Aline Bei's Blog
December 12, 2018
fardo
a casa escura, os pais dormiam, ela gostava deles assim
dormindo, lhe davam paz e ao mesmo tempo não estavam mortos.
acordada sua mãe falava alto, seu pai
fazia perguntas, você foi na lotérica? pagou a conta de luz?
e a cabeça dela querendo
apenas ser
casulo, o pescoço querendo o silêncio de uma floresta
já que o silêncio completo não existe, nunca atingimos o nível máximo de nada, nem do amor, nem da permanência, mas o som de uma floresta parece calmo o bastante, o som do vento encostando
nas folhas, nos pelos. ela deslizou
pelo escuro da sala
de all star e ainda morando
com a dona Neusa e com o seu
Adelino sempre tão conhecidos na feira de sábado não acredito
que sou filha dos meus pais.
daqui a pouco
eles estariam tão velhos que
ela não poderia mais
ir embora, teria que ficar
de enfermeira, sempre alguma coisa, algum trabalho que ela precisava fazer. também não tinha namorado
ou roupa preferida, encostou a porta do quarto, tinha livros, no entanto se houvesse um incêndio ela não choraria por nenhum.
não ter nada
era pra deixar seu corpo mais leve na cama, pois acontecia justamente o contrário, ela colocou a mão no rosto
com angústia, com vontade de
trocar de vida, deve ter alguma porta, deve ter
tanto mundo que nós humanos não enxergamos e que uma pomba por exemplo
enxerga, de repente ela percebe
o rosto da mãe na penumbra, toma um Susto
a dona Neusa pede desculpas, queria saber se você tinha chegado bem ao mesmo tempo que se ofende olha aqui, Marina, eu não sou nenhum fantasma.
November 22, 2018
Ribeirão
as pessoas estavam reunidas dentro de casa, nasceu
o menino jesus
e tantos outros meninos que ninguém jamais saberá o nome
-vou brincar lá fora.
-está bem. – minha mãe disse distraída, ela voltava a ser filha na presença da minha vó e
me esquecia
ao mesmo tempo que isso machucava
me dava também uma certa liberdade
que eu gostava, apesar do medo
e de não saber muito bem o que fazer com o tempo sem a minha mãe comandando o navio das horas que me pertenciam, por direito, afinal
eu estava viva com o meu corpo no mundo, cada um tem o seu
pra cuidar.
cuidei do meu naquela tarde,
peguei a bicicleta que trouxemos de São Paulo.
a rua da minha vó era plana
e antes de começar a pedalar eu ia pra ponta
da rua
ficava olhando pra frente, fileiras de casas até onde a vista alcança.
dia 25 nasceu
tanta gente
por que então? só falar de um.
me sentei na bicicleta.
pedalei, era fácil
-só na rua da vó. – minha mãe dizia
a voz dela ecoando
dentro do meu peito que respirava sobe e desce querendo países inteiros
e todos os pássaros
e todos os parques
do beto carreiro, mas
quando chegava no fim da rua
solene eu
dava meia volta, começava tudo outra vez.
pedalei mais rápido
para pelo menos Ter alguma coisa, o vento no rosto, as casas passando
e no fim da rua eu virei tão brusco que acabei me derrubando no jardim da dona glória. caí na terra, o fofo da terra, demorei um tempo para me levantar. não era vergonha, não estava doendo
demorei porque de repente eu me dei conta
ali e com pouca idade que
aquela terra
num belo dia
será inevitavelmente o meu último lugar nesse mundo.
November 14, 2018
Outra
vomitou a janta, caldo amarelo descarga
abaixo, depois olhou
a própria barriga e
chorou um pouco, ainda estava gorda, amanhã não comeria nada nem café.
foi pro quarto,
pegou uma tesoura. cortou a gola da camiseta do colégio, experimentou, a clavícula saltada. procurou então um colar na penteadeira, aquele com a mão de buda.
o inspetor do colégio achava ela bonita, sempre dizia que menina bonita, mas os seus amigos e os outros alunos, não.
ela pegou a calça do uniforme, a mãe bateu na porta, filha?
-estou terminando a Lição.
-quando acabar tome seu banho, não quero você dormindo tarde outra vez.
ainda bem
que a mãe não abriu a porta
mas a menina foi rápida, colocou toda a roupa que estava cortando embaixo da cama.
pegou de novo
quando sentiu que a mãe tinha se afastado
e fez na calça do colégio uma pequena fenda que se abriria mostrando a meia enquanto ela caminhasse.
provou a calça, se olhou no espelho. não era o ideal porque ela estava gorda
e também porque essas calças de colégio não são feitas para deixar ninguém bonito, claro que a Tuti e a Mafê ficavam bem bonitas
vestindo isso ou vestindo o que fosse, tirou a camiseta, botou um sutiã.
com bojo e além do bojo
experimentou colocar em cada peito duas ombreiras que ela tinha arrancado dos casacos que herdou da mãe. então sim, vestiu de novo a camiseta, mal podia olhar a própria barriga no espelho, mas até que de roupa ficava melhor e as mamas altíssimas
e o colarzinho
de buda
amanhã as pessoas vão pensar a Amanda está no mínimo diferente.
agora
ela só precisava dar um jeito naquelas malditas olheiras.
passou base corretivo base corretivo tantas camadas que a pele mudou de cor. ela se maquiava com força pensando nas pessoas bonitas que conhecia, a Luana, por exemplo, aquela tinha o rosto de um anjo. algumas pessoas até já disseram que ela parecia irmã da Luana, a irmã feia só se for, mas sabe que assim maquiada
de bojo e tentando
ser magra, talvez ela consiga apresentar com alguma dignidade o seu seminário sobre o tiradentes
amanhã no palquinho da sala de aula, o palanque, e as pessoas impressionadas com a pessoa que a Amanda virou.
November 8, 2018
Berço
meu filho levanta os próprios pés, coloca na boca, a baba vai virando chuva nos carros estampados no lençol. comprei essa roupa de cama antes do Chico
nascer
numa loja em Osasco cheia de mães
quando chega a noite
a luz da loja se apaga
amanhã começa tudo outra vez, se não tivesse pausa
enlouqueceríamos.
Chico, eu digo. Chico, repito, não estou te chamando, estou te contando seu nome,
é assim que as pessoas que quiserem a sua atenção ou
quiserem falar da sua Presença vão se referir a você que acabou de soltar um nhé
em breve será uma palavra, em breve
frases inteiras, histórias em outras línguas até que. um dia você vai usar
as palavras que eu te ensinei
junto com as palavras que você aprendeu
sozinho/ na escola
para brigar comigo, me magoar, e eu vou te magoar também, inevitavelmente, vou magoar seu pai e tudo o que existe
ainda assim iremos à praia
pela primeira, pela décima vez.
te percebo com sono.
afago a sua barriga, tem algo de cachorro nos seus gestos, na sua inocência que sei (e é uma pena)
sei o quanto vai passar. por mais que eu te proteja – polvo que sou –
vai chegar o dia
em que você olhará para a vida sem nenhuma esperança e
conversando com os seus amigos dentro do apartamento de algum deles, todos bêbados, você dirá minha mãe
era boa. um pouco exagerada, neta de italianos, também não tinha senso de direção. mas era boa, a velha, me deu um afeto tão puro
e eu debaixo da terra
sorrirei sem boca nem dente pensando que ganhei uma espécie de sobrevida.
November 1, 2018
estado noturno
viro de bruços, como se boiasse, e percebo que o meu estômago ainda dói. tenho comido muito rápido, como se a comida fosse um ódio, imagino que nado em uma piscina que cresce, quando vejo estou em alto mar. desisto do bruços, me sento na cama. Bruges, na Bélgica. eu estive lá, uma vez.
procuro meu chinelo com os pés, calço
caminho até a geladeira de funcionamento incansável.
abro a porta
em busca do pote de melão, por engano pego o de alho e desisto
de tudo, vou pra sala, me sento no sofá.
que desespero no peito
por não estar fazendo o que outros estão fazendo, dormindo. parece tão simples, as crianças fazem à beça, fechar os olhos, desligar a mente do mundo.
outro dia sonhei que
tocava um feto de nascimento prematuro e isso escureceu a minha mão, fui ficando cinza, Não encoste em nada, os médios gritaram, mas eu já tinha encostado nas paredes, nas cortinas, senti que ia morrer.
quando acordei anotei o sonho. foi a última vez que dormi.
pego a revista que está na mesa de centro. folheio no escuro
aquelas marcas de roupa querendo o dinheiro de todos nós e então me aborreço, sou manada, era pra eu estar dormindo igual a todas as outras criaturas.
fecho a revista, visto um robe.
desço o elevador de costas para o espelho.
-olá. – digo para o marcos porteiro da noite.
-dona Mirtes. – ele responde balançando a cabeça e aquilo é tão pouco, me sinto desamparada, sento no banco ao lado da portaria.
as velhas senhoras do meu prédio sentam ali na parte da tarde
conversando com o porteiro da tarde
–sem sono? – o marcos de repente me pergunta, sorrio como se não me importasse
a brisa noturna invade meu robe num pequeno arrepio.
-e você, dorme que horas?
-não sou muito de dormir, dona Mirtes.
entrou um morador.
-boa noite.- ele disse pra nós dois
ficou no ar um cheiro de cigarro depois que ele passou.
–penso que é melhor dormir menos. – o marcos prosseguiu. – assim quando eu morrer, terei vivido quase a idade completa do meu ano de morte, não apenas os dias.
-bom, isso é verdade. mas eu não sei se.
-o que?
de novo a brisa
crescendo grande boca.
–está ficando frio. – eu disse, me levantando.
–boa noite, dona Mirtes.
-boa noite. –palavras frouxas
e o elevador me levando para o Abismo que é não saber o que fazer com o tempo, minha mente está suspensa, eu só queria tocar no feto e escurecer.
October 25, 2018
a hora mais escura
a escola ainda estava vazia se não fosse pelo zelador que abria a porta e o cumprimentava sempre pelo nome
o professor retribuía
o cumprimento
olhando de relance para aquele rosto que por sua vez ele não lembrava
do nome, era Lalo? ou talvez fosse Tito. vou perguntar de novo pra diretora
e dessa vez anotar.
com os alunos acontecia a mesma coisa, o Antônio só lembrava do nome de alguns não porque tiravam boas notas, mas porque dali de cima do tablado
os nomes que ele lembrava eram de seres que despertavam a sua curiosidade
seja pela curva da coluna
seja pela timidez excessiva
especialmente o silêncio que fazia um determinado aluno chamado Manuel.
o menino ficava desenhando grandes navios no caderno enquanto Antônio explicava na lousa uma ou outra regra gramatical sem que isso se tornasse uma afronta, pelo contrário, para o professor aquilo era sinônimo de resistência. a escola impõe uma escuta cega e pouca escuta do lado de dentro,
espontaneamente o Manuel olhava para dentro
desenhando grandes barcos que o professor jamais vira em lugar nenhum. quando o menino ia mal nas provas, Antônio ficava com ele depois da aula explicando e explicando a matéria incansavelmente, o próprio Manuel não entendia bem aquela proteção, não era proteção, era quase um espelho.
– obrigado, meu querido. – Antônio disse ao zelador.
adentrou a escola,
o barulho do sapato no piso fazia nascer o prelúdio de um samba que morria quando o Antônio entrava na sala dos professores.
ele pendurava a bolsa no cabideiro, pegava um café na máquina.
sentava em uma das poltronas, a mais próxima da janela, tão cedo que lá fora parecia noite, seus alunos ainda estavam dormindo, os que moravam mais perto da escola com certeza estavam dormindo
e assistia
a transição do céu
assim, totalmente só e sempre perdendo o momento exato em que o marinho vai ganhando tons de rosa era seu jeito de desenhar navios.
October 3, 2018
saudade,
um barco nos levaria pra longe, a morte também, um beijo seu
com certeza me faria soltar o balão invisível que carrego comigo especialmente para os dias sombrios, meu balão passaria
pelas janelas dos apartamentos
subiria até seu máximo décimo oitavo andar, depois
explodiria,
arde
pro balão explodir assim, mas
para as janelas dos apartamentos ele teria sumido, apenas, sem nenhuma dor ou som, também a música
nos levaria pra Longe e tem nos levado
para lugares que, por deus nem o sexo, a música e o sexo,
dançar com você aqui
na sala da nossa futura casa, o piso fresco, o bebê que ainda não temos, você me levanta, cheira meu ventre enquanto toco
o teto da nossa futura casa onde chorarei em filmes que pelo trailer
não pareciam tão tristes, vou pra longe
também quando balanço no parquinho que me viu crescer, o vento sempre tentando levar consigo os
cabelos, as
saias, numa pequena coreografia do adeus.
September 24, 2018
o artista
ele chegou cedo no ateliê, tinha brigado com a mulher mas não por isso
– o desenho que ele deixou em suspenso ontem à noite –
era como se os traços implorassem me termine para que eu possa viver.
antônio trabalhava rápido,
geralmente construía suas obras em um dia único, até mesmo os desenhos que viraram quadros e depois lhe renderam prêmios, dinheiro que ele gastou mal e mal comprando uma mesa
de jacarandá
e um bolo
de confeitaria
que ele comeu sozinho no ateliê, os pés no piso frio.
era um lobo solitário, sua esposa reclamava
com razão, era um homem inatingível, se escondia na própria arte antônio, em que mundo você vive? também não fora pai,
ele foi alguém na cozinha enquanto a esposa preparava o café das filhas,
e as levava pra escola,
tudo passava por ele tão depressa
os acontecimentos, natal, ano novo, páscoa, aniversário
um trem que ele jamais alcançaria ainda que corresse em fôlego máximo, por isso
preferia o ateliê afastado de tudo
chegou ali
naquela manhã tão cedo
tirou o casaco, deixou na cadeira e era como se ele já estivesse sentado ali.
lentamente pegou o desenho que ficou pra hoje, um início de vaso que tendia a ser antigo, ele estava inclinado a desenhar algo antigo
apesar da pouca experiência com louças.
Antônio se sentou em sua grande mesa de jacarandá
2 Antônios agora, o da blusa e o de carne e osso
brigou com a esposa, horas antes, mas
não por isso
pegou o lápis, deixou que a mão o guiasse
pelo desenho
igual ele fazia criança quando sua mãe o levava até o rio
pra brincar, o que tem no vaso? o que poderia ter
no vaso
Antônio pensou um pouco,
e se fosse de vidro? por dentro um cemitério
de borboletas, ele nunca tinha visto um corpo de borboleta, pra onde elas vão depois da morte? pro vaso, esse imã,
depois que terminou o formato ele pintou com diversas cores
a pilha de corpos depois da guerra que era existir na cidade grande sendo pequena e voadora, ele foi experimentando
texturas possíveis para asas inúteis, o suor lhe cobria a testa, lá fora um tipo vento que costumava trazer chuva quando uma leve ereção lhe ocorreu.
September 20, 2018
date
você colocou sua mão na minha, eu quis tirar
minha mão uma flor
esquecida, entre escombros, você alisou a pele
não estou pronta, tentei te dizer
mas saiu outra frase, saiu algo como
já estive aqui, uma vez.
sinto vergonha
do jeito que meus dedos se arredondam em formas humanas, meus ossos, e você me olhando para além do que sou sem nunca me ver, eu também não te vejo, mal vejo a mesa em que estamos, os pés se esbarram, será que estou com o sapato certo? será que,
chegou a lagosta
–não sei
comer lagosta.
-eu te ensino,
suas mãos.
penso o tempo todo
nas impressões que te causo, queria viver, simplesmente, assistir nunca mais. você me pergunta
sobre o meu trabalho, respondo que
bom, faço o que posso.
mas você gosta?
claro e
mudo de assunto, comento do vinho, você lida em silêncio com o fato de eu não estar sendo cem por cento sincera
e quem está? sendo cem por cento sincero,
você segue
em silêncio
parece quase triste
eu não devia ter aceitado esse encontro, onde eu estava com a cabeça? me conheço o suficiente para saber que não mudei uma vírgula e então te escuto dizendo você é muito dura consigo mesma, por que?
ah, meu amor.
você devia passar uma tarde
lá em casa
com a senhora minha mãe
mas achei melhor dar outro tipo de resposta menos íntima
até porque
não vamos passar dessa janta, então eu disse
-como? não entendi.
-nada, esquece.
e eu já sentindo saudades do que nunca tive com você,
em algum universo paralelo e se eu evoluísse muito, acredito que nosso encontro poderia se estender pelos anos, só não estou conseguindo passar dessa noite, quem dera eu passasse
você pediu a conta.
sua mão está longe agora, a minha
está na perna
ainda dá tempo de
fazê-la voar
até você, vamos, que em breve será tarde, a mão a coisa mais pesada, não sai do lugar, não sai.
September 12, 2018
semente
-queria viajar pelas Américas, abrir os braços no topo de uma montanha.
-paulo, você anda lendo muito os beats.
-eu tô falando sério.
-eu também. tira a cara dos livros, coloca no mundo. olha o preço que tá a passagem.
-você me acha ingênuo.
-muito pelo contrário e exatamente por isso. a vida do lado de fora precisa de você.
-elisa, há quanto tempo somos amigos?
-desde a faculdade.
-isso. e desde lá, escuta bem, desde lá nós dois não estamos indo a lugar nenhum.
-como não?, olha essa festa.
-não estou falando da festa.
-da próxima vez não te chamo.
-para de bobagem, você me entendeu. vamos viajar juntos, eu, você e mais nada.
-ai, paulo.
-vamos? a vida é uma só.
-tá, e começaríamos por onde?
-tem muita coisa em Cuba que eu gostaria de ver. você sabia que o Hemingway morou lá pra escrever um romance?
-todo mundo sabe disso.
-eu podia fazer o mesmo.
-ótimo. e depois?
-depois vamos vendo. você disse das passagens, mas a gente não precisa de dinheiro. podemos trabalhar nas cidades e ir viajando, vamos conhecer o mundo devagar.
-e a nossa vida aqui?
-estou falando de jogar tudo pro alto, elisa, você não entendeu? não aguento mais trabalhar naquela maldita escola, minha família me odeia, a rita então nem se fale.
percebe? eu não tenho nada a perder.
-você está louco.
-pois o louco aqui
vai te mandar um tremendo cartão postal.
ela deu um tapa no ombro dele, prendeu o lábio com os dentes.
-adoro essa música.
-vamos dançar?
eles se levantaram e
rapidamente sumiram
na pista
de vez em quando um braço
de vez em quando os cabelos
de elisa, entre tantos,
demoraram pra sair de lá quase três da manhã e então
saíram, cambaleantes, pagaram as bebidas no caixa
e ganharam a rua, não é melhor pegar um taxi? não, vamos andando. está uma noite tão bonita.
caminharam,
até a casa dela
conversando sobre as músicas que a dj tinha tocado
e no quanto ela acertou em colocar Lionel Richie logo depois de Michael Jackson, uma combinação de fato explosiva, na porta de casa ela disse ficou tarde, é melhor você dormir aqui.
-dou aula amanhã às duas
-a gente coloca despertador.
ele subiu os degraus, ela na frente, procurou a chave na bolsa
o bob não latiu.
abriu a porta,
o paulo se jogou no sofá como se fosse
uma piscina.
-cuidado as costas.
-não sinto nada, estou morto. – e o bob cheirando
-ei. deixa ele em paz.
a elisa foi pro quarto, pegou travesseiro e cobertor.
quando voltou
o paulo já estava dormindo
-parece criança. –comentou pra si mesma
também ela
estava muito cansada
fechou a cortina pra não entrar luz, mas
sempre entrava.
antes de se deitar ela tomou um banho
(o bob no tapete do banheiro)
e enquanto tomava
imaginou que
a água na verdade era Chuva
de algum país exótico que ela nunca foi.
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