Luís’s Reviews > Doidinho > Status Update

Abandonava a polémica no meio, porque se não a coisa redundaria em conflito. Já não tinha medo do ferrabrás. A lição da lanceta em punho dera-me coragem para falar na frente dele sem sustos. Perdera toda a pimponice para o Carlinhos. Carlos de Melo sabia defender-se como homem. A carta de Coruja trouxera-me um bocado de vantagem. Ficara o primo sabendo que um amigo me dava notícias, e um amigo adiantado.
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Coruja ficava vermelho com estas exibições. Se fosse Pão-Duro, com que ar chibante não voltaria para o meio de nós! Este agora andava todo pegado com o Clóvis, enganando o menino com doces e pedaços de queijos num chaleirismo que nos deixava preocupados. Pão-Duro também tinha coração. Mas não era porque Clóvis fosse pequeno, não tivesse mãe: era porque Clóvis era bonitinho.
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Fui para a cama porque não me aguentava mais nas pernas. O medo de uma vertigem preocupava-me. Vira o Aurélio, verde, cair na igreja. Sempre tivera medo de perder os sentidos. E no meio sono, entre acordado e adormecido, fiquei esperando a hora da ceia. Na cama arrependi-me dos meus arrancos de raiva. Pecara grosseiramente. Num dia daqueles, tão grande, ofender a Nosso Senhor!
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E era ele que deixaria o colégio. Pão-Duro ficava, ficavam Aurélio, João Cáncio, e outros, inúteis para mim. O que me servia com ternura, o que apanhara por mim, que me contava histórias da sua família, a sua irmã cega e o seu pai em dificuldades, o bom Coruja, estava acabado de vez. Ficaria no balcão da loja de seu pai, medindo fazenda para o povo.