Katya’s Reviews > John & Paul: Uma história de amor feita de canções > Status Update

McCartney, nesta altura [1965], era um homem de espírito fervilhante. Consumia estimulantes culturais e intelectuais como se fosse um avião a jacto a engolir combustível.(...)Na entrevista à London Life, Paul faz referência a Dylan e aos The Who, mas também a Handel, ao pintor Francis Bacon, aos dramaturgos John Osborne e Eugene O'Neill, aos actores Tom Courtenay e Albert Finney, e ao poeta Robert Graves.

Há muitos "hmmms", "ahhhs" e "ohhhs" neste livro. Não que me esteja a queixar, nem nada, mas que Beatles é que andei a ouvir durante 30 anos que nunca tinha dado conta disto?!!!

seguiram directamente para uma conferência de imprensa,exibindo a sua costumeira e animada descontracção. (P. Como é que explicam o vosso sucesso? John:Temos um bom assessor de imprensa. P. O que é que vocês acham de Beethoven? Ringo: Gosto muito. Especialmente dos poemas dele.)Tiveram de responder a muitas perguntas sobre penteados; é absolutamente bizarro constatar a obsessão dos jornalistas masculinos pelo cabelo.

[Em 1962] John e Paul combinaram dividir os rendimentos das composições entre si, em partes iguais, independentemente de quem tivesse concebido uma canção. E assim formalizaram o pacto que traziam da adolescência, no seu primeiro fulgor de criatividade mútua: concordaram manter-se unidos perante a lei.

O jornalista inglês Malcolm Muggeridge apareceu no Top Ten Club quando os Beatles estavam a tocar, por mero acaso, durante uma saída à noite em Hamburgo. No seu diário, descreve o grupo com que se deparou como «crianças sem idade, de sexos indistinguíveis... Cabelos compridos; estranhos rostos femininos, como esculturas renascentistas de santos ou Virgens Santas».

A colaboração entre eles não se limitava à composição de canções. Certo dia, à chegada a Mendips, em Outubro de 1958, Paul encontrou John a trabalhar, na sua máquina de escrever, numa história(...). Paul juntou-se a ele. Era mais uma para a lista dos originais assinados por Lennon-McCartney. John viria a publicá-la num livro de poesia, acompanhada da nota «Escrita em conjugalidade com Paul».

Devia ser uma barulheira terrível, lamacenta e gloriosa. Um miúdo esfregava uma tábua de lavar roupa, um outro agarrava-se a um baixo feito de um caixote de madeira, um baterista dava pancadas vigorosas. Na frente: Lennon, tudo menos acanhado, a fitar a multidão lá do alto e a berrar.

[Um primeiro encontro McCartney/Lennon a fazer lembrar os filmes da Walmart]

O assalto partiu de uma ilha sombria nos confins do Velho Mundo,(.)dos subúrbios de uma cidade de província em declínio industrial,com ruas degradadas pelos danos da guerra. Foi ali que dois rapazes adolescentes inventaram o seu próprio futuro e, com isso, o nosso presente. Nem John Lennon nem Paul McCartney estudaram música; nem sequer sabiam ler notas musicais. Ensinaram-se um ao outro,e depois ensinaram o mundo.