Epidemias Quotes

Quotes tagged as "epidemias" Showing 1-4 of 4
“É possível verificar que conforme a doença-vampirismo se espalha pela narrativa, ela progressivamente a contamina com um discurso viral, que acaba permeando toda a ação: as pessoas se sentem “doentes”, “um lixo”, mas “deve ser só gripe”; se Mike está doente, “alguns acham que ele pegou alguma doença do Danny Glick”; quando a mãe de Danny Glick começa a ter sonhos estranhos com o filho morto, seu marido nota como “ela estava pálida [...] os lábios haviam perdido a cor natural, e ela ganhara olheiras escuras”; se a Casa Marsten fede, o odor “lembrava lágrimas, vômito e trevas”; se a indústria dos trailers cresce, ela cresce “como uma epidemia”; se o medo de uma doença indizível se espalha, “fantasias paranoicas podem ser contagiosas”; se o vampiro logra atacar-me, “não encosta em mim, fui contaminado”.”
Thiago Sardenberg, À Noite não Restariam Rosas: A Ameaça Epidêmica em Narrativas Vampirescas

“Impregnadas nas diferentes ameaças epidêmicas impostas pelos vampiros, estão inquietações que perpassam esse olhar crítico para as escolhas que nós, humanos, estamos continuamente fazendo. Se o vampiro ficcional, esse monstro que tanto nos revela e adverte sobre nós mesmos, insiste de maneira tão enfática no viés pandêmico-apocalíptico na contemporaneidade, talvez seja pelo inconveniente fato de que se torna cada vez mais evidente que “o surto mais grave no planeta Terra é o da espécie Homo sapiens” e que, caso continuemos a fazer as mesmas escolhas equivocadas, teremos que lidar com a o fato de que “eis a verdade em relação aos surtos: eles acabam”.”
Thiago Sardenberg, À Noite não Restariam Rosas: A Ameaça Epidêmica em Narrativas Vampirescas

“Narrativas como Apocalipse V e The Passage evidenciam o papel da humanidade na perturbação e desintegração de ecossistemas, fatores que acabam por favorecer a criação de cenários pandêmicos, no que somos expostos a novos patógenos que se encontravam placidamente contidos, e que podem ser responsáveis pela emergência (ou reemergência) de doenças infecciosas potencialmente perigosas.”
Thiago Sardenberg, À Noite não Restariam Rosas: A Ameaça Epidêmica em Narrativas Vampirescas

“Nas artes, afinal, o vampirismo é como que endêmico — os surtos que retratam aparecem e então se tornam latentes por tempo indeterminado; quando os esquecemos ou julgamos tê-los superado, eis que reaparecem, seus monstros-vampiros funcionando como personificações de uma nova “variante” bem preparada para desarmar as defesas que construímos.”
Thiago Sardenberg, À Noite não Restariam Rosas: A Ameaça Epidêmica em Narrativas Vampirescas