Melancolia Quotes

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Suman Pokhrel
“Não perguntei a ninguém
por que a vida termina de maneiras incertas.”
Suman Pokhrel

“Aquella deixadesa institucionalitzada era la bandera de les classes populars, la seua absència de gust pel debat, la criminalització de tot discurs crític i intel·lectual. Aquella aversió no permetia aprofundir ni per descomptat alimentar detalls metafísics que sostingueren la ciutat en un nivell hermenèuticament superior. Tot pegava voltes als tòpics: l’himne, la paella, les falles, la ressaca del conflicte idiomàtic, la misèria moral que emanava de les restes del franquisme. La València literària era una mòmia dissecada, un manual de trinxeres. La il·lustració havia passat de puntetes per davant dels nostres nassos, deixant-nos una ciutat arrasada i servil que es delectava en el seu espill; una ciutat cegada per la llum, la força de les aparences, l’instint de felicitat gregària. Al final aplegava a una conclusió: aquella màscara era una altra variant suïcida de la melancolia.”
Rafa Lahuerta Yúfera, Noruega

“... mas de que serve a fantasia, na melancolia? Sentimos que ela, enfim, se cansa, definha na eterna tensão, essa fantasia inesgotável, porque amadurecemos, superamos nossos ideais antigos: eles se desfazem em pó, em escombros; e se não existe outra vida, então é preciso construí-la a partir desses escombros.”
Fiodor Dostoïevski, Noites Brancas

Virginia Woolf
“Entre a felicidade e a melancolia não medeia espessura maior que a de uma lâmina de faca.”
Virginia Woolf, Orlando

João Tordo
“A melancolia é impossível de combater porque, a partir do momento em que nos aventuramos no mundo, teremos sempre saudades de tudo. De tudo. Do que fizemos e do que não fizemos, de quem se cruzou no nosso caminho e de quem jamais conseguiremos encontrar.”
João Tordo, Biografia Involuntária dos Amantes

Stendhal
“El lejano sonido de la campana de un pueblecito escondido bajo los árboles conmueve nuestra imaginación. Estos sones que las aguas transportan dulcificándolos adquieren un tinte de dulce melancolía y de resignación, y parecen decir al hombre: "la vida huye, no te muestres, pues, tan reacio a la dicha que se presenta, y apresúrate en gozarla.”
Stendhal, The Charterhouse of Parma

Enrique Serrano
“El legado más preciado después de su muerte fue el tesón con que inculcaba a los suyos la necesidad de librarse para siempre de la melancolía que abate los pobres corazones.”
Enrique Serrano, Donde no te conozcan

Ben Oliveira
“Ao evitar a inanição do corpo, não percebi que havia adquirido uma espécie de anorexia da alma, o vazio dos sentimentos.”
Ben Oliveira

Mehmet Murat ildan
“El atardecer es un momento donde todas las emociones
son experimentadas: Melancolía, asombro, intoxicación, casuística, admiración, amor y tristeza.”
Mehmet Murat ildan

Leandro C. Martins
“Vou tropeçando pela vida, como o acaso do ocaso. E todo o mundo em flor pesa em mim como num vaso.”
Leandro C. Martins, Renascer Em Mortes

Ted Chiang
“Nada borra el pasado. Existe el arrepentimiento, existe la enmienda, y existe el perdón. No hay más, pero con eso basta.”
Ted Chiang, The Merchant and the Alchemist's Gate

Ruy Belo
As velas da memória

Há nos silvos que as manhãs me trazem
chaminés que se desmoronam:
são a infância e a praia os sonhos de partida

Abrir esse portão junto ao vento que a vida
aquém ou além desta me abre?
Em que outro mundo ouvi o rouxinol
tão leve que o voo lhe aumentava as asas?
Onde adiava ele a morte contra os dias
essa primeira morte?
Vinham núpcias sem conto na inconcebível voz
Que plenitude aquela: cantar
como quem não tivesse nenhum pensamento.

Quem me deixou de novo aqui sentado à sombra
deste mês de junho? Como te chamas tu
que me enfunas as velas da memória ventilando: «aquela vez...»?

Quando aonde foi em que país?
Que vento faz quebrar nas costas destes dias
as ondas de uma antiga música que ouvida
obriga a recuar a noite prometida
em círculos quebrados para além das dunas
fazendo regressar rebanhos de alegrias
abrindo em plena tarde um espaço ao amor?
Que morte vem matar a lábil curva da dor?
Que dor me faz doer de não ter mais que morrer?

E ouve-se o silêncio descer pelas vertentes da tarde
chegar à boca da noite e responder”
Ruy Belo, Aquele Grande Rio Eufrates

“O que dizer da dor que não pode ser dita? Sem causa ou natureza definíveis, sem possibilidade de compreensão? Dor do nada, simplesmente do vazio de existir, indescritível, incomensurável, e que, por isso mesmo, chama em vão a palavra? Muitos falaram dela, para dizê-la, traduzi-la ou minorá-la: tristeza, trevas, sombras sem fim, sol negro, nevoeiro, tempestade em céu sereno, certeza infeliz, apatia, acedia, tédio... A melancolia vem de bílis negra, cor terrosa, pacto com Saturno. O desespero da alma encontra refúgio na criação, na permanente procura de sentido. A relação genialidade/melancolia dominou na Antigüidade.
Hoje a melancolia cede terreno à depressão, que implica diminuição, redução e decréscimo. A psiquiatria introduz o uso dessa palavra que melhor se aplica a um estado de doença do que à romântica melancolia. Mas o que de fato define, indica ou revela essa forma de marcar a tristeza? Como transformar em doença a dor de existir?
Muitos que a experimentaram de maneira intensa di-zem-na indescritível, “dor aguda, de ordem não-física, cuja natureza e causa são desconhecidas”, “distúrbio do espírito, misteriosamente recebido, catástrofe”.
Como classificar um sentir que não se descola de quem o sente? Como generalizar a dor de ser que constitui e singulariza?
Mas, verdade seja dita, estamos vivendo a democratização da tristeza em sua dimensão mais aguda. Não é mais uma forma de situar-se no mundo, porém uma característica do homem da atualidade. Globaliza-se um estado d’alma. A depressão é o mal do século.”
Urania Tourinho Peres, Depressão e melancolia (PAP - Psicanálise)

“Freud, em seu texto magistral O mal-estar na civilização, afirma muito claramente que só podemos desfrutar a felicidade como um “fenômeno episódico”, pois somos limitados em nossa capacidade de senti-la. Entretanto, a infelicidade pode ser experimentada com muita facilidade, pois padecemos permanentemente de três grandes ameaças de sofrimento: nosso próprio corpo, que nos envia sinais de alarme através da dor e da angústia devido a seu inevitável processo de envelhecimento; o mundo externo, que pode nos lançar ataques intensos e destruidores; e, finalmente, o desgosto decorrente de vínculos com os outros seres humanos, que de todos os males é o mais ingrato. Assim, a busca da felicidade acaba por se transformar, apenas, em um esforço para evitar a infelicidade: buscar o isolamento para evitar os conflitos com os semelhantes, tentar proteger-se das intempéries da natureza, procurando agir sobre a própria natureza, e, por último, agir sobre o próprio organismo, quando ele mesmo faz parte dessa natureza.”
Urania Tourinho Peres, Depressão e melancolia (PAP - Psicanálise)

“A angústia surge quando não há satisfação pulsional por causa do recalque, e a depressão devido ao abandono do objetivo sexual sem que tenha havido satisfação. Tanto uma como outra trazem uma “tendência para negar a vida”. A insatisfação com o objetivo sexual transmite um sentimento de não ser amado, assim como uma incapacidade para amar. Abraham destaca, ainda, um paralelo entre a melancolia e a neurose obsessiva grave, decorrente de uma impossibilidade de desenvolvimento normal da libido pelo constante choque entre amor e ódio.
Havendo um predomínio da tendência hostil em relação ao mundo, conseqüentemente há uma redução da capacidade de amar. O recalque do componente sádico produz uma incerteza nas relações afetivas, auto-acusações e aumento das tendências masoquistas. Quanto mais intensos são os sentimentos de ódio inconscientes, maior a ten-dência para as idéias delirantes de culpa e o sentimento depressivo. Assumindo uma posição passiva, o paciente acaba por obter prazer de seu sofrimento. É, contudo, importante assinalar a ênfase atribuída à diferença entre a depressão neurótica e o afeto de pesar e luto. A melancolia traz uma fonte de prazer oculta.”
Urania Tourinho Peres, Depressão e melancolia (PAP - Psicanálise)

“Lacan destaca que é importante fazer a distinção entre a imagem narcísica i(a) e o que se desprende em sua própria constituição, a, já que este último está sempre velado, mascarado atrás do primeiro. Para ele, o melancólico necessita passar através de sua própria imagem para atingir esse objeto que o transcende e para dar-se conta de que sua queixa de ser nada em verdade não se dirige à sua imagem especular, ou seja, não é uma queixa de má aparência, porém de “ser o último dos últimos”. E não apenas de “ser”, mas também de “ter”, na medida em que a auto-acusação implica o ter sido arruinado. Lacan fala, ainda, em suicídio do objeto. Ele aponta que o objeto se constituiu, mas que por alguma razão desapareceu. Em suas auto-acusações, o melancólico está inteiramente no simbólico, assinala ele no seminário A transferência.”
Urania Tourinho Peres, Depressão e melancolia (PAP - Psicanálise)

“Na procura de estabelecer uma distinção entre melancolia e depressão, Marie-Claude Lambotte assinala que, enquanto o deprimido é capaz de delimitar a origem de seu mal-estar e esboçar tentativas de superação, o melancólico sente-se preso à fatalidade de um destino frente ao qual nada pode ser feito. O deprimido mantém vínculos afetivos, ainda que sustentados pela queixa e pela agressividade; o melancólico se isola, fecha-se em um mutismo, resignado, pois para ele “não há salvação”. Assim, queixa e resignação podem marcar uma diferença a ser considerada.”
Urania Tourinho Peres, Depressão e melancolia (PAP - Psicanálise)

“Freud observa a extraordinária diminuição do sentimento de si, como se o melancólico estivesse destituído de auto-estima, e percebe, também, algo que falta no luto: um enorme empobrecimento do eu. No luto, o mundo se torna pobre e vazio; na melancolia, o próprio eu do sujeito sofre esse processo de empobrecimento, esvaziamento e aridez. Analisando o movimento de auto-recriminação freqüente nos quadros melancólicos, Freud constata que esses pacientes se mostram desprovidos de vergonha e apresentam, ao contrário, uma satisfação no desmascaramento de si próprios, no auto-envilecimento. Destituído de valor e convencido de suas implicações negativas, mostra-se, por vezes, culpado até pela consideração com que é tratado pelos familiares, e aguarda uma punição compatível com esse implacável olhar que dirige a si. A expectativa delirante de punição acompanha o quadro.”
Sandra Edler, Luto e Melancolia - À sombra do espetáculo

“Pode-se perguntar como um estado narcísico tão evidente pode coexistir com uma auto-estima tão diminuída. Uma possibilidade de elucidação vem da expressão alemã utilizada repetidas vezes por Freud, Selbst, que pode ser traduzida por auto, ou seja, voltado a si. A referência do sujeito melancólico seria então uma auto-referência, um autocentramento, tanto na censura e crítica de si — nas quais, como vimos, é implacável — quanto no mecanismo de engrandecimento ou mesmo no delírio de grandeza, que podem surgir no estado maníaco. Em ambas as condições, reduzido ao mínimo ou elevado ao máximo, o sujeito está no centro da avaliação.”
Sandra Edler, Luto e Melancolia - À sombra do espetáculo

“A perda de um objeto amoroso constitui-se uma experiência ímpar para o exame da ambivalência, pois, em cada relação, amor e ódio estão entrelaçados. Existe, em conseqüência disso, uma fantasia de perda do parceiro ou parceira, e essa fantasia é responsável por um grau maior ou menor de culpa. No caso do neurótico obsessivo, por exemplo, o conflito produzido pela ambivalência confere ao luto um cunho patológico. O obsessivo pode culpar-se pela perda porque, em algum nível, a desejou. O luto assim se reveste de um fator de complexidade, um elemento complicador, o chamado luto patológico. Mas o luto patológico, mesmo extremo e complicado, difere enormemente da condição melancólica. Por mais difícil que seja, o sujeito está lidando com algo que, na realidade, perdeu. No caso da melancolia, sempre tendo como referência a divisão do eu, Freud observa que o mecanismo de identificação narcisista faz desencadear o ódio contra si mesmo e, paralelamente, uma satisfação secundária com o próprio sofrimento. Dito de outra maneira, tanto na neurose obsessiva quanto na melancolia, a instância crítica, depois nomeada supereu, reveste-se de particular crueldade, esmagando o eu sob a pressão da culpa e encontrando, nesse movimento, algum tipo de satisfação. O automartírio implica algo da ordem do gozo, aqui entendido como uma parcela de satisfação, ainda que paradoxal, no sofrimento.
Mas na melancolia, como já referimos, uma parte do eu se contrapõe à outra, toma-a como objeto, julga-a, confere uma sentença e desenvolve a convicção de que é merecedora de alguma espécie de castigo. A identificação melancólica ou narcisista, uma forma regredida de identificação, implica condições em que o eu é modificado, devorado pelo objeto, restando empobrecido. Como conseqüência ocorre, então, segundo Freud (1917), “uma identificação do eu com o objeto perdido” (p. 246).
Na mesma linha de pensamento, Freud enfatiza, na divisão do eu, uma clivagem dolorosa, a inserção do sadismo e, com base nesse mecanismo, propõe uma explicação para o suicídio melancólico que detalharemos adiante. O eu só pode se condenar à morte se puder tratar a si mesmo como um objeto, um objeto a quem seria dirigido forte contingente de ódio e hostilidade. O melancólico é sustentado pela paixão do ódio.”
Sandra Edler, Luto e Melancolia - À sombra do espetáculo

“A hostilidade dirigida ao objeto trouxe uma possibilidade de compreensão dos poderosos mecanismos envolvidos no suicídio como ato-limite. Tal hostilidade se volta ao próprio eu do sujeito numa espécie de confusão entre ele e o objeto. Como resultado dessa ação sádica, temos o ato suicida, a destruição do eu pela identificação inconsciente com o objeto. O eu trata a si mesmo como trataria o objeto do seu amor ambivalente. Freud conclui esse pensamento definindo três mecanismos encontrados na melancolia: a regressão da libido em direção ao eu, a perda do objeto e a ambivalência. Detalhes da identificação narcisista e o estudo mais elaborado da ação superegóica, desenvolvidos adiante, fornecem, paulatinamente, elementos para a compreensão desse quadro extremo. A observação clínica de Freud caminhava à frente, impulsionando a pesquisa teórica, apresentando questões, exigindo uma formulação mais ampla que pudesse dar conta das inúmeras interrogações e desafios gerados pelo contato com os pacientes. O ato suicida é um deles.
O eu seria a grande reserva narcísica, um vasto campo de forças bem expresso no medo mobilizado diante de uma ameaça à vida. Como, então, compreender uma situação ou contexto no qual o eu consente em sua própria destruição? Freud chegará à formulação de que, na regressão narcisista, o objeto se revela mais poderoso que o próprio eu. Em situações opostas, na paixão intensa e na situação de suicídio, o eu é dominado, subjugado, pelo objeto, embora de maneiras totalmente distintas. No caso do suicídio, de ampla complexidade, Freud irá formular a idéia de que o sadismo dirigido ao objeto se volta contra o eu, que, sob a ação do supereu, tenta direcioná-lo à auto-extinção. Os estudos sobre essa questão prosseguem em textos posteriores, O eu e o isso (1923) e O problema econômico do masoquismo (1924). A questão da ação do objeto, tão nítida na melancolia, inspirou Freud numa poética expressão que ganhou notoriedade e é sempre citada nos muitos trabalhos sobre o tema: “a sombra do objeto caiu sobre o eu” (1917, p. 246) — o que ilustra, por sua vez, o ponto de articulação entre a melancolia e o narcisismo. Diferentemente do luto, a libido investida no objeto perdido retorna ao eu e lá estabelece a identificação do eu com o objeto perdido.”
Sandra Edler, Luto e Melancolia - À sombra do espetáculo

“Se analisarmos pelo ângulo da perda, poderíamos dizer que, na melancolia, a perda não apresenta condições de ser simbolizada ou, melhor, o melancólico não consegue simbolizá-la, o que permitiria algum tipo de cicatrização. Permanece, na expressão de Freud (1917, op. cit.), “como uma ferida aberta, atraindo para si toda a energia de investimento, esvaziando o eu até o empobrecimento total” (p. 250). Ao produzir uma dor constante que não cicatriza, essa ferida aberta não deixa o eu disponível. Ocorre, em conseqüência dela, a inibição da atividade, a abolição do desejo que presenciamos nesses quadros, o que impossibilita o investimento no amor e nas coisas do mundo. Um mecanismo compreensível se considerarmos que o eu se converte na própria perda. Essa perda estrutural configura-se no eu do melancólico, de forma que ele próprio será aquilo que foi perdido, identificado a ele, sem valor, nadificado. Daí as idéias de ruína, empobrecimento, desvalorização, abandono. Em sua própria avaliação, o melancólico não vale coisa alguma.”
Sandra Edler, Luto e Melancolia - À sombra do espetáculo

“A perda de objetos muito amados lança o sujeito na condição de sofrimento. Mas, por outro lado, o homem reluta e chega mesmo a se opor à idéia de afastar-se de um objeto amado que perdeu. Isso quer dizer que a elaboração do luto dá trabalho, implica um gasto energético significativo, consome tempo, e, durante esse tempo, a existência do objeto perdido é prolongada no psiquismo. O desligamento se dá paulatinamente. Freud observa que “uma a uma das lembranças e expectativas pelas quais a libido se ligava ao objeto são focalizadas e superinvestidas e nelas se realiza o desligamento da libido” (p. 243). Podemos facilmente observar, na prática, tal afirmativa. Basta visitarmos alguém que acaba de perder um ente querido. Invariavelmente percebemos que a conversa gira em torno do tema da morte, das circunstâncias em que ocorreu, das últimas palavras do falecido. E isso não ocorre apenas em caso de perda por morte. Ao ouvir uma jovem que foi deixada por um namorado ou demitida de um emprego que julgasse importante, observamos igual relutância em voltar-se para outro assunto. Isso se deve ao prolongamento, no psiquismo, do pensamento voltado ao que foi perdido.
Freud situou o luto, a condição de perda de alguém ou de algo muito importante para o eu, como um modelo — o modelo do trabalho psíquico diante da elaboração de uma perda. Podemos perder de várias maneiras: a morte — perda absoluta, a separação, a desistência, o desaparecimento, o exílio. Além disso, as perdas não se referem apenas a pessoas. Podemos perder determinadas posições sociais e profissionais, bens, patrimônio. Perder faz parte da vida, mas a maneira como cada um reage às perdas difere enormemente.”
Sandra Edler, Luto e Melancolia - À sombra do espetáculo

Josefina Vicens
“Una melancolía que no corresponde a sus pocos años”
Josefina Vicens, El libro vacío

“Daí que a pintora portuguesa Vieira da Silva tenha dito, numa ocasião, que talvez a melhor definição de saudade fosse o título do famoso romance de Proust, 'Em Busca do Tempo Perdido'.”
Joke J. Hermsen, Melancolia em Tempos de Perturbação

Juan-David Nasio
“A propósito do suicídio, sabemos que há variantes, e cada qual é a culminância trágica de uma doença singular. Um histérico não se mata da mesma maneira que um esquizofrênico, e um esquizofrênico não se mata da mesma maneira que um melancólico. No momento de se suicidar, o homem ou a mulher, qualquer que seja a patologia, é dominado por uma fantasia que o leva irresistivelmente a dar realidade ao ato que lhe será fatal. Só existe suicídio gerado por uma fantasia. A pessoa que se mata está sempre envolvida por um sonho. Por isso é que, quando estiverem diante de um paciente com ideias suicidas, vocês devem encontrar nele a fantasia capaz de provocar a passagem ao ato. Enquanto o histérico toma medicamentos não para morrer, mas para dormir eternamente, o esquizofrênico não se atira da janela para morrer, tampouco, mas para deixar o próprio corpo, para fazer com que as vozes que o torturam se calem para sempre. Não! Nem o histérico nem o esquizofrênico querem morrer: eles querem matar neles mesmos o mal que os impede de viver, e, ao matá-lo, se matam sem realmente desejá-lo. Deixar o mundo ou deixar o próprio corpo, são estas suas funestas fantasias. O melancólico, pelo contrário, quer morrer, faz questão de morrer, faz absoluta questão de se aniquilar para livrar a Terra de seu maldito ser. “Não presto para nada”, pensa, “sou um verdadeiro lixo no universo da humanidade e preciso me aniquilar, desaparecer!” Incontestavelmente, o suicídio melancólico é o mais selvagem e cruel que eu conheço.”
Juan-David Nasio, A Depressão é a Perda de uma Ilusão

“Se puede y se debe aventurar la vida”
Dunia Wasserstrom, Nunca jamás...

“— Y ahora hablas poco. ¿Por qué —dijo—. Me gustaría que fueras tan alegre como antes.
Es uno de los últimos recuerdos que tengo de mi madre”
Dunia Wasserstrom, Nunca jamás...

“—[...] No debe tener los ojos tan tristes... Es joven y tiene toda la vida por delante.
[...] —Es mi fiel compañero. Moriremos los dos al mismo tiempo, el mismo día y puede ser que a la misma hora.
—Ahora es usted la que se pone triste. No sé por qué razón presiento que usted desempeñará un papel importante en mí vida”
Dunia Wasserstrom, Nunca jamás...

“[...] dio comienzo para nosotros la vida en común, la vida sin individualismo, la vida triste. Pero el ser humano se adapta pronto a todo”
Dunia Wasserstrom, Nunca jamás...

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