Manuel Alves

O próximo conto está quase terminado e, salvo eventuais ajustes de revisão, começa assim:

"O meu nome é Andreia Dias. Aparentemente. O resto é uma ideia vaga que tenho de mim. Talvez seja melhor. Não quero saber já se o sangue nas minhas mãos significa que fui eu que matei o homem caído no chão. Parece morto. Deve estar. Sinto que está. Sei. O cheiro dele é familiar e completa o sabor que me faz crescer saliva na boca."

Com este conto, aproveitei para fazer uma experiência: testar o uso simultâneo de narrador de primeira e terceira pessoa, para um próximo livro (não relacionado com o conto).

Será publicado ainda este mês. ;)

é o conto preferido da Helena. ^_^

clicar na imagem para aumentar)

Olá. :)
Aqui fica um pequeno excerto (sujeito a edição) do início do meu próximo livro de fantasia “Wulfric – As Cativas de Mefistófeles”.
Comentem à vontade. ;)
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«1598. Londres, Inglaterra.
A peça começou, os espectadores aplaudiram e Lúcifer aplaudiu no meio deles. As paredes do Curtain Theatre, espartilho apertado em corpo com excesso de peso, devolveram a vibração dos aplausos e aprisionaram o calor humano da multidão. O edifício sobrelotado em sessão de estreia acolheu os espectadores com vontade de rir e alheios ao incómodo do pouco espaço, comprimidos no ocasional encontrão sem intenção. Lúcifer olhou para o lado, observação casual do homem que lhe acertou no ombro. Não cabia mais um corpo naquela bancada lateral, a estrutura sobrecarregada de multidão e o ar espesso com cheiro de pele que nunca conheceu sabão. O mundo estava a ficar com excesso de pessoas. Era altura de fazer algo em relação a isso. Com isso. O homem que lhe acertou o encontrão foi empurrado, por alguém, contra a protecção da bancada, um contacto nada amigável. Voltou-se com intenção de reclamar com o causador do embate, perdeu a vontade numa hesitação e decidiu procurar outro lugar.
Lúcifer sorriu para o responsável, um homem pequeno, com magreza suficiente para passar por rapaz esfomeado, mas uma frieza no olhar que o tornava gigante capaz de esfaquear o céu e a terra no mesmo golpe. Aprovou o aspecto descuidado do emaranhado de pêlos negros afunilados no queixo, uma pêra digna de bode montês, e as duas pontas de cabelo seboso sobre as têmporas, um par de chifres simbólico.
— Perdeste o início da peça, Tomás.
Disse o nome com sotaque espanhol irrepreensível.
— Senhor, esse já não é o meu nome.
Lúcifer chegou-se ao ouvido, proximidade íntima, e fez uma pausa de lábios entreabertos.
— A discrição é a melhor ilusão — disse ele. — Não queremos assustar ninguém com o teu nome, pois não, Mefistófeles?»


― Manuel Alves, ‘Wulfric – As Cativas de Mefistófeles’

Fiquem atentos/as à iniciativa do Marco Lopes, no seu blogue O Senhor Luvas.

"Durante esta semana vou fazer uma espécie de "campanha/promoção" da obra de um jovem autor chamado Manuel Alves, dando à estampa uma opinião por dia de (quase) toda a sua obra, ainda não sei se terminarei a tempo o seu ultimo livro (e-book), "Perguntas-me?". Convenhamos a sua obra (ainda) não é assim tão grande, mas revela já uma grande potencial. Tudo o que publicou foi em e-book, mas dois contos já tiveram direito a serem incluídos em duas antologias. No final irei fazer um "apanhado da situação".

Em - everyone's got a darkside ;) wrote: "Hey Manuel, thanks for the friends invite ;)"

What can I say... I’m a sociable guy. ;)

Katy wrote: "Thanks for the friendship request. I look forward to talking about books with you!"

Hi, Katy.
I spend more time writing than talking about what’s already written; but sure, books are a nice subject for a conversation. :)

Thanks for the friendship request. I look forward to talking about books with you!

Como o Dia dos Namorados está próximo, esta semana irei publicar um romance para todas as idades (ou quase, vá).

Lucy wrote: "Obrigada por me adicionares, Manuel!
Mais um amigo português. Fantástico!"

Olá, Lucy.

Não tens de agradecer. Afinal, isto é uma comunidade. :)

Obrigada por me adicionares, Manuel!
Mais um amigo português. Fantástico!

Conto pigmeu. ;)


- Como gostas dos teus marshmallows? - perguntou o dragão.
- Tostadinhos - disse o duende domador de unicórnios.
- Wooosshhh! - fez o dragão, com cuidado para não incendiar a floresta inteira.
Uma língua de chamas saiu-lhe da boca e lambeu o marshmallow do duende até o deixar com casquinha de caramelo.
- Um dias destes - disse o duende -, tens de me ensinar como se faz isso.
- É magia - disse o dragão.