o que te faz viver e o que nos faz viver - tiraste-o da tua própria alma. A realidade é o negrume, o abismo donde só sai o silêncio. O sol foste tu que o criaste - porque a realidade é a treva: a luz nasce aos borbotões de teu ser.”
Raul Brandão, A Farsa
tags: vida
“Às árvores para dar flor há-de-lhes doer.”
Raul Brandão
“Baleal... A mais linda praia da terra portuguesa.”
Raul Brandão, Os Pescadores
“Questão lógica: pois eu hei-de ir para a cova, para todo o sempre, para toda a eternidade, sem ter extraído da vida tudo o que ela me possa dar, preso a palavras ou a meras questões de forma?”
Raul Brandão, Húmus
tags: morte, vida
“Está ali a morte - está aqui a vida - está ali o espanto - e só a ninharia consegue deitar raízes profundas”
Raul Brandão, Húmus
“Às vezes não sei se estou viva se estou morta. Às vezes nem o sonho que sonho me é possível. Está no fio.”
Raul Brandão, O Gebo e a Sombra
“Esta manhã de chuva é um minuto no rodar infinito dos séculos, e os seres que passam meras sombras. Tudo isto me pesa e pesa-me também não viver. Do fundo de mim mesmo protesto que a vida não é isto. A árvore cumpre, o bicho cumpre. Só eu me afundo soterrado em cinza. Terei por força de me habituar à aquiescência e à regra? Crio cama, e todos os dias sinto a usura da vida e os passos da morte mais fundo e mais perto.”
Raul Brandão
“A história é dor, a verdadeira história é a dos gritos.”
Raul Brandão, El-Rei Junot
“Perdoar o quê? O dinheiro, filha? O dinheiro nunca se perdoa.”
Raul Brandão, O Gebo e a Sombra
“O tempo era limitado, a paciência pegajosa, o gesto lento. Agora que a vida dura séculos ninguém espera um minuto.”
Raul Brandão, Húmus
“Não sei - nem me importo - se creio na imortalidade da alma, mas do fundo do meu ser agradeço a Deus ter-me deixado assistir um momento a este espectáculo desabalado da vida. Isso me basta. Isso me enche: levo-o para a cova, para remoer durante séculos e séculos, até ao juízo final.”
Raul Brandão, Memórias
“Mora aqui o egoísmo que faz da vida um casulo.”
Raul Brandão, Húmus
“A maior parte das criaturas não só se ignoram como não passam nunca da camada superficial.”
Raul Brandão, Húmus
“Pior que sofrer é não sofrer - para sempre.”
Raul Brandão, Húmus
“A vida é fictícia, as palavras perderam a realidade. E no entanto esta vida fictícia é a única que podemos suportar.”
Raul Brandão, Húmus
“Os heróis ou os santos só em momentos excepcionais é que são compreendidos pelos homens vulgares.”
Raul Brandão, Memórias
“Sou ridículo e construí o mundo. Sonho e acabo reduzido a pó.”
Raul Brandão, Húmus
tags: sonho
“Uma alma é preciso criá-la, e quando está criada - deixá-la. Tanta luta, tanta dúvida, perguntas ansiosas, respostas que nos deixam perplexos, necessidade de recalcar os instintos, e quando, enfim, a gente tem, à custa de dor, construído um universo que não existe e criado uma alma que não tinha, está cansada, velha, exausta, é forçoso deixá-la!”
Raul Brandão, Memórias
“É com palavras que construímos o mundo. É com palavras que os mortos se nos dirigem. É com palavras, que são apenas sons, que tudo edificamos na vida. Mas agora que os valores mudaram, de que nos servem estar palavras? É preciso criar outras, empregar outras, obscuras, terríveis, em carne viva, que traduzam as cóleras, o instinto e o espanto.”
Raul Brandão, Húmus

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