Falando do livro: o colofão
Um nome estranho em função que mudou com o tempo.
Não é uma ideia exclusiva da Bandeirola, outras editoras (que eu saiba, as independentes) também usam o colofão para registrar um momento, uma ideia. A Bandeirola registra o tempo presente.
A Úrsula Antunes fez cards gracinhas para a rede social da Bandeirola em uma série que mostra a “última página” de alguns dos nossos livros.
Sandra Abrano
Colofão: você sabe o que é?O colofão, ou colofon, é um pequeno texto na última página de um livro. Às vezes centralizado, às vezes no fim da página, o colofão pode trazer informações sobre a impressão do livro (material, local, gráfica etc.), imagens, símbolos, logos, ou até mesmo mensagens relacionadas ao momento da produção do livro.
O termo vem do grego, por via latina, e quer dizer “final”.
Ao final de um impresso, podem ser usados “finis” ou “fim” como colofão, algo bastante comum de ser visto principalmente nos livros menos contemporâneos.
O primeiro colofão da Bandeirola aparece no livro Vestígios – mortes nem um pouco naturais.
Veja a página:

Esse primeiro colofão definiu a característica principal das últimas páginas dos livros da Bandeirola: registrar os acontecimentos político/sociais do ano em que o livro foi lançado. Acompanhe:

Em Quimeras do Agora, o texto do colofão nos convida à reflexão e à ação diante da urgência climática.
O colofão de Crimes Impossíveis marca o período de isolamento da pandemia da covid-19.

O colofão de O Êxtase Derradeiro da Vampira de Osasco, fruto do primeiro chamado para a coleção Curta Bandeirola:

Para Pavor Dentro da Noite, o colofão foi lembrando a crise climática alarmante tornada cada vez mais evidente. Em 2024, João do Rio foi o autor homenageado da FLIP – Paraty.

E o último lançamento de 2025 também terá seu colofão especial, iniciando uma nova fase:
2025, ano de lançamento de A MULHER e o ESTRANHO, que traz contos traduzidos em 2021, pensados alguns meses antes, com prefácio e apresentações finalizadas em 2022. Em 2024, iniciaram-se os trabalhos de edição, preparação, diagramação e capa.
O tempo editorial é particular. Uma editora pensa os lançamentos que irão ocorrer no futuro e publica o que foi elaborado no passado. O futuro e o passado, em uma editora, compõem o presente com a naturalidade de um virar de páginas.
Indica-se que esse livro, fruto maduro e coletivo, seja desfrutado sem moderação ou contraindicação.
Livros comentados nesse artigo, todos disponíveis na Livraria online da Bandeirola [só clicar sobre o título]:
Vestígios — Mortes nem um pouco naturais, de Sandra Abrano
Quimeras do Agora — Literatura, Ecologia e Imaginação Política no Antropoceno, de Ana Rüsche
Crimes Impossíveis, diversos autores, antologia organizada, traduzida e prefaciada por Braulio Tavares
O Êxtase Derradeiro da Vampira de Osasco, de Daniela Funez
Pavor Dentro da Noite, de João do Rio


