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Duas epidemias, uma no passado (HIV), outra no presente. Poesia e ficção nos lembrando que outros mundos são possíveis.

Hora de começar a montar meu guia de leituras para 2026.

Uma personagem que vê a morte como seu único futuro possível é um bom truque para deixar o leitor em constante estado de tensão. Também gosto que o autor, sendo negro, cubano, (e hetero até onde sei) meta o dedo na ferida e fale do tanto de racismo e homofobia que existia no período da revolução.

Bom demais esse livro. De um autor cubano, com protagonismo queer, acompanha um garoto afeminado que vai se percebendo uma mulher trans e vive na cidade cubana de Cienfuegos. Acaba que ele/ela é a reencarnação de Cassandra, a profetisa da mitologia grega. Ou vai ver é só o jeito que Cassandra arrumou para lidar com seus problemas.

Ainda achando o melhor dos 3 já publicados. Como os anteriores, tem trama e mistério, sempre a possibilidade de ser ou não sobrenatural, mas ela é bem simplória. A curtição real é passar tempo com os personagens (caso você tenha gostado deles nos livros anteriores, obviamente). Cozy Horror continua me parecendo uma boa definição pra essa coleção.

A investigação sobrenatural desse livro se dá dentro de uma mina abandonada de carvão. Prevejo claustrofobia pela frente.

E lá vamos nós de novo. Esse é o terceiro da série. Cada livro é uma investigação sobrenatural diferente sem grandes prejuízos de spoiler pra quem quiser ler fora de ordem. É meio cozy meio goth, bem bobinho, mas gosto dos personagens daí acabo voltando. Esse tá parecendo ser mais sinistrão. Acho que a Kingfisher pegou a manha do que quer fazer depois de testar os caminhos nos dois primeiros.

Um protagonista gay no ensino médio, uma arma amaldiçoada, reflexões sobre violência urbana e a responsabilidade de não passar a violência adiante. Tá sendo um jovem adulto bem gostoso de se ler.

Estava me devendo esse faz um tempo. Leitura rápida, mistério sobrenatural com adolescentes e questões relevantes. Se fosse livro gringo já tinha ganhado adaptação pro audiovisual.

Bom começo! Fala de imigração chinesa nos EUA e usa cultura pop audiovisual como metáfora de quem tem direito de ser protagonista na sociedade e quem é sempre o figurante sem nome das histórias. Isso influencia inclusive a maneira como o livro é narrado até aqui, parece que estamos acompanhando alguém montando o background dos personagens desses filmes e séries.

Museu do Silêncio dá uma surra em Polícia da Memória, apesar do polícia ser o mais conhecido da autora no Brasil. Não tô achando uau, mas o livro traz reflexões interessantes sobre por que razão governos autoritários agem para manipular a memória de um povo, o valor das palavras nessas disputa e outras questões mais indiretas a partir daí como importância da empatia, valorizar pequenos momentos, etc.

"No momento em que você perde a voz, perde também a capacidade de dar forma a si mesma."

Simples, mas bem divertido pra distrair a cabeça.

Cascavéis é uma novela simples, mas pra mim é a melhor do livro. Aliás, geralmente quanto menos mirabolante o King tenta ser, melhor o resultado.

Tem uma crítica ao mundo de poetas, escritores, pintores, etc., que é meio cansativa porque te obriga a passar tempo demais com personagens que falam só disso. Mas ainda assim é um livro com lots of gays e cenas de sexo, escrito por um autor negro e que pega padrões de comportamento bem atuais para montar os personagens. Me lembra o Quarto Aberto, do Tobias Carvalho, de certa maneira. Em PT se chama Vidas Tardias.

Uma história de horror com bicho em que o bicho não morre. finalmente! não tem clichê mais insuportável do que cão e gato morrer pra demonstrar ameaça ou proximidade de perigo para os humanos.

A novela sobre sonho premonitório acabou sendo uma história sobre como fanáticos damarescos não se privam de destruir a vida das pessoas para alimentar suas ilusões de poder e de povo escolhido. Entendi o ponto, mas passa tempo demais com o vilão fanático. Foi como entrar no twitter, basicamente.

Tô numa noveleta sobre como o fanatismo religioso está entranhado na estrutura do estado, inclusive na força policial, e sobre como isso torna nossa vida um inferno que embora seja algo muito com cara de EUA na ambientação é infelizmente 100% reconhecível na rotina brasileira. Ainda mais no dia de hoje

Retomando esse que pra mim é um dos melhores do King em muito, muito tempo. Reúne contos e noveletas, com destaque para uma "continuação" do Cujo chamada Cascavéis.

Procurando citações sobre bocas e/ou mordidas para uma epígrafe. Se tiver alguma sugestão, conta pra mim.

Bem simples pros padrões do King. Parece ser um livro sobre contar histórias mais do que sobre uma história. Mas como é gostosinho de ler peguei firme nele pra quebrar a ressaca literária. É um dos livros curtos recentes que o King andou escrevendo pra homenagear romances investigativos.

"não existe governo bom para Estado ruim. É preciso contracolonizar a estrutura organizativa".

Cheguei na última das 3 histórias que compõem o livro. As duas primeiras são eventos do passado, antes de existir a borda da Área X. Essa última acontece depois dos eventos da trilogia.