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Solidão Quotes

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Suman Pokhrel
“Não escolhi ninguém para perguntar
por que o vento soprava ali,
perseguindo as névoas.”
Suman Pokhrel

Suman Pokhrel
“Paradas ali
estão paredes e janelas, me encarando.”
Suman Pokhrel

Suman Pokhrel
“Alheio ao meu redor,
vivo inconsciente,
pois habito o esquecimento.”
Suman Pokhrel

Suman Pokhrel
“O rio imaculado das vidas
é engolido pela multidão —
O humano se perdendo entre humanos.”
Suman Pokhrel

Friedrich Nietzsche
“Detesto seguir alguém assim como detesto conduzir.
Obedecer? Não! E governar, nunca!
Quem não se mete medo não consegue metê-lo a ninguém,
E só aquele que o inspira pode comandar.
Já detesto guiar-me a mim próprio!
Gosto, como os animais das florestas e dos mares,
De me perder durante um grande pedaço,
Acocorar-me a sonhar num deserto encantador,
E forçar-me a regressar de longe aos meus penates,
Atrair-me a mim próprio... para mim.”
Friedrich Nietzsche, The Gay Science: With a Prelude in Rhymes and an Appendix of Songs

Mouloud Benzadi
“A confiança é como uma antiguidade preciosa: uma vez quebrada, não pode ser substituída.”
Mouloud Benzadi

Murilo Carvalho
“A solidão do amor é, talvez, a mais dura; e com certeza é o que nos torna mais velhos e nos faz ansiar o fim.”
Murilo Carvalho, O Rastro do Jaguar

Claudia Durastanti
“Lá pelo fim do ensino médio, eu havia começado a experimentar uma forma histérica de solidão, desaparecendo da vida pública e me segregando em casa por dias inteiros. Eu me esforçava para ser uma coisa tão solitária, como se nunca tivesse existido uma coisa mais solitária. Tinha me tornado uma amiga violenta, uma filha insuportável, e se não tivesse ido embora para fazer faculdade, teria me tornado uma carta oficial de tarô, uma personagem reduzida à literalidade de sua existência, exatamente como minha mãe.”
Claudia Durastanti, La straniera

Jarid Arraes
“Senti muita paz e escutei a beleza que o fogo me contava. Senti arrependimento porque não ouvi antes o seu chamado. Pedi perdão à fogueira porque não tinha vindo nos outros anos. É que eu estava confusa, é que eu precisava estar só, é que as pessoas são difíceis, é que nem sempre quero estar. Eu senti que o fogo me compreendia. Se alguém na vida me compreendia, esse alguém era o fogo.”
Jarid Arraes, Redemoinho em dia quente

Miguel Torga
“Seguia as passadas do velho Duro, sem o ser. E não há falência maior do que imitar o passado, mesmo que seja nosso. Não lutava por nada, e o seu esforço soava falso.”
Miguel Torga, Contos Da Montanha

Jorge de Sena
“Eu era uma criança. Os meus amigos eram crianças. Todos nós era como se tivéssemos afinal só dezasseis anos ainda. E não seria que quase todos os homens continuavam assim? Que nenhum crescia para fora de si mesmo? E não era isso que o mundo inteiro desejava que continuássemos a ser? Não seria que toda a gente tinha medo de dar-se, porque tinham todos medo de perder o pouco que tinham? Não seria que toda a gente apenas se emprestava como quem empresta dinheiro a juros?”
Jorge de Sena, Sinais de Fogo

Afonso Cruz
“- Vivo sozinho - disse o professor Borja. - Às vezes vivo tão sozinho que nem me apetece chorar. Fico seco da solidão.”
Afonso Cruz, Jesus Cristo Bebia Cerveja

Florbela Espanca
“Eu não sou de ninguém!... Quem me quiser
Há-de ser luz do Sol em tardes quentes;
Nos olhos de água clara há-de trazer
As fúlgidas pupilas dos videntes!

Há-de ser seiva no botão repleto,
Voz no murmúrio do pequeno insecto,
Vento que enfurna as velas sobre os mastros!...

Há-de ser Outro e Outro num momento!
Força viva, brutal, em movimento,
Astro arrastando catadupas de astros!”
Florbela Espanca, Reliquiae

“Não havia mais motivos para reclusão, não havia mais tormenta e, de forma dolorosa, não havia mais solidão.”
Eikki Arkady, Além de Marte

José Saramago
“Seremos nós o deserto ou deixam-nos desertos?”
José Saramago, Manual of Painting and Calligraphy

Rui Nunes
“Não há solidão maior do que saber dar nome às coisas.”
Rui Nunes, Dizer o Mundo: Conversas com Rui Nunes e Paulo Nozolino

Paulina Chiziane
“O desabafo é uma coisa louca. Umas vezes é tímido, outras é ousado. Não gosta da solidão nem da prisão do peito. Abandona o profundo e corre na estrada de ar, invade os tímpanos alheiros e encrava-se nos sentimentos de outrém.”
Paulina Chiziane, Ventos do Apocalipse: Romance

Ana Suy
“Ao encontrar um amor, a gente não encontra a parte que nos faltava até então. A gente encontra a metade que fará falta a partir dali.”
Ana Suy, A Gente Mira no Amor e Acerta na Solidão

Raquel Ochoa
“A solidão também é um vício!”
Raquel Ochoa, Pés na Terra

Bernardo E. Lopes
“O mundo nos dá muito, diria, mas ainda não temos suporte para lidar com tudo o que nos preenche; a oferta é muito grande e estamos cheios demais, ele diria.”
Bernardo E. Lopes, O que disse o Imperador

Bernardo E. Lopes
“Aparentemente não se pode ter um grande momento de felicidade sem a gente acabar se sentindo absolutamente péssimo logo em seguida. Eu achei que ‘tava me divertin’o. Eu vou beber mais uma cerveja, alguém quer?”
Bernardo E. Lopes, O que disse o Imperador

“Toda tentativa de pulverização do eu que sofre só me deixa mais ciente de sua solidez. Nunca estive tão consciente da utopia que é viver no presente (que, pra mim, só existe assombrado pelo passado e pelo futuro, que sempre estiveram aqui e agora, mas raramente notados). Essa consciência é a parte maravilhosa de meditar e, por enquanto, é só isso.

Como questionar a realidade da assombração, algo que vem do passado e acossa o presente querendo dizer algo sobre o futuro, quando seus contornos se tornam cada vez mais nítidos? Como não prestar atenção a uma situação na qual não resta dúvida de que me tornei um fantasma pra minha filha e ela se tornou um fantasma pra mim? É como se eu tivesse uma rede de pesca em minhas mãos e não conseguisse fazer nada com ela, porque fui hipnotizada por seus buracos.”
Carla Piazzi, Luminol

Ana Suy
“Vivemos um tempo em que queremos tudo para antes de ontem, em que vivemos o período de espera como crise de ansiedade. [...] sem fazer nascer intervalos, tudo que encontramos corre o risco de ser puro desencontro. [...] A paixão combina com o nosso ritmo frenético e ensimesmado de vida, porque é, também, frenética e narcísica [...] porque tudo é demais e, como tudo que é demais, não há força para durar demais. [...] Paixão é gozo." "É só quando acaba, que sabemos se a coisa vai andar, se vai, ou não, se transformar em amor." "[...] nós inventamos a pessoa amada. As lentes da paixão beiram o delírio e nos permitem olhar para o outro com uma gentileza que quase rompe com a realidade, porque, na paixão, idealizamos o outro, não a partir dele mesmo, mas a partir daquilo que gostaríamos que ele fosse. Mas se tudo funciona bem, o outro cai do pedestal que lhe oferecemos e demonstra sua preferência por vestir a própria pele ao invés da fantasia que costuramos para ele.”
Ana Suy, A Gente Mira no Amor e Acerta na Solidão

José Rodrigues dos Santos
“Nenhum ser humano esquece o dia em que o pai morreu. Dizem que é o momento em que nos tornamos adultos e o futuro nos é confiado como a chave de uma mansão em que somos, enfim, herdeiros. Fingimos que assumimos a vida como senhores do nosso destino, mas a orfandade nada nos oferece a não ser a solidão dos que se descobrem entregues à sua morte.”
José Rodrigues dos Santos, O Homem de Constantinopla

Muriel Barbery
“Enquanto você estiver aqui, desejo viver pois as ausências me trituram mas a sua presença me preenche — ele disse. — Saiba que, se eu estivesse sozinho, apelaria para as potências da morte e lhes diria: Não as temo. Mas não estou sozinho e, se a vida oferece apenas uma hora de fervor, quero que a vivamos juntos.”
Muriel Barbery, Une heure de ferveur

Muriel Barbery
“Você sempre sonhou com outros lugares sem jamais ir lá, você quis estrangeiras, você viu na arte outro lugar onde pode curar suas feridas secretas. A sua solidão o impele a fugir mas as suas feridas o mantêm no chão.”
Muriel Barbery, Une heure de ferveur

Muriel Barbery
“A verdade corria conforme as cintilações intermitentes das franjas do bosque onde ele via, um após outro, os anos, as solidões e as impotências. Logo ele seria um fardo para os seus e, ninado pela melopeia das folhagens, pensou: Nada acontece por acaso.”
Muriel Barbery, Une heure de ferveur

Muriel Barbery
“Todo homem caminha em direção à hora de seu nascimento, morremos na solidão e renascemos na luz. Então, no intervalo entre esse fim e essa iluminação, realizamos a verdadeira viagem.”
Muriel Barbery, Une heure de ferveur

“Na biblioteca da universidade passeava entre a estantes, em meio a milhares de livros, inalando o odor mofado do couro, do tecido e das páginas ressecadas como se fosse um incenso exótico. Às vezes se detinha, tirava um volume das prateleiras e o segurava em suas mãos grandes, que vibravam com o contato, ainda insólito, com a lombada, a capa e as páginas dóceis. Depois, folheava o livro, lendo um parágrafo aqui e ali, seus dedos rígidos virando as páginas, quase temerosos de destruir com seu desajeitamento o precioso conteúdo.

Não tinha amigos, pela primeira vez em sua vida teve consciência de sua solidão. Às vezes, de noite em seu sótão, erguia os olhos de um livro que estava lendo e espiava os cantos escuros de seu quarto, onde a luz do lampião tremulava contra as sombras. Se olhasse fixo e atentamente, a escuridão se reuniria numa luz, que assumia a forma insubstancial do que estivera lendo. E ele sentia que estava fora do tempo, como sentira naquele dia na aula em que Archer Sloane falara com ele. O passado avolumava-se da escuridão onde jazia, e os mortos se erguiam para viver à sua frente, e juntos, fluíam para o presente entre os vivos, e assim, por um intenso instante, ele tinha a sensação de unir-se a eles numa única e densa realidade da qual não podia escapar. Tristão, Isolda a bela, caminhavam à sua frente; Helena, e o brilhantes Paris, seus rostos graves de amargura, erguiam-se da treva. E Stoner se sentia mais próximo deles do que de seus colegas que iam de aula em aula, hospedados numa grande universidade em Columbia, no Missouri, e que caminhavam distraídos em meio ao ar do Midwest.”
John Williams, Stoner: A Novel

Clarice Lispector
“Sou só e tenho que viver uma certa glória íntima que na solidão pode se tornar dor. E a dor, silêncio. Guardo o seu nome em segredo. Preciso de segredos para viver.”
Clarice Lispector, Água Viva

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