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“O drama de uma vida pode sempre ser explicado pela metáfora do peso. Dizemos que temos um fardo sobre os ombros. Carregamos esse fardo, que suportamos ou não. Lutamos com ele, perdemos ou ganhamos. O que precisamente aconteceu com Sabina? nada. Deixara um homem porque quis deixá-lo. Ele a perseguira depois disso? Quis vingar-se? Não. Seu drama não era de peso, mais de leveza. O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser.”
― The Unbearable Lightness of Being
― The Unbearable Lightness of Being
“O senhor escute meu coração, pegue no meu pulso. O senhor avista meus cabelos brancos... Viver - não é? - é muito perigoso. Porque ainda não se sabe. Porque aprender-a-viver é que é o viver, mesmo. O sertão me produz, depois me enguliu, depois me cuspiu do quente da boca... O senhor crê minha narração?”
― Grande Sertão: Veredas
― Grande Sertão: Veredas
“O suicídio sempre foi tratado somente como um fenômeno social. Ao invés disso, aqui se trata, para começar, da relação entre o pensamento individual e o suicídio. Um gesto como este se prepara no silêncio do coração, da mesma forma que uma grande obra. O próprio homem o ignora. Uma tarde ele dá um tiro ou um mergulho. De um administrador de imóveis que tinha se matado, me disseram um dia que ele perdera a filha há cinco anos, que ele mudara muito com isso e que essa história “o havia minado”. Não se pode desejar palavra mais exata. Começar a pensar é começar a ser minado. A sociedade não tem muito a ver com esses começos. O verme se acha no coração do homem. É ali que é preciso procurá-lo. É preciso seguir e compreender esse jogo mortal que arrasta a lucidez em face da existência à evasão para fora da luz.”
― The Myth of Sisyphus
― The Myth of Sisyphus
“O inferno dos vivos não é uma coisa que virá a existir; se houver um, é o que já está aqui, o inferno que habitamos todos os dias, que nós formamos ao estarmos juntos. Há dois modos para não o sofrermos. O primeiro torna-se fácil para muita gente: aceitar o inferno e fazer parte dele a ponto de já não o vermos. O segundo é arriscado e exige uma atenção e uma aprendizagem contínuas: tentar e saber reconhecer, no meio do inferno, quem e o que não é inferno, e fazê-lo viver, e dar-lhe lugar.”
― Invisible Cities
― Invisible Cities
“Os evangelhos também podem ser lidos de duas maneiras. Pelo fiel, são lidos como a estranha história de um homem, de um deus, que expia os pecados da humanidade. Um deus que se digna ao sofrimento — a morte na "amarga cruz", como diz Shakespeare. Há ainda uma terceira interpretação, que encontrei em Langland: a ideia de que Deus queria saber tudo sobre o sofrimento humano e que não Lhe bastava sabê-lo intelectualmente, como é facultado a um deus; queria sofrer como um homem, e com as limitações de um homem. Contudo, se você for um incrédulo (muitos de nós somos), então poderá ler a história de modo diverso. Pôde pensar num homem de gênio, num homem que pensava ser deus e que no final descobriu ser somente um homem, e que deus — o seu deus — o abandonara.”
― This Craft of Verse
― This Craft of Verse
Lara’s 2024 Year in Books
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