Antologia “Heroínas”

Depois das Vilãs, chega a vez das Heroínas.





Da mesma editora (Corvus), organizadora e muitas das autoras por trás da antologia “Vilãs”, apresentamos uma nova antologia: “Heroínas”!





Mais do que oferecer uma nova percepção sobre clichês estabelecidos para mulheres ao longo da História e da literatura, Heroínas também busca homenagear figuras históricas — das mais famosas, que deixaram seus nomes gravados nas mentes de muitas gerações, às mulheres que precisam ser redescobertas por leitores de todo o mundo.





Uma antologia composta por 10 autoras, e organizada por Clara Madrigano, que reimagina grandes mulheres da História num contexto fantástico, como um tributo por sua luta e pelo que representam hoje.





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A mulher que eu escolhi retratar foi Cleópatra VII, a última rainha do Egito.





Muitos mitos envolvem essa figura histórica tão polêmica e conhecida. Os próprios contemporâneos dela (destaque para o orador romano Cícero) já destilavam mentiras sobre ela. Afinal, ela era a rainha de uma das maiores nações do Mediterrâneo Antigo, uma das últimas a cair no domínio do Império Romano.





Os mitos sobre sua beleza e lascívia não tem outro motivo senão o recalque e medo masculino. Ela era muito inteligente. Estima-se que fosse fluente em 9 línguas e era uma estrategista de dar inveja a qualquer general romano.





Ela chegou no poder com as próprias mãos, destronando o próprio irmão (e marido) e angariando o apoio político de César, para o eterno ódio do restante dos romanos. Diferente dos reis da dinastia dos Ptolomeus que a precederam (a dinastia grega que assumiu o Egito após a morte de Alexandre, o Grande), Cleópatra falava a língua egípcia e se importava com o povo egípcio bem como com os gregos que viviam em seu império.





Sob o reinado de Cleópatra, o Egito prosperou. Tanto que os romanos não podiam deixá-la reinar. Uma rainha mulher mais poderosa que as legiões romanas? Inaceitável. Ela foi alvo do herdeiro de César, Otaviano, que não descansou até que Alexandria estivesse em suas mãos.





Shakespeare eternizou e romantizou a cena de suicídio mais famosa da modernidade: a víbora nos figos, que levou Cleópatra. Sem dúvidas não foi assim que as coisas aconteceram, mas uma coisa é verdade: Cleópatra entregou-se ela mesma à morte. Pois se recusou a ser levada à Roma como escrava e prisioneira. Em toda sua vida, não se curvou a nenhum poderio masculino, fosse em sua própria família ou romano. E é por isso que ela segue em nosso imaginário, cercada de mitos e mentiras, mas sempre eternizada.





Apoie a campanha da antologia Heroínas! http://catarse.me/corvusheroinas

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Published on October 29, 2020 05:55
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