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Embora a noção de exclusão tenha relevância por evidenciar novas formas de miséria, os autores argumentam que é necessário resgatar uma gramática crítica que reconecte as ideias de exclusão e exploração. A exploração continua presente em formas mais sutis no capitalismo atual.

como pode um livro de 99 ser tão atual? principalmente para a realidade do Brasil e América Latina

O novo espírito do capitalismo dissolve as fronteiras entre vida pessoal e profissional. A lógica dos projetos, da flexibilidade e da mobilidade exige que o trabalhador esteja disponível a qualquer momento, muitas vezes em detrimento de sua saúde e bem-estar. Todo mundo tem de ter perfis profissionais nas redes sociais agora.

o capitalismo projetista constrói seu discurso em torno da liberdade, criatividade e colaboração — ideais que mascaram a precarização e a intensificação da exploração.

Esse livro descreve bem a dinâmica do capitalismo no contexto empresarial e todas as ideologias meritocráticas e neoliberais que estão presentes até os dias de hoje.

A análise de Boltanski e Chiapello é muito mais focada na adaptabilidade do capitalismo do que em seu colapso inevitável, como Marx previu. Para os autores, as crises e críticas ao sistema não são sinais de um fim iminente, mas sim combustíveis para a transformação do capitalismo, que se ajusta e se aprimora diante desses desafios.

Em vez de provocar um "fim", a crítica atua como um "motor" para que o sistema se torne mais eficiente e exploratório, o que também aumenta a complexidade e a abrangência de suas formas de exploração. Esse processo cria o novo espírito do capitalismo: uma ideologia que permite ao sistema justificar-se continuamente, adaptando-se às demandas sociais e, ao mesmo tempo, preservando as relações de exploração.