Thais Rocha's Blog

Já vou admitir logo de cara que não sou do Carnaval. Gosto mesmo é de aproveitar o feriado para relaxar e botar as séries e as leituras em dia. Mas não vou negar que o Carnaval abre espaço para incríveis manifestações culturais em todos os cantos do no nosso país.

Sempre me impressiono muito, especialmente, com a forma como as Escolas de Samba traduzem os temas que escolhem em fantasias, samba-enredo, danças e carros alegóricos que além de lindíssimos contam muito bem a história que se propuseram a celebrar.

No ano passado (2024) foi impossível não notar o lugar da literatura nos desfiles das Escolas de Sambas dos Grupos Especiais do Rio de Janeiro e São Paulo! Trouxe aqui todas essas referências literárias, e dá até para montar uma lista TBR (do inglês to be read, livros a ler) especial do Carnaval 2024!

Grande Rio

Com um enredo chamado “Nosso destino é ser onça”, a Grande Rio propôs uma reflexão sobre a simbologia da onça no cenário artístico-cultural brasileiro, homenageando em especial os mitos dos nossos povos originários.

As inspirações literárias para alcançar esse objetivo foram: Meu destino é ser onça, de Alberto Mussa; O som do rugido da onça, de Micheliny Verunschk; e Futuro ancestral, de Ailton Krernak.

Salgueiro

Com o enredo “Hutukara” (“o céu original a partir do qual se formou a terra”, na língua yanomami), o Salgueiro defendeu e homenageou o povo Yanomami.

A principal inspiração literária foi o livro A queda do céu, de Davi Kopenawa e Bruce Albert.

Portela

Já a Portela desenvolveu um enredo chamado “Um defeito de cor”, totalmente inspirado no romance de mesmo nome, de  da escritora Ana Maria Gonçalves, refazendo os caminhos imaginados da história da mãe Preta, Luíza Mahim.

Mocidade Alegre

Campeã de 2023 e 2024 do Carnaval de São Paulo, a Mocidade Alegre trouxe para a avenida o enredo “Brasiléia Desvairada”, inspirada na obra do escritor modernista Mário de Andrade, muito conhecido por seus poemas e contos, e obras como Macunaíma (1928). O nome do enredo remete ao livro Paulicéia Desvairada, de 1922.

Lista completa dos livros citados!

A queda do céu, Davi Kopenawa e Bruce AlbertFuturo ancestral, Ailton KrernakMeu destino é ser onça, Alberto Mussa O som do rugido da onça, Micheliny Verunschk Paulicéia Desvairada, Mário de AndradeUm defeito de cor, Ana Maria Gonçalves

Eu passei as poucas mais de duas horas de duração de Nosferatu (2024, dir. Robert Eggers) completamente encantada pelo filme. Ele tem tudo que eu espero de um bom filme de vampiro: cenários escuros e melancólicos, tensão bem construída, uma heroína ativa e fascinante, uma atmosfera envolvente, sensual na mesma medida em que é grotesca.

Mas junto com essa pura fruição de um tema que eu amo (nunca vou me cansar de vampiros!), veio mais uma camada: uma profunda admiração pelo cuidado do trabalho do diretor com suas referências, o que me fez pensar muito no eterno embate criatividade x originalidade.

“Nada se cria, tudo se copia”, disso já estamos cansados de saber, mas é tudo sobre como essa dita “cópia” é feita, certo? Conhecendo a maior parte dos filmes anteriores do Robert Eggers, me saltou muito aos olhos como ele conseguiu juntar todas as suas referências sem em nenhum momento abrir mão de elementos que dão identidade às obras dele. Seu Nosferatu se baseia no de 1922, e também no de 1979, e traz ainda mais elementos do Drácula de Bram Stoker, que é a referência principal de tudo. Mas ele não deixa de ser uma obra de Robert Eggers.

Dá para perceber isso nas pitadas de referências ao folclore. Na forma como é conduzida a cena com o povo romani. No jeito como ele trata sua protagonista. E conseguir traçar todas as referências do diretor e ainda assim conseguir ver sua personalidade emergindo disso, é o que realmente torna o novo Nosferatu uma verdadeira obra de arte.

Eu já acompanhava o Garotas Geeks há anos quando, em 2021, vi uma postagem delas nas redes sociais recrutando novas colaboradoras para escrever as matérias do site. Claro que eu imediatamente me candidatei e fiquei extremamente feliz de ter sido selecionada!

Pisquei e três anos se passaram, e eu sigo amando colaborar para o site, com matérias em geral sobre animes, literatura, jogos, vampiros e mais outras excentricidades da cultura pop!

Nesse post separei as matérias que foram as minhas favoritas de escrever nesses três anos, e conto também um pouquinho do contexto e da experiência de escrevê-las!

5 CENAS QUE QUEREMOS VER NA ADAPTAÇÃO DE SOMBRA E OSSOS DA NETFLIX

A primeira matéria a gente nunca esquece, né? Em 2021 eu estava super ansiosa pela série de Sombra e Ossos na Netflix, e não pude deixar de compartilhar minhas expectativas!

5 cenas que queremos ver na adaptação de Sombra e Ossos da Netflix

REVIEW | MANHÃS DE SETEMBRO, NOVA SÉRIE BRASILEIRA DA AMAZON PRIME VIDEO

Na capacidade de representante do site, não só eu tive acesso antecipado à primeira temporada da série “Manhãs de Setembro”, como também pude participar do evento online de lançamento, que contou com bate-papos com alguns dos atores e roteiristas da série! Essa experiência rendeu duas matérias para o site.

Review | Manhãs de Setembro, nova série brasileira da Amazon Prime Video

MANHÃS DE SETEMBRO E A IMPORTÂNCIA DE UMA REPRESENTATIVIDADE COMPREENSIVA

Ainda sobre a série, também escrevi essa matéria sobre a importância levantada sobre os roteiristas sobre a representatividade trans na trama.

Manhãs de setembro e a importância de uma representatividade compreensiva

ESCALADOS OS ATORES PARA VIVER LESTAT E LOUIS NA SÉRIE ENTREVISTA COM O VAMPIRO

Apesar de até agora não ter assistido a série de “Entrevista com o Vampiro”, acompanhei toda a novela da adaptação desde que a AMC adquiriu os direitos das obras de Anne Rice, e a escalação dos atores não conseguiu se esquivar dos ataques racistas da internet. Tive que dar minhas opiniões sobre o assunto.

Escalados os atores para viver Lestat e Louis na série Entrevista com o Vampiro

MORRE A ESCRITORA ANNE RICE, RESPONSÁVEL POR REPAGINAR OS VAMPIROS NA LITERATURA

Ainda falando de Anne Rice, pude publicar minha homenagem à época de seu falecimento no site e foi muito catártico trabalhar nessa matéria e expurgar um pouco da minha tristeza.

Morre a escritora Anne Rice, responsável por repaginar os vampiros na literatura

O SENHOR DOS ANÉIS ESTÁ MANTENDO UMA COR DE BATOM VIVA POR MAIS DE 20 ANOS

Essa foi uma matéria que eu traduzi para o site e fiquei absolutamente obcecada com a trajetória do “Black Honey” da Clinique! (tanto que dei meus pulos e comprei um para mim rs)

O Senhor dos Anéis está mantendo uma cor de batom viva por mais de 20 anos

7 ANIMAÇÕES INDISPENSÁVEIS PARA QUEM AMA GAROTAS MÁGICAS

Os animes de garotas mágicas encheram a minha infância de magia, então nada mais justo que celebrá-los com essa lista nostálgica.

7 animações indispensáveis para quem ama garotas mágicas

3 ACERTOS E 2 ERROS DA SEGUNDA TEMPORADA DE BRIDGERTON

Leitora que é leitora gosta de opinar sobre as adaptações literárias comparando com os livros, certo? Por sorte, de vez em quando as adaptações saem melhor do que os livros, como é o caso de Bridgerton, da Netflix!

3 acertos e 2 erros da segunda temporada de Bridgerton

4 MOTIVOS QUE FARÃO DE SPY X FAMILY SUA NOVA OBSESSÃO

Eu sabia que ia amar SpyxFamily desde que assisti o primeiro trailer do anime, e foi obsessão certeira desde o primeiro episódio!

4 motivos que farão de Spy x Family sua nova obsessão

DOUTOR ESTRANHO NO MULTIVERSO DA LOUCURA FALHOU COM WANDA

A Wanda é uma das minhas personagens preferidas da Marvel, mais ainda depois de ler o quadrinho O caminho das bruxas, e achei simplesmente imperdoável o que o MCU fez com ela em Multiverso da Loucura, especialmente ao ignorar todo o desenvolvimento da personagem na série WandaVision. Eis aqui o meu manifesto em defesa da Feiticeira Escarlate.

Doutor Estranho no Multiverso da Loucura falhou com Wanda

O LUGAR DAS MULHERES NO MUNDO DE JOGOS DE TABULEIRO

O problema de ter hobbies nerd é que até muito pouco tempo eles eram vistos como um universo exclusivamente masculino. Pouco a pouco, vai dando para ver a evolução e a inclusão de mulheres, e isso ficou extremamente claro para mim no Diversão Offline (convenção de jogos tabuleiro) de 2022!

O lugar das mulheres no mundo de jogos de tabuleiro

O QUE ACHEI DO LIVE-ACTION DE ONE PIECE

Eu acompanhei (e escrevi matérias para o GG!) sobre o live action de One Piece desde o primeiro anúncio da Netflix, primeiro com medo e descrença, depois esperança e entusiasmo até ter visto o produto final e ficado simplesmente apaixonada.

O que achei do live-action de One Piece

CONFIRA O GUIA DO PIRATA INICIANTE ATÉ O ONE PIECE

Depois do sucesso estrondoso do live action, achei que esse guia era necessário para todo mundo que quer se aventurar pelo anime e o mangá! Eis minha maior contribuiução ao fandom de One Piece!

Confira o guia do pirata iniciante até o One Piece

CARNAVAL E LITERATURA COMBINAM?

Por último, mas não menos importante, as referências literárias do Carnaval de 2024! Não sou do Carnaval, mas fiquei muit impressionada esse ano com a quantidade de livros que ajudaram a planejar os desfiles das Escolas de Samba do Rio e de São Paulo.

Carnaval e literatura combinam?

Adoraria saber o que vocês acharam dessas matérias, quais vocês gostaram mais de ler e o que mais vocês gostariam de me ver escrevendo sobre cultura pop!

O impossível amor de Tristão e Isolda é um dos mais antigos e famosos romances da cultura literária ocidental. A história do casal se encaixa dentro do ciclo arturiano, que tem versões tanto da cultura celta como da tradição medieval, sendo Tristão um dos cavaleiros da Távola Redonda.
Tristão, em uma viagem à Irlanda, conhece a princesa Isolda e ganha o direito à sua mão após derrotar um dragão que assolava as terras da ilha esmeralda. Contudo, não é para si que ele a deseja, e sim a seu tio, Marcos, o rei da Cornualha. Isolda, a princípio, se ressente de Tristão por não querer se casar com ela, mas logo acaba convencida de que se casar com um rei seria muito mais adequado a seu estatuto de princesa. Para ajudá-la no casamento, sua mãe lhe dá então um vinho incrementado com uma poção do amor, com instruções rígidas de que ela só deve compartilhá-lo com seu futuro marido, de forma a garantir que tenham uma união de amor.
O destino, no entanto, resolve pregar uma peça em Isolda e Tristão. Presos juntos no navio que os levaria à Cornualha, a criada de Isolda acaba por servir a eles o vinho enfeitiçado, deixando os dois, portanto, inegável e eternamente apaixonados um pelo outro. Entretanto, de forma a manter sua honra, Tristão não pode desposá-la, pois já a havia prometido ao tio.
A isso se seguem inúmeras desventuras amorosas entre os dois que, mesmo após o casamento de Isolda, continuarão a se amar e a se encontrar escondidos. A versão mais conhecida contemporaneamente, do francês Joseph Bédier (1864-1938), é um compilado das várias fontes medievais às quais teve acesso, narrando desde a infância de Tristão até sua morte.
Histórias de amor entre cavaleiros e suas damas inatingíveis são um tropo recorrente no que hoje chamamos de romances de cavalaria, um gênero literário medieval, composto majoritariamente em prosa (mas não somente). Nessas obras, quanto mais difícil o amor e mais inacessível a dama, melhor. Para nossa percepção moderna, a coisa pode parecer toda muito exagerada e melodramática, mas é inegável o apelo que tinham ao público da época, indo culminar mesmo nos famosos dramas de Shakespeare — há amor impossível mais famoso do que o de Romeu e Julieta?
Apesar de associarmos essas desventuras amorosas ao período medieval, porém, é na Grécia Antiga que elas terão seu primeiro momento de ascensão. No século I d.C., já em tempos de dominação romana na Grécia, surge o primeiro espécime de um gênero que se tornaria ainda mais popular em latim: o romance antigo. Frequentemente negligenciado tantos nos estudos clássicos quanto nos estudos de teoria do romance, o romance antigo é um gênero que lança ao solo literário as primeiras sementes do que viria a ser o romance moderno.
O primeiro exemplar desse gênero que chegou até nós foi Quéreas e Calírroe, escrito por um Cáriton de Afrodísias do qual temos pouquíssimas informações. A trama revolve ao redor do casal que a nomeia, e começa de um jeito muito promissor: os jovens se apaixonam e chegam mesmo a se casar.
No entanto, a partir daí tudo parece dar errado. Há crises de ciúmes, uma falsa morte, sequestro por piratas, distanciamento, novos pretendentes e até mesmo uma guerra! Tudo isso para garantir que nosso casal só será reunido bem ao final da história. E a Quéreas e Calírroe se seguem diversos outros romances, que pavimentarão o caminho para nossos cavaleiros e damas medievais, 400 anos antes do começo da Idade Média.
Apesar das diferenças culturais claras — afinal, os valores da antiguidade e do medievo muito se diferem um do outro —, em especial em se tratando do dever masculino e do que era esperado das mulheres em cada período, é impossível não reparar as semelhanças entre uma obra e outra ao lê-las.
A lealdade entre o casal é uma delas — e é interessante notar que, tanto para Isolda quanto para Calírroe, fidelidade não tem nada a ver com essa lealdade. Isolda se casa com Marcos, Calírroe também acaba se casando novamente, acreditando na morte de Quéreas, contudo, apesar disso, ambas, em seus corações, mantêm-se leais a seus verdadeiros amores (Tristão, para a primeira, e Quéreas para a segunda), e é isso que vale mais do que qualquer mera fidelidade sexual.
Outra característica compartilhada pelas narrativas são as aventuras vividas pelo casal, forçando-os a utilizar de suas melhores habilidades para permanecerem juntos. No caso dos homens, é a destreza em batalha que sobressai — Tristão mata um dragão, Quéreas chega mesmo a travar uma guerra por Calírroe —, contudo nas mulheres é a sagacidade que salta aos olhos. Calírroe e Isolda valem-se de estratagemas e jogos de palavras muito bem tramados para conseguirem sair de situações potencialmente embaraçosas e chegarem àquilo que mais desejam: estar na companhia do amado.
Tristão e Isolda tem Quéreas e Calírroe como paradigma passado, mas também foi fonte de inspiração futura. Como não vê-los em Beren e Lúthien, de J. R. R. Tolkien?
Integrando as narrativas da Terra Média, célebre pel’O Senhor dos Anéis, Beren e Lúthien conta a história do primeiro casal interracial entre humanos e elfos. Ao passear um dia pelo bosque, o humano Beren encontra a elfa Lúthien, enquanto essa canta uma linda canção. Os dois se apaixonam e Beren vai até o pai de Lúthien para pedir sua mão em casamento. O rei elfo, no entanto, não cederá sua linda filha a um mero humano tão facilmente e declara que Beren só poderá desposá-la se trouxer as joias silmarils para ele.
Beren aceita a missão e é acompanhado pela própria Lúthien. Juntos, então, passarão por diversas aventuras para provar seu amor e poderem ficar juntos. Mais uma vez salta aos olhos as habilidades físicas e guerreiras masculinas (de Beren, portanto), enquanto cabe à Lúthien à destreza e sagacidade de tramar bons planos (Beren jamais teria recuperado as silmarils se não fosse pela inteligência de Lúthien).
De uma forma ou de outra, com desfechos felizes ou nem tanto, prevalece no fim o amor, e sua capacidade sobre-humana de superar todo e qualquer obstáculo para ser concretizado.

Obras referidas:

O romance de Tristão, Béroul (trad. Jacyntho Lins Brandão – Editora 34, 2020)O romance de Tristão e Isolda, Joseph Bédier (Editora Martins Fontes, 2016)Quéreas e Calírroe (trad. Adriane Duarte – Editora 34, 2020)Beren e Lúthien (Editora Harper Collins, 2018)

Em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, conversei com 5 autoras nacionais que admiro muito (foi difícil demais ficar só em 5, pois já perdi as contas de quantas escritoras maravilhosas eu tenho o privilégio de conhecer!), e pedi a elas 5 recomendações de obras escritas por mulheres que elas consideram essenciais! Juntei minhas próprias recomendações e o resultado é essa lista com 36 obras para colocar já na sua lista de leituras.

* Para conhecer melhor as autoras nacionais participantes, é só clicar no nome!

R afaela S. Polanczyk recomenda:

Viúva de Ferro, Xiran Jay Zhao (*se identifica como pessoa não binária)Lendários, Tracy DeonnOrgulho e Preconceito, Jane AustenCidade da Lua Crescente, Sarah J. MaasSérie Mulheres do Brasil, Sheila Guedes

Ana Farias Ferrari recomenda:

E não sobrou nenhum, Agatha ChristieHeartstopper, Alice OsemanClichês em rosa, roxo e azul, Maria FreitasConectadas, Clara AlvesTrilogia Simon Snow, Rainbow Rowell

Mariana Madelinn recomenda:

Olhos d’água, Conceição EvaristoAlforrias, Rita SantanaRedemoinho em dia quente, Jarid ArraesNua e outros poemas, Dayane TostaA anatomia do parênteses, Hosanna Almeida

Meg Mendes recomenda:

Dias de chuva, Carolina ManciniSobre o mar, B. G. RiccettoEm qual 1917 você vai me encontrar?, Jacqueline F. SilvaA livusia, Bruny GuedesLuzes peculiares, Mayra Pamplona

Ana Victoria S. Machado recomenda:

Orgulho e preconceito, Jane AustenA moradora de Wildfell Hall, Anne BrontëO tempo entre costuras, María DueñasIsso também vai passar, Milena BusquetsO sol é para todos, Harper Lee

Thais Rocha recomenda:

Violino, Anne RiceFrankenstein, Mary ShelleyHino a Afrodite e outros poemas, Safo de Lesbos (trad. Giuliana Ragusa)Pachinko, Min Ji LeeFelicidade clandestina, Clarice Lispector

Esse post reúne breves apresentações que fiz no Instagram de alguns dos personagens do meu livro Moirai!

Já conhece o livro? Saiba mais aqui!

Os personagens!

Aaminah e Samantha

Em Moirai, Diana chega a uma nova cidade, indo encontrar uma casa onde moram outros seres exatamente como ela (vou suprimir o spoiler para quem ainda não leu Tykhe!). Samantha e Aaminah são duas delas.

De origem norte-americana, Samantha é reservada e muito silenciosa; já Aaminah, de origem egípcia, é o oposto: extrovertida e muito expansiva, ela acolhe Diana de braços abertos, pronta para incluí-la na família. Ambas foram resgatadas por Felipe, o líder do bando, e bastou colocarem os olhos uma na outra para saberem que estavam destinadas a ficar juntas. Dediquei umas das músicas da playlist de Moirai para elas: “Legendary Lovers”, da Katy Perry!

Logan

Nascido na ilha de Skye, na Escócia, Logan tem um passado muito parecido com o de Diana – com uma única diferença: enquanto Diana sempre esteve fugindo sozinha, Logan foi resgatado por Felipe e Samantha ainda criança e pôde crescer num ambiente seguro, cercado por sua própria espécie.

Sempre com um sorriso no rosto e um comentário ferino na ponta da língua, Logan será, potencialmente, uma pedra no sapato de Diana. Será mesmo…? O trecho na imagem é a descrição da primeira vez que Diana vê Logan.

Assim como mães não deviam ter filhos favoritos, escritores não deviam ter personagens favoritos, mas a verdade é que, de todos os meus, Logan tem um lugar especial no meu coração. Ele é daqueles personagens que não se comportam e estão sempre te surpreendendo fazendo coisas que você decididamente não tinha planejado que eles fizessem.

Kimiko

Kimiko é a mais jovem da casa. Recém-resgatada e órfã, Diana imediatamente vê a si mesma na pequena menina. Depois de perder a mãe, Kimiko fica um bom tempo sem falar uma única palavra sequer. Mas assim que supera um pouco da dor e aprende a falar português, ela se torna uma verdadeira matraquinha. É uma criança doce e comportada e cheia de carinho pra compartilhar.

Quer conhecer melhor os personagens? Morai já está disponível na Amazon e na livraria da editora Cartola!

Esse post reúne breves apresentações que fiz no Instagram dos personagens do meu livro Tykhe!

Já conhece o livro? Segue a sinopse:

Diana esteve sozinha toda sua vida. Ela não era uma criatura sobrenatural comum, e por isso perdeu sua casa e seus pais de maneira brutal, sendo forçada a fugir pelo mundo. Porém, o que aconteceria se ela encontrasse um local seguro para ficar? E se as pessoas que encontrassem lá fossem, na verdade, mais importantes em sua história do que estava disposta a admitir? Ela está prestes a descobrir que sua vida não é exatamente como sempre supôs que fosse.

Os personagens:

Diana

Diana esteve sozinha quase que toda sua vida e por isso não confia em ninguém além de si mesma. Ela é reservada, séria e muito habilidosa com arco e flecha. Quando encontrou um lugar seguro para passar um tempo, Diana acreditou que teria um momento de paz, mas suas expectativas foram frustradas por uma pequena alcateia de jovens lobisomens. Com o segredo que ela precisa guardar, sobre sua própria identidade, ela não se deixa levar pelas tentativas dos lobos de fazer amizade. Será que em algum momento eles vão conseguir fazer Diana se abrir mais?

Victor

Victor tem a grande responsabilidade de ser o alfa de sua pequena alcateia, que sempre esteve presa na escola onde foram criados. Ele tem muita curiosidade e vontade de conhecer o mundo do lado de fora, e por isso fica imediatamente encantado por Diana. Mas não vai ser fácil persuadi-la a se abrir mais e contar para ele e sua família o que os aguarda do lado de fora. Será que ele vai conseguir amolecer um pouco a fechada Diana?

Elisa

Doce, tímida e a melhor amiga que se pode pedir, Elisa é a única menina da pequena alcateia. Ela conhece cada um dos três meninos bem até demais e acaba sempre sendo a mediadora entre eles, qualquer que seja o assunto ou problema. Seu maior segredo e que morre de vergonha de admitir é que é apaixonada por Ian desde pequena! Seu irmão gêmeo Hugo e Victor já perceberam, mas o próprio Ian parece não ter a menor ideia. Se não a encontrar lendo em seu quarto, procure-a no ginásio, treinando ginástica olímpica com o time da escola.

Ian

De acordo com Diana, ele é o mais sensato da alcateia e com certeza será o que vai sobreviver mais tempo do lado de fora. Ian é bom em todos os esportes o que deixa seus colegas de equipe muito chateados porque ele não pode sair da escola e disputar torneios interescolares. Vem mantendo secreto seu amor por Elisa desde sempre, sem nem perceber que é correspondido. Ah, a inocência do primeiro amor…

Irmã Cecília

Irmã Cecília é tia de Victor e cuidou dos quatro lobinhos depois da morte de toda a alcateia original. Como sua mãe era humana, ela tem um pouco de sangue lobisomem, mas não tem o poder de se metamorfosear. Ela é vice-diretora da escola e tem muitos segredos a guardar, especialmente sobre a barreira que circunda todo o complexo das freiras… Uma curiosidade: a escola que aparece em Tykhe foi baseada em uma escola real, na cidade onde eu cresci: Nova Friburgo.

Hugo

Hugo é irmão gêmeo de Elisa e, como ela, também se sente um pouco desconectado da alcateia: ela por ser a única menina, ele por achar que não tem uma função muito definida. Victor é o alfa, Ian é o mais forte, mas e ele? Por isso, acabou se entrosando bem mais com os colegas humanos e gosta de passar tempo com eles, em especial jogando futebol nos intervalos de aula. Antipatizou com Diana de primeira por ela ser uma clara ameaça à vida pacata que eles vivem, a qual ele muito aprecia.

Se interessou pela história e seus personagens? Adquira seu exemplar de Tykhe na Amazon ou na Livraria da Cartola!

Sinopse:

Diana esteve sozinha toda sua vida. Ela não era uma criatura sobrenatural comum, e por isso perdeu sua casa e seus pais de maneira brutal, sendo forçada a fugir pelo mundo. Porém, o que aconteceria se ela encontrasse um local seguro para ficar?

E se as pessoas que encontrassem lá fossem, na verdade, mais importantes em sua história do que estava disposta a admitir? Ela está prestes a descobrir que sua vida não é exatamente como sempre supôs que fosse.

Onde adquirir:

Livraria da Cartola: https://livrariadacartola.com.br/produto/tykhe/

Amazon: em breve

Adicione à sua estante:

Skoob: em breve

Goodreads: em breve

Playlist:

Uma resenha linda do meu livro “Giselle” feita pelo Blog das tatianices! Estou apaixonada

Blog das Tatianices

Título: Giselle
Autora: Thais Rocha
Editora: Cartola
Páginas: 135
Ano: 2019

Quando eu cursei Letras, tive sérias dificuldades com as matérias da área de clássicos, o que me criou um bloqueio muito grande com qualquer coisa relacionada a isso e, olhando muito por cima os comentários sobre Giselle, eu havia entendido que ali teria algo deste campo, quando, na verdade, o que havia era algo sobre ballet clássico. Por conta dessa pequena confusão, acabei enrolando um pouco para encarar essa obra… Ah, se arrependimento matasse!

“Ela não tinha nenhuma ideia do que aconteceria a seguir, clichês não eram clichês para ela. Será que existia mais alguém no mundo assim?”

Giselle é um livro maravilhoso e devorei cada página querendo — e não querendo — chegar ao fim dessa história. Uma narrativa envolvente, forte e que me apresentou muita coisa interessante.

“Tudo o que ela mais queria era…

Ver o post original 604 mais palavras

Depois das Vilãs, chega a vez das Heroínas.

Da mesma editora (Corvus), organizadora e muitas das autoras por trás da antologia “Vilãs”, apresentamos uma nova antologia: “Heroínas”!

Mais do que oferecer uma nova percepção sobre clichês estabelecidos para mulheres ao longo da História e da literatura, Heroínas também busca homenagear figuras históricas — das mais famosas, que deixaram seus nomes gravados nas mentes de muitas gerações, às mulheres que precisam ser redescobertas por leitores de todo o mundo.

Uma antologia composta por 10 autoras, e organizada por Clara Madrigano, que reimagina grandes mulheres da História num contexto fantástico, como um tributo por sua luta e pelo que representam hoje.

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A mulher que eu escolhi retratar foi Cleópatra VII, a última rainha do Egito.

Muitos mitos envolvem essa figura histórica tão polêmica e conhecida. Os próprios contemporâneos dela (destaque para o orador romano Cícero) já destilavam mentiras sobre ela. Afinal, ela era a rainha de uma das maiores nações do Mediterrâneo Antigo, uma das últimas a cair no domínio do Império Romano.

Os mitos sobre sua beleza e lascívia não tem outro motivo senão o recalque e medo masculino. Ela era muito inteligente. Estima-se que fosse fluente em 9 línguas e era uma estrategista de dar inveja a qualquer general romano.

Ela chegou no poder com as próprias mãos, destronando o próprio irmão (e marido) e angariando o apoio político de César, para o eterno ódio do restante dos romanos. Diferente dos reis da dinastia dos Ptolomeus que a precederam (a dinastia grega que assumiu o Egito após a morte de Alexandre, o Grande), Cleópatra falava a língua egípcia e se importava com o povo egípcio bem como com os gregos que viviam em seu império.

Sob o reinado de Cleópatra, o Egito prosperou. Tanto que os romanos não podiam deixá-la reinar. Uma rainha mulher mais poderosa que as legiões romanas? Inaceitável. Ela foi alvo do herdeiro de César, Otaviano, que não descansou até que Alexandria estivesse em suas mãos.

Shakespeare eternizou e romantizou a cena de suicídio mais famosa da modernidade: a víbora nos figos, que levou Cleópatra. Sem dúvidas não foi assim que as coisas aconteceram, mas uma coisa é verdade: Cleópatra entregou-se ela mesma à morte. Pois se recusou a ser levada à Roma como escrava e prisioneira. Em toda sua vida, não se curvou a nenhum poderio masculino, fosse em sua própria família ou romano. E é por isso que ela segue em nosso imaginário, cercada de mitos e mentiras, mas sempre eternizada.

Apoie a campanha da antologia Heroínas! http://catarse.me/corvusheroinas