Memorial Do Convento Quotes

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José Saramago
“Deve-se a construção do convento de Mafra ao rei D. João V, por um voto que fez se lhe nascesse um filho, vão aqui seiscentos homens que não fizeram filho nenhum à rainha e eles é que pagam o voto, que se lixam, com perdão da anacrónica voz.”
José Saramago, Baltasar and Blimunda

José Saramago
“Tu és Sete-Sóis porque vês às claras, tu serás Sete-Luas porque vês às escuras, e, assim, Blimunda, que até aí só se chamava, como sua mãe, de Jesus, ficou sendo Sete-Luas, e bem batizada estava, que o batismo foi de padre, não alcunha de qualquer um. Dormiram nessa noite os sóis e as luas abraçados, enquanto as estrelas giravam devagar no céu, Lua onde estás, Sol aonde vais.”
José Saramago, Baltasar and Blimunda

José Saramago
“Quando me dás a mão, quando te encostas a mim, quando me apertas, não preciso ver-te por dentro.”
José Saramago, Baltasar and Blimunda

José Saramago
“Deveria isto bastar, dizer de alguém como se chama e esperar o resto da vida para saber quem é, se alguma vez o saberemos, pois ser não é ter sido, ter sido não é será, mas outro é o costume, quem foram os pais, onde nasceu, que idade tem, e com isto se julga ficar a saber mais, e às vezes tudo.”
José Saramago, Baltasar and Blimunda

José Saramago
“O mal é dos corpos, que a alma, essa, é perfumada.”
José Saramago, Baltasar and Blimunda

José Saramago
“Já sabemos que destes dois se amam as almas, os corpos e as vontades, porém, estando deitados, assistem as vontades e as almas ao gosto dos corpos (...). Este é o melhor cheiro do mundo, o da palha remexida, dos corpos sob a manta.”
José Saramago, Baltasar and Blimunda

José Saramago
“Um dia terão lástima de nós as gentes do futuro por sabermos tão pouco e tão mal.”
José Saramago

José Saramago
“Pouco a pouco se tornando tão cega como a outra gente que só pode ver o que à vista está.”
José Saramago, Baltasar and Blimunda

José Saramago
“a casa, se a mulher que nela está é estimada e os filhos amados, tem o gosto que tem o pão, não é para todas as horas, mas sente-se-lhe a falta se não for todos os dias.”
José Saramago, Baltasar and Blimunda

José Saramago
“«Ah, gente pecadora, homens e mulheres que em danação temais viver essas vossas transitórias vidas, fornicando, comendo, bebendo mais que a conta, faltando aos sacramentos e ao dízimo, que do inferno ousais falar com descaro e sem pavor, vós homens, que podendo ser apalpais o rabo às mulheres na igreja, vós mulheres, que só por derradeira vergonha não apalpais na igreja as partes dos homens, olhai o que está passando, o pálio de oito varas, e eu, patriarca, debaixo dele, com a sagrada custódia na mão, ajoelhai, ajoelhai, pecadores,
agora mesmo vos devíeis capar para não fornicardes mais, agora mesmo devíeis
atar os queixos para não sujardes mais a vossa alma com a comilança e a bebedice, agora mesmo devíeis virar e despejar os vossos bolsos porque no paraíso não se requerem escudos, no inferno também não, no purgatório pagam-se as dívidas com rezas, aqui sim é que eles são precisos, para o ouro
doutra custódia, para sustentar a prata de toda a gente (...)»”
José Saramago, Baltasar and Blimunda

José Saramago
“(...) ainda ontem morrer um era uma tragédia e hoje é banalidade evaporar-se um milhão (...).”
José Saramago, Baltasar and Blimunda